𝗣𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼 | 𝐏𝐞𝐬𝐚𝐝𝐞𝐥𝐨

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O Ano Era de 1968

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O Ano Era de 1968.

Uma criança brincava no quintal de sua casa. Cabelos castanhos, olhos âmbar, sorriso animado. Correndo por todos os cantos do lugar com uma pipa vermelha em suas mãos. A menina tinha somente 6 anos de idade e, por mais inofensiva que parecesse, ela sabia se defender desde que sua mãe lhe ensinará antes de morrer em um acidente de carro provocado por seu padrasto.

A casa tinha um espaço gigante, apesar de parecer pequena. O cercado do quintal era branco assim como o vestido da garota. Seus colegas começaram a correr em volta dela na tentativa de pegar a pipa de suas mãos. Ela riu com insistência deles enquanto as crianças ainda falhavam em completar aquela brincadeira entre si.

A menina caiu sorrindo no chão. Logo ela se levantou com a ajuda de seus amigos, andando alegremente para pegar sua bicicleta que estava escorada na parede lateral de sua casa. Mas antes que pudesse pisar para fora do quintal, seu sorriso desabou, sendo tomado por uma infelicidade automática e um semblante de medo e terror.

Suas mãos tremendo e o suor escorrendo friamente por sua pele em meio aquele calor ensolarado de verão. Seus lábios se frizaram em uma linha fina e ela fez um sinal com as mãos para que seus amigos fossem embora antes que seu padrasto aparecesse e os tirasse de lá sem esforço, gentileza ou delicadeza.

A voz do homem ecoou pelas janelas da sala. Estavam escancaradas e amplamente abertas, dando-lhe a vista da qual ela tanto temia encarar. Robert Luck era um homem alcoolatra que adorava agredir sua enteada e assediá-la constantemente dentro da casa de sua mãe recentemente falecida.

Assim como gostava de praticar atos pornográficos na frente da menina e obrigá-la a assistir tudo sentada em uma das poltronas gélidas de seu quarto. Quando a voz do homem ecoou pela terceira vez, a menina se apressou a adentrar para a sua casa, ainda que em total aflição e sendo contaminada pelas sombras dos fantasmas de seu padrasto, tudo oquê mais queria era fugir sem olhar para trás.

Porém, não tinha um lugar para ir, seus parentes não queriam ficar com a sua guarda, e mesmo que tivesse os seus irmãos mais velhos, eles não conseguiriam cuidar dela do mesmo jeito que uma mãe faria. E, sinceramente, a garota não queria abandonar a casa de sua mãe para ir parar em um orfanato onde, muito provavelmente, seria descartada, sem expectativas para ser adotada e ter uma família de verdade.

Ela sofria com a ideia de que não seria boa o suficiente para alguém à querer como filha, mesmo que adotiva. E, apesar de sentir um ódio infinito por seu padrasto, ela ficava mais apavora com a suposição de acabar parando em uma família muito mais amaldiçoada do que a sua. Então, se contentava em ainda estar viva e respirando. Ainda que fosse difícil se manter de pé quando Robert lhe batia.

── MADELEINE - ele gritou uma última vez, antes de finalmente enxergar a menina, que agora, estava parada em sua frente com um olhar atônito na direção do homem.

Sua feição solene, inocente e gentil o deixava excitado, fazendo-o se sentir satisfeita com qualquer coisa, inclusive o medo que ela esbanjava em relação a ele. Robert imaginava qualquer coisa sobre Madeleine, menos uma aura angelical. E, sua mente acaba tornando-se mais corrompida e podre a cada dia que se passava. Ainda que para ele, isso fosse muito divertido e fascinante.

Para as pessoas que tinham uma personalidade psicopata e viciada igual a de Luck, eles ocasionalmente não conseguiam perceber com clareza nos olhos, o fiél estado em que a prodridão de suas almas atormentadas estavam. Mesmo que seus corpos lhe dessem sinais óbvios de colapsos de nervosos e uma quase morte imediata por meio de uma parada cardíaco espontânea.

── Vamos brincar? - seus olhos tomados por adversas veias vermelhas em seu globo ocular indicavam oquê ela mais temia...

Ele estava drogado, e jamais saberia o quê estava fazendo, à menos que Madeleine lhe acordasse... Mas antes de sequer pensar em salvá-lo, ela preferiu garantir a sua segurança, cogitando a possibilidade de realmente matá-lo caso Robert avançasse o sinal e ultrapasse todos os seus reais limites. Contudo, ela nunca cederia a ser sobreposta à prova daquele tipo de experiência traumática.

Sua vida até aquele momento já havia sido torturante o bastante para que ela tendesse a permanecer aceitando qualquer tragédia sobre o seu destino. Claro que ela quase declinou da hipótese quando finalmente um barulho ecoou por seus ouvidos. Era irritante e estridente, o que fez com que a menina se ajoelhasse no chão da sala de madeira alaranjada e tampasse seus tímpanos com as mãos, encolhendo-se em uma posição frágil e amedrontada.

Todavia, a sensação de estar sendo observada tornou-se avassaladora e, Mad podia ter a certeza de que seus ouvidos iriam sangrar a qualquer minuto com aquele som ensurdecedor. Entretanto, ao fechar os olhos com toda a força que ainda tinha em seu pequeno corpo, ela pôde acordar de mais um dos seus piores pesadelos da sua infância.

Em cima de uma cama encharcada pelo suor que escorria de suas costas e testa, ela automaticamente parou de gritar. Seu coração acelerado, seus cabelos desgrenhados, seus lábios secos e entreabertos indicando o quão assustada ela havia ficado com todas aquelas cenas se passando em sua cabeça por uma linha atemporal do seu passado ao qual ela insistiu que não queria mais lembrar.

Ao tentar deitar sobre a cama novamente, ela sentiu o incômodo da cama molhada se fazer presente, deixando erroneamente chateada por ter acordado as 6:00 da manhã com a imagem de uma mulher adulta refletida no espelho da parede do teto de seu quarto. Aquele apartamento estava tão silencioso que ela conseguia escutar a sua própria respiração fazendo morada no ar e depois de espalhando em partículas pequenas de gás-oxigênio.

── É, - bateu as mãos contra o peito, que ainda se debatia irregularmente, contra a sua caixa torácica. ── Hora de acordar pra vida, Madeleine. - ela se alto proclamou enquanto levantava da cama e caminhava para o banheiro, sendo acompanhada por sua Pitbull, Stella.

 - ela se alto proclamou enquanto levantava da cama e caminhava para o banheiro, sendo acompanhada por sua Pitbull, Stella

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𝐌𝐚𝐤𝐞 𝐘𝐨𝐮 𝐌𝐢𝐧𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora