O Preço do Primeiro Desejo

12 11 1
                                    

Joey acordou no sábado de manhã com uma estranha sensação de euforia. Sua vida, que até então parecia presa em um ciclo interminável de humilhações, de repente havia se transformado. Era como se o universo tivesse decidido, de uma hora para outra, sorrir para ela. Todos na escola queriam ser seus amigos, e o convite de Sarah para a festa daquela noite só reforçava a mudança. Ela se levantou, esticando os braços, e olhou para o canto do quarto onde a caixa repousava, misteriosa e silenciosa.

Será que foi mesmo por causa dela? — Joey murmurou, ainda desconfiada.

Apesar da dúvida, ela não conseguia negar o poder que sentia ao ter a caixa por perto. Havia algo nela que a atraía, uma presença palpável que não existia antes.

Sua mãe, Beth, estava na cozinha preparando o café da manhã quando Joey desceu as escadas, radiante como nunca.

Nossa, você parece animada hoje, — comentou Beth, com um sorriso. — Tem algo especial acontecendo?

Na verdade, sim. Vou a uma festa hoje à noite, — respondeu Joey, sentindo um orgulho que não estava acostumada a sentir.

Beth olhou surpresa.

Sério? — perguntou ela, empurrando uma xícara de café na direção de Joey. — Que festa é essa?

Uma garota da escola, Sarah, me convidou. Vai ser na casa do Max. — Joey se sentou, pegando a xícara de café com um brilho nos olhos.

Sarah? — A mãe franziu o cenho, claramente tentando lembrar-se de quem era. — Não é aquela menina que...

Sim, ela mesma, — Joey interrompeu, revirando os olhos. — Mas as coisas mudaram, mãe. Acredita que ela quer que eu vá?

Beth parecia prestes a dizer algo, mas decidiu se conter. Em vez disso, ela sorriu de leve, tentando apoiar o entusiasmo da filha.

Fico feliz por você, Joey. Você merece isso.

Mas, por dentro, Joey sabia que algo estava errado. A mudança repentina em sua popularidade, o interesse das pessoas que antes a ignoravam... Não parecia natural. Ela tinha certeza de que a caixa tinha algo a ver com isso, e o alerta de Hang-huu continuava a ecoar em sua mente.

Você não deveria mexer com a caixa.

O som da campainha interrompeu seus pensamentos, e Joey quase derrubou a xícara. Ela foi até a porta e, ao abrir, encontrou Hang-huu parado ali, com a expressão neutra, mas os olhos sérios.

Oi, — disse ele, direto. — Podemos conversar?

Joey olhou para ele, surpresa e confusa. — Como você sabe onde eu moro?

Hang-huu ignorou a pergunta e deu um passo à frente, como se estivesse esperando uma resposta mais direta.

Eu só preciso de alguns minutos, — disse ele, o tom de sua voz sugerindo urgência.

Joey hesitou, mas algo dentro dela a fez recuar, dando espaço para que ele entrasse. Ela fechou a porta atrás de si e o seguiu até a sala.

Beth olhou de relance do outro lado da cozinha.

Quem é esse, Joey? — perguntou ela, um pouco desconfiada.

Um colega da escola, mãe. Vamos conversar no quarto, — respondeu Joey, tentando soar casual.

No caminho até o quarto, o silêncio entre eles era pesado, carregado com perguntas que Joey não sabia como fazer. Assim que entraram, Hang-huu parou no meio do quarto e olhou diretamente para a caixa sobre a cômoda.

A Caixa dos Desejos e os Sete CastigosOnde histórias criam vida. Descubra agora