Capítulo 1

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Leva semanas para encontrar um endereço.

Mesmo quando ela o encontra – usando alguns dos canais menos confiáveis ​​à sua disposição – Hermione não tem certeza absoluta de que é o que ela está procurando.

A casa fica a um trecho de Londres propriamente dita, fora de Crawley, tão longe do mapa quanto ela pode imaginar. Por um momento surpreendente, Hermione não consegue determinar se a casa está na rede elétrica ou se é totalmente separada da sociedade.

Uma lua quase cheia pende meio escondida em um céu nublado, com brilho prateado estilhaçando as brechas. À distância, ela consegue ouvir o uivo fraco dos lobos.

Não lhe parece o tipo de lugar que Draco Malfoy habitaria.

Ela tem que se lembrar, não pela primeira vez, que este não é o Draco Malfoy que ela conheceu. Qualquer semelhança com o garoto que ela conheceu em Hogwarts está – literalmente – morta.

É com esse pensamento sóbrio em mente que ela permanece na escada da frente por mais alguns minutos do que deveria, dividida entre saber ou ceder à parte covarde de si mesma que não se importa em fazer isso.

Não é covarde, ela tem que se lembrar. Não é covardia apreciar sua vida.

E ela não tem ideia do que se esconde do outro lado da porta. Ela se pergunta se ele já está ciente de sua presença.

Respirando fundo, Hermione procura os restos de coragem que consegue reunir e bate forte na porta de madeira. Ela encara sua superfície, sua próxima respiração presa em seus pulmões, olhos contornando os sulcos profundos na madeira. Ela não consegue determinar se é para ser assim.

Longos momentos se passam, seu coração clamando em seu peito, antes que a porta se abra com um rangido agudo. O barulho repentino é chocante, um batimento cardíaco gaguejando seu ritmo rápido enquanto ela se encontra cara a cara com Draco Malfoy.

Se ele está surpreso com a visita improvisada, sua expressão não demonstra. Por várias respirações moderadas – da parte dela – eles se encaram. Ele está assustadoramente parado, e embora ela saiba que ele não precisa respirar ou piscar, ele não faz nenhum esforço para esconder a qualidade desumana de sua presença.

Depois de um tempo, diversão desliza para o cinza prateado de seus olhos. Um sorriso lento e provocador puxa um canto de sua boca, embora ela não veja um vislumbre de seus dentes. Suas presas.

— Hermione Granger — ele ronrona, o nome dela baixo e cuidadoso em sua língua, como se estivesse testando o gosto dela. — A que devo o prazer da sua companhia? Já faz muito tempo.

Sete anos, se os cálculos dela estiverem corretos.

Ela veio aqui de propósito – para esta reunião perturbadora – e se lembra do que o mundo poderia ganhar.

Hermione levanta o queixo, encontrando seu olhar frio.

— Olá, Malfoy — ela diz, mantendo as mãos cruzadas na frente. Uma demonstração sutil de que ela não está escondendo sua varinha. Parece em desacordo com toda a sua juventude saber que tudo o que ela vem trabalhando depende da reação dele agora. — Estou no Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas; especificamente, trabalho como pesquisadora na divisão de Seres, e eu -

— Não — Malfoy corta, — estou interessado. Você pode ir embora. — Qualquer sinal de diversão desaparece de seu rosto em um suspiro, seus olhos ficando frios como pedaços de gelo.

Antes que ele possa fechar a porta na cara dela, Hermione pisa no batente da porta, ficando dolorosamente ciente da proximidade repentina deles. Dos reflexos e velocidade desumanos dele.

Da maneira como ele poderia dominá-la em um instante.

— Preciso falar com você — ela diz.

Malfoy revira os olhos.

— Você e todos os outros pesquisadores que decidiram bisbilhotar minha vida para seus próprios propósitos. Estou registrado – é tudo o que o Ministério pode me pedir. Agora saia da porra do meu degrau.

Algo muda na voz dele, e os pés dela deslizam um passo para trás por vontade própria. Ela range os dentes, lutando contra o poder do fascínio na voz dele. Ela não está surpresa – apenas que baixou a guarda por tempo suficiente para que ele escapasse.

Malfoy pisca, imperturbável, quando ela luta contra a exigência contida nas palavras.

— Não é por isso que estou aqui — Hermione diz, estendendo a mão em direção à porta. Ela solta um suspiro lento, controlando a aceleração em seu coração; ela já consegue ver o escurecimento dos olhos dele. — Estou aqui em... digamos, uma capacidade não oficial.

Malfoy cruza os braços sobre o peito, ágil com músculos definidos que ela pode ver através do tecido de sua camisa. Embora sua expressão permaneça sem graça, ele levanta uma única sobrancelha.

— Você tem um minuto.

Durante toda a troca, sua boca permanece apertada de uma forma que obscurece suas presas de vista, mesmo quando fala. Ela se pergunta se é um hábito aprendido. Uma maneira de evitar que alguém perceba imediatamente o que ele é quando ele sai desta casa desolada.

Mas mesmo enquanto o pensamento passa por sua mente, ela pode ler sua crescente impaciência. Enquanto ela pesa o pedido que pesa em seu coração.

O lábio superior dele se curva com a aparência de um sorriso de escárnio, e finalmente ela vislumbra uma presa, afiada como navalha e cruel o suficiente para rasgar a pele como se não fosse nada.

Talvez seja o aviso de um predador – e ela, sua possível presa.

Hermione suga o ar, forçando-se a levantar os olhos para encontrar os dele. O maxilar dele aperta, a paciência corre, e ela pode sentir que ele está prestes a livrá-la da opção.

— Preciso que você faça algo por mim — ela diz, as palavras apressadas caindo como pouco mais que um sussurro. Ela sabe que a audição aprimorada dele captou as palavras – inferno, ele provavelmente consegue ouvir cada batida rápida do coração dela. Malfoy não responde, os olhos fixos nos dela. — Preciso que você me transforme em uma vampira. Por favor.

Algo vacila em sua expressão – algo como surpresa, dúvida ou descrença – e ele solta uma risada baixa e sem humor.

— Nem pensar — ele grita. — Saia da minha propriedade – e se eu te ver aqui de novo, vou te sangrar até secar por invasão de propriedade.

Hermione tropeça um passo para trás, a força em suas palavras mais forte dessa vez, e um arrepio de medo genuíno a percorre. Por mais que ela possa tê-lo conhecido em algum momento de sua vida, ela não o conhece mais. Ela não sabe do que essa versão de Draco Malfoy é realmente capaz.

E depois de vários anos estudando vampiros, ela sabe melhor do que ninguém o quão voláteis e imprevisíveis eles podem ser.

Ela solta um suspiro lento, permitindo que seu coração se acalme enquanto se afasta da casa, para que ele não decida segui-la.

Hermione talvez tenha imaginado que ele nem estaria disposto a ouvi-la.

A situação exigirá mais sutilezas do que ela esperava inicialmente. Com uma careta, ela desaparata de seu terreno desolado e volta para seu laboratório de pesquisa, preparando-se para encenar a próxima tentativa.

Undead Eternal | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora