capitulo 2.

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As brincadeiras e a bagunça sempre foi algo comum durante as aulas da professora Suzane,mas o fato de ela ter ficado tão estressada não,ela nunca gritava,nunca se irritava,a imagem dela naquele momento parecia ser pura interpretação.

- Você está vendo o que fez sua loira de farmácia? Você é uma idiota mesmo! Para mim você não tem mais jeito sua babaca - Alicia disse - Eu não vou ficar nessa sala olhando para a cara dessa otária nem mais um segundo. - Alicia se levantou,e saiu corredor a fora,eu fiquei observando cada movimento,Suzane não fez nada,apenas levantou a cabeça,com os olhos inchados que aparentavam terem acabado de chorar.

- Alana,por favor... Vai atrás da aluna nova e peça para ela voltar a classe - Suzane me pediu,e eu apenas confirmei com a cabeça e fui.

...

Eu estava andando pelo corredor distraída rumo as escadas a procura de Alicia,quando tropecei em algo,e bati a cabeça na quina da parede. Alguém que não consegui ver direito por conta da tontura me ajudou a levantar e me carregou até a enfermaria,assim que fui deitada na maca,minha visão escureceu,senti minha boca secar,e uma fraqueza tremenda tomou conta de mim. Não sei quanto tempo fiquei ali,mas me parece que foi bastante,mas não ao ponto de dar o horário de saída. Assim que acordei com uma tremenda dor de cabeça,e um cabo de soro em minha mão,vi sentadas ao meu lado em um banco,vovó,Alicia e a professora Suzane.

- Você acordou! O que aconteceu? Você está bem? Me ligaram em casa e eu vim desesperada aqui para a escola te ver - Minha vó falava com uma voz trêmula,enquanto passava a mão em meu rosto com delicadeza e aflição.

- Está tudo bem vovó,eu só tropecei,nada de mais - Respondi com a voz baixa.

- Me desculpe Alana,se eu não tivesse te pedido para sair da classe isso não teria acontecido. - Suzane disse ao meio do choro.

- É sério,está tudo bem,eu estou ótima! Olha para mim! - dei uma piscadinha para ela e nós duas demos uma risadinha fraca juntas,e logo depois a enfermeira chegou.

- Olá,vejo que acordou,você tem que ficar mais alguns minutinhos aqui,mas é rápido,seu soro já está acabando. - A enfermeira disse arrumando alguma coisa no cabo do soro,depois que respondi com um OK,ela saiu.

- Aonde você estava que não te achei em lugar nenhum? - Olhei na direção de Alicia,que ao levantar a cabeça estourou uma bolha de chiclete da boca.

- Eu estava no pátio. - Ela me respondeu com indiferença - Desculpa ter feito você vir atrás de mim,não queria que isso tivesse acontecido contigo - Ela se levantou e saiu depressa.

Assim que deu o tempo de acabar o soro,fui embora com minha vó,um pouco antes do sinal da saída tocar. Pelo o que a enfermeira havia me dito,dei uma batida bem forte com a cabeça,e foi por pouco que não tiveram que correr comigo ao pronto-socorro.
Quando cheguei em casa,já era 14:00 horas,vovó decidiu almoçar fora o que acabou atrasando a chegada em casa. A ferida por de baixo do curativo na minha cabeça ainda latejava um pouco. Subi ao meu quarto,e troquei o uniforme que estava com um pouco de sangue por conta da batida,e coloquei uma camiseta branca velha,socada no fundo de uma das gavetas da cômoda,a vesti e desci as escadas até a sala.
Avistei vovó sentada no sofá,tricotando outra touca,dessa vez a cor era vermelha,eu adorava as toucas,meias entre outras coisas que ela fazia com o tricô,sempre são cheias de detalhes e diferentes das que costumamos ver por ai,nunca fogem do óbvio mas sempre tem um toque de personalidade nelas.

Decidi me sentar,e peguei meu celular para ouvir músicas. Em torno de 16:00 ouvi a campainha tocar,vovó estava quase se levantando para atender,quando disse a ela que eu faria isso. Ao abrir a porta,fiquei surpresa ao ver quem era.

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