𝟎𝟐𝟐. SANGUE EM SUAS MÃOS
INVERNO⠀──⠀ DEZ. 6, SEGUNDA
GOTHAM MERCY GENERAL HOSPITAL.SECUNDÁRIOS A RETRIBUIÇÃO, reabilitação e dissuasão são objetivos dignos, sim, mas num sistema de justiça criminal exige uma justiça real — punições proporcionais, julgamentos transparentes, castigos exatos para os crimes cometidos. Só que, entre punição e vingança, há um fio frágil demais, um limite que desaba quando se afunda nos recantos sombrios de um sistema mais inclinado a sepultar verdades do que a expô-las. Porque o que é a justiça, afinal, senão uma questão de narrativa? As histórias que escolhemos contar — aquelas que o Estado impõe como inquestionáveis, aquelas que os indivíduos recontam, moldadas à mão, à noite, antes de dormir.
Em Gotham, essas narrativas tomam um peso especialmente tortuoso. Em uma cidade de corrupção enraizada, é fácil acreditar nas versões mais convenientes, atribuir papeis heroicos ou vilanescos, fabricar vilões, canonizar herois, enterrar inocentes, maquiar realidades para lucro próprio. Acontece com uma frequência quase assustadora.
São esses pensamentos que se enroscam na mente de Delilah enquanto o táxi a leva ao hospital na manhã de segunda-feira. No rádio, um debate quente sobre o Asilo Arkham ecoa em meio ao trânsito. O asilo — uma ideia do psiquiatra Amadeus Arkham, que, após assistir sua mãe sucumbir à insanidade, sonhou com um lugar onde se pudesse acolher e tratar mentes perdidas. O que era pra ser um refúgio acabou rapidamente consumido por trevas, histórias abafadas, mistérios jamais resolvidos, tragédias que cravaram naquele edifício uma marca permanente, uma aura macabra, distorcida por sussurros e lendas mal contadas.
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INNER DEMONS | BRUCE WAYNE
Fanfic𝐈𝐃. 𝑴edo. Delilah Morgan conhecia o medo como se fosse um velho amigo. Ela estava familiarizada com ele, com seu amargor e a sensação desoladora que deixava no corpo. E, um dia, ela olhou o maior medo de todos na face, a morte, e sobreviveu...