Capítulo 4

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Com todos os seus preparativos e imaginações sobre como isso pode acontecer, Hermione não sabe o que fazer com o momento quando ele chegar. Seu coração clama um ritmo ansioso em seu peito, sua pele quente com uma combinação de nervosismo, medo e antecipação.

Ela liberta Malfoy da gaiola prateada, com uma parte dela ainda certa de que ele vai drená-la – que o interesse dele em sua pesquisa foi pouco mais que um estratagema para criar confiança e convencê-la a deixá-lo sair.

Mas ele está diante dela, cruzando os braços. Sua proximidade é inebriante, seus olhos prateados a atravessam com calor demais. Fome demais.

Apesar da conversa, ele ainda é um vampiro. Um predador. E enquanto ele a encara, ela se sente muito como uma presa.

Com toda a sua pesquisa, ela não sabe sobre isso. Sobre os momentos antes de ser mordida – sobre como será a sensação.

— Posso facilitar para você, se quiser — ele murmura, com o maxilar tenso.

Ela sabe que ele está se referindo ao fascínio. Que ele pode forçá-la a um estado de sedução – uma espécie de intoxicação mental.

— Não — ela suspira. — Prefiro estar consciente do que está acontecendo.

A lua está alta lá fora, um brilho de luz prateada através da janela alta, mas o laboratório está escuro. Uma parte de Hermione sente como se ela devesse arranjar algo diferente – mas isso é pouco mais que uma troca.

Malfoy caminha em sua direção, seu olhar seguindo para sua garganta. Sua língua dispara para umedecer seu lábio inferior, pegando uma presa. Um arrepio de medo cru percorre-a. Ela tenta imaginar suas presas rasgando sua pele, drenando o sangue de seu corpo.

— Se ajudar — ele diz calmamente, — a mordida não dói de verdade. É a transição que é pior.

Ela ouviu relatos sobre a transição – que não há como subjugar a dor da mudança.

— Okay — ela sussurra, tirando o suéter e deixando-a de regata.

Malfoy parece demais, muito próximo, sua presença muito autoritária no espaço limitado entre eles.

— Para que fique claro, se eu tiver que marcar você...

— Sim — ela respira. — Somente se precisarmos.

Ele acena com a cabeça uma vez. — Tudo bem.

Por alguma razão, o pensamento de que ela talvez precise fazer sexo com Malfoy – que ele talvez precise marcá-la permanentemente – conseguiu permanecer clínico e sem emoção, persistindo no fundo de sua mente. Até agora.

Com a proximidade de seu corpo frio, o calor contrastante de seu olhar, a maneira como ele está de pé sobre ela, magro, ágil e quase humano.

Seus olhos se voltam para a cama ainda no canto e, só por precaução, ela acena com a mão para alargá-lo magicamente.

Malfoy levanta uma mão, afastando o cabelo dela do caminho, e seus dedos parecem gelo enquanto roçam seu pescoço. Um arrepio a percorre. Seus olhos brilham no barulho enquanto ele pressiona um pouco mais forte, passando seu toque ao longo de sua garganta como se estivesse testando suas veias.

— Respire, Granger — ele murmura, abaixando-se para perto. Ele inclina a cabeça dela para o lado, expondo o pescoço dela ao seu olhar. Seus lábios roçam a pele dela. — Eu peguei você.

Ela sente o momento em que as presas dele perfuram seu pescoço – como um beliscão, como a picada de uma seringa – segundos antes de seus lábios se fecharem sobre o ferimento.

Undead Eternal | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora