Amor no Ódio: A Dualidade do Sentir

Recomeços nada novos

**Pov. de Harry**

As folhas começaram a cair, e o outono bateu à porta, trazendo um sentimento de que algo estava por vir. Em meio a toda essa guerra, sentia que as coisas iriam acabar muito em breve. Porém, por enquanto, ainda tentarei ser uma pessoa normal em seu penúltimo ano em Hogwarts. Escuto um barulho e sou tirado dos meus devaneios por Hermione.

- Harry? Está aí? Já estamos quase chegando. Tem que se apressar - diz Hermione. Ela está com um suéter de lã, com seu cabelo armado contornando seu rosto, junto a Rony, que está deitado em seu ombro, e um livro com um marcador de lírios.

Estamos nos aprontando para descer. Enquanto passo pelo corredor do trem e avisto muitos rostos familiares—Luna, Padma e Gina—aceno para elas e, logo em seguida, sinto um empurrão no meu ombro. Um cheiro amamentolado com maçã verde entra em minhas narinas. Olho de relance e lá está ele: Malfoy. Mas dessa vez parecia diferente—cabelo sem gel, mangas mais longas que o normal e olheiras, o que é uma novidade vindo de Malfoy, que sempre foi vaidoso.

- Sai da frente, Potter - diz ele, passando rapidamente sem nem olhar para mim. Ele passa e eu e as meninas nos entreolhamos, mas não falamos nada. Novo ano, e eu não quero me meter nessas briguinhas infantis dele. Escuto Hermione me chamando e a sigo até o castelo. Olho para o mesmo, vejo todo mundo, o cheiro do orvalho, as risadas, e me sinto em casa novamente.

Rony e eu chegamos aos dormitórios. Coloco minhas coisas na minha cama e me sento nela. Já Rony e nossos amigos estavam conversando animados sobre algo relacionado a jogos internos. Não presto atenção, já pensando no jantar. Apresso-me para me vestir e irmos ao salão principal.

Chegando no salão, já observo as velas flutuantes e o cheiro de bolo e abóbora entrando em minha mente. Sento-me na mesa da Grifinória junto aos meus amigos e logo a professora Minerva avisa que irá fazer um anúncio. Ela bate na taça, e o barulho ecoa por todo o salão. Em seguida, todo o barulho e conversas diminuem, e ela começa a falar:

- Boa noite! Sejam todos bem-vindos a mais um ano. Que este seja repleto de coisas boas e novidades, e uma delas começará hoje mesmo. Dadas as circunstâncias atuais e toda a guerra, decidimos fazer jogos internos para que o espírito esportivo nos una e renove as energias. Teremos jogos com times misturando as casas, e o mais importante: os jogos não serão realizados na escola, e sim na Floresta Proibida. Acamparemos lá, e as barracas serão divididas em duplas. As mesmas foram sorteadas e a lista está disponível nas salas comunais de suas casas. Que seja um bom encontro para todos!

No momento em que Minerva encerra seu discurso, o barulho e os murmúrios começam a se espalhar rapidamente pelo salão. Logo, ela vem para a minha mesa e se senta ao meu lado. Rony me cutuca e fala como seria trágico e terrível cair com pessoas que odiamos, como o fraco Malfoy, e que ele se mataria se caísse com o mesmo. Logo, o próprio Malfoy passa por trás dele, e vejo algo que nunca esperei: uma lágrima, vinda de um Malfoy, ainda mais do Draco mesquinho que conheci no primeiro ano. Não ligo muito, pois sou míope e posso estar terrivelmente cego, e volto à discussão com Rony, rindo e comendo. Todos adoraram a novidade e estão animados.

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