Capítulo 3

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Quando Hermione retorna ao seu laboratório no porão naquela noite, Malfoy está deitado em sua cama, jogando a bolsa de sangue que ela deixou para ele sobre sua cabeça e a pegando no ar em uma velocidade estonteante.

— Ah, que bom — ele fala lentamente sem olhar para ela. — Achei que talvez você tivesse me abandonado aqui para desidratar e eu teria que racionar esse saco de sangue morno e de merda.

— Eu posso pegar de volta, se você não quiser — ela retruca. — Tenho certeza de que há muitos vampiros que adorariam uma refeição fácil.

Malfoy solta um longo e árduo suspiro, como se estivesse procurando paciência. Hermione rola um torcicolo, lembrando a si mesma por que tudo isso importa. Ela não o forçará a mordê-la para que ele não decida drená-la, afinal, e especialmente não se ele precisar marcá-la para a transição.

Ela não consegue imaginar forçá-lo a isso. E só porque ela está disposta a fazer o que for preciso para prosseguir com sua pesquisa, ele obviamente não se importa.

Delicadamente, ela pergunta:

— Você pensou mais sobre o meu pedido?

— Não — Malfoy diz, jogando sua bolsa de sangue para cima novamente. — Eu sentei aqui com uma mente absolutamente vazia e não fiz nada o dia todo nesta porra de gaiola enquanto você estava fora.

— Deixei livros para você ler.

Seu lábio se curva com os ingredientes de um rosnado.

— Eu os li. — Quando Hermione não responde, ele pega o saco e enfia seu canudo nele, tomando um grande gole. — Eu só vou considerar te transformar se você me disser o porquê. Ninguém quer ser um vampiro. Ficar se esgueirando à noite, vivendo de sangue – eu não recomendo.

Há um toque de genuíno desânimo por trás da irreverência em sua voz, e Hermione arrasta sua cadeira até a cela dele, mantendo uma distância segura das barras de prata.

— Olha, Malfoy — ela diz com um suspiro. Os olhos dele deslizam para encontrar os dela de onde ele ainda está deitado no catre. E apesar da cautela em seu rosto, da tensão segurando seu corpo, ela pode sentir sua curiosidade. — Passei a maior parte de cinco anos pesquisando exclusivamente sobre vampiros. As origens, o gene que passa pela transição, maneiras de mitigar os desejos.

O olhar dele é duro para ela.

— Não sei como é — ela diz calmamente, — mas sei que não é fácil.

— Então por que? — ele pergunta.

— Você não vai acreditar se eu te dizer.

Cerrando o maxilar, ele desvia o olhar novamente, sorvendo seu sangue.

— Tudo bem. Então eu não vou te transformar.

— O que isso importa para você, afinal? — ela suspira. — Não é como se eu fosse te incomodar depois do fato.

— Você vai — ele responde bruscamente, — mesmo que eu tenha que marcá-la.

O ar fica estranho entre eles e Hermione desvia o olhar, suas bochechas esquentando com o pensamento.

— Se você se opõe a isso, não vou forçá-lo a fazer isso.

Para sua surpresa, Malfoy ri.

— Você não estaria me forçando, Granger. Se tudo isso é apenas uma trama mal elaborada para me levar para a cama, então -

— Não é — ela bufa, grata pelo fiapo de diversão. — Mas é interessante você pensar que eu faria tanto esforço para dormir com um vampiro.

Um sorriso perverso se espalha em seu rosto com um brilho de presas.

Undead Eternal | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora