EXAMES

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A noite foi difícil, Bia acordou umas três vezes chorando e resmungando algo que não eram palavras, no começo fiquei um pouco assustada, mas lembrei que minha mãe, antes de ir embora, disse que algo assim poderia acontecer, e que se acontecesse era só fazer alguns carinhos e acalmar ela, no final deu tudo certo. Eu estava com medo de rolar e deitar em cima dela, então quase não dormi direito.

Era por volta 7:40, quando me levantei, olhei para Bia, acabei deixando um sorriso bobo sair de meus lábios, ela era a coisa mais linda que vi, não me canso de falar isso. Fiz minhas higienes matinais e fui para cozinha para fazer um café forte para mim, porque ia precisar, já que o dia será bem corrido. Enquanto preparava o café me peguei pensando no que eu faria, se iria adotá-la ou não. Afinal, é da vida de uma pessoa que estamos falando. Tudo aconteceu tão rápido, mas eu já estava me apegando a criança, portanto qualquer decisão que eu tome irá mudar completamente não só a minha vida como a vida dela também.

E se eu não adotá-la e ela for para um orfanato e não ir para uma família que não irá dar amor e carinho a ela? Na minha família tenho certeza que terá isso, mas ainda, sim, me sinto insegura. Não negarei que falta pouco para adotar ela, mas ainda tenho muito medo, se pelo menos Jinx estivesse aqui, ela poderia me ajudar com isso.

Enchi uma caneca com uma boa quantidade de café para me acordar de vez, e tomei tudo. Me despus a subir as escadas novamente para ver se Bia havia acordado, mas ela ainda dormia profundamente, como um anjinho, afinal aquela noite não havia sido tão boa, e não faço ideia em que tipo de cama a pequena estava dormindo. Com muita dor no coração comecei a acordá-la, já que meu pai chegaria daqui a pouco para buscar nós.

— Bia — a chamo suavemente — acorda meu anjo, vamos tomar um banho porque vamos passear daqui a pouco — a pego no colo ainda sonolenta, ela dá uns bocejos fofos e lentamente vai abrindo os olhos, os coçando com suas pequeninas mãos.

A levei para o banheiro, lavei seu rostinho para acordá-la de vez, logo em seguida tirei suas roupas e também tirei as minhas, tomamos um banho morno, não muito demorado, apenas para ficarmos bem limpinhas e cheirosinhas para ir ao hospital. O sabonete corporal que minha mãe havia trago era ótimo, não precisei usar o xampu já que havíamos lavado seu cabelo ontem. A vesti com uma blusinha regata branca com babados e um pônei de estampa e uma bermudinha azul bebê, ela ficou linda nele, nos pés coloquei um tênis branco, prendi seu cabelo volumoso em um space bun, deixando ela uma verdadeira princesa, não resisti e tirei algumas fotos, cara, ela tava muito fofa. Já eu me vesti com uma blusa t-shirt branca da Prada e uma calça jeans meia-canela justa com alguns rasgos destacando minhas pernas e bunda e um tênis branco da Nike, meu cabelo estava solto com uma tiara vermelha.

Já estava prestes a dar 8:30, eu estava prestes a dar café da manhã para ela, já que ela não havia comido nada ainda, mas então me lembrei do que minha mãe havia falado um pouco depois de ir embora, Bia teria que ficar, obrigatóriamente, em jejum de pelo menos 8 horas para realizar alguns exames, para assim ter uma maior precisão dos resultados. Com uma dorzinha no coração não dei nada para ela comer, nem água ela poderia tomar. Levei ela para escovar os dentinhos dela, com todo cuidado, descemos e ficamos assistindo Bob Esponja juntinhas, para destrair ela da fome que ela possivelmente ta sentindo agora.

Estava quase dando 9:00 quando a campainha toca, nem abri, mas já sabia que era meu pai, ele odeia atrasos. Abri a porta dando de cara com aquele gigante.

— Bom dia, minha filha. Dormiram bem? — me abraça e me dá um beijo e retribuo.

— Bom dia. É, mais ou menos. — dou espaço para ele entrar — Bia acordou algumas vezes, mas foi até tranquilo.

— Entendi. Cadê a pequena? — pergunta adentrando a casa.

— Tá na sala assistindo desenho — caminhamos em direção à sala.

— Oi, pequenina, tudo bem? — timidamente ela assentiu — Que bom. — sorriu gentilmente — Olha, nós vamos sair agora, vamos para onde a vovó Aug tá, tá bom? — se levanta — Vamos?

— Vamos. — pego minha bolsa e a da Beatriz que fiz com algumas coisas que ela pode precisar e/ou querer e entrego a meu pai, desligo a TV e pego a Bia no colo.

Fecho a casa e vamos para o carro do meu pai, uma Range Rover, que estava estacionado em frente à minha casa. Coloco a Bia na cadeirinha no banco de trás, mais uma vez impressionada em como meus pais pensam em tudo até a cadeirinha eles compraram, sento no banco da frente e rumamos em direção ao hospital. O caminho foi tranquilo, meu pai e eu ficamos conversando e também brincava com a Bia, que deu um rápido cochilo enquanto ela brincava com o ursinho que lhe foi dado ontem. Passados 30 minutos chegamos ao enorme prédio que era o hospital.

O Hospital Cecil B. Heimerdinger é um hospital particular de alta patente, mas tembém tem uma área para pessoas sem condições de pagar, é realmente um hospital gigante. Minha mãe é diretora da área da pediatria, por isso conseguiu esses exames de forma tão rápida.

Adentramos o hospital, e o saguão era uma coisa linda, uma decoração moderna, cadeiras confortáveis espalhada pelo imenso lugar, lindas iluminarias no teto, além de outras coisas. Chegamos na recepção e fomos atendidos pela recepcionista.

— Bom dia, temos alguns exames marcados aqui hoje... — falo e olho para Bia no colo de meu pai.

— Bom dia, sim, eu fui informada sobre a situação pela Diretora Augatha, ela está aguardando vocês na sala dela, podem subir. — responde gentilmente e com um sorriso no rosto.

— Obrigada.

Pegamos o elevador e assim fomos para o, 7.º andar, sendo onde fica a área da pediatria, os corredores são repleto de figuras, é tudo colorido como se fosse uma creche. Fomos direto para a sala da minha mãe, duas batidas na porta e logo recebemos autorização para entrar.

— Oi, mãe. — entro na sala e chamo a atenção da linda mulher que é minha mãe que estava mexendo no computador concentrada.

— Oi, meus amores, entrem. — se levanta e vem em nossa direção — como você está? — me pergunta me abraçando.

— Cansada...

— Imagino. — se aproxima de meu pai e o abraça e beija, logo muda sua atenção para Bia — e a nossa pequena, como está?

— Teve uma noite um pouco difícil, mas no geral foi tudo bem.

— Que bom, né meu amor — fala com uma vozinha fofa com Bia.

— E os preparativos para os exames estão prontos? — pergunta meu pai.

— Está, sim, vou explicar certinho...

Minha mãe explicou quais exames Bia iria fazer, também explicou que provavelmente ele iria ficar internada uns dias de observação, dependendo dos resultados dos exames podiam ser dias ou até semanas, fiquei um pouco assustada. Os exames consistiam em um exame completo de sangue, urina e fezes, também alguns raio-x para ter certeza se seus ossos estavam bem, ressonância magnética, tomografia, oftalmologista e fonoaudióloga, cardiograma, dentre alguns outros. São tantos exames que fiquei um pouco preocupada e não conseguia esconder isso.

— Não se preocupe, querida, aqui tem os melhores especialistas que vão cuidar muito bem da Bia — minha mãe tenta me acalmar.

— Vou poder ir com ela nesses exames? — quero estar ao lado dela nesses processos.

— Alguns, sim, outros só vai poder ter os médicos na sala, mas fica tranquila, eu acompanharei vocês em todos, então estarei com ela. Por falar nisso, já está na hora do primeiro exame, vamos? — pega Bia do colo do meu pai que ficou brincando com ela, a distraindo durante esse tempo que minha mãe ficou me explicando as coisas.

Seu Pieter falou que ia esperar nós na lanchonete, falei que não precisava, mas ele insistiu. Já nós três fomos para a sala que faremos o primeiro exame, será tirar o sangue, já até imagino a luta, mas é necessário. Espero que esteja tudo certo com minha pequena.

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⏰ Última atualização: Sep 12 ⏰

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