˚࿔ Sana's pov 𝜗𝜚˚⋆
Jihyo saiu do escritório faz alguns minutos, e eu já me sinto mais perdida do que jamais me senti em Seul.
Estou afundada numa mesa de papéis onde as letras parecem estar escritas em latim. Minha cabeça está tão sobrecarregada, e a minha mente parece estar tão longe daqui...
Eu olho pela janela, vendo uma morena montada em seu cavalo preto com manchas brancas. Os cabelos da coreana seguiam a brisa leve. Ela passou os dedos pelo cabelo, colocando-os para longe de sua visão periférica.
Eu paro de me prender nessa cadeira, e vou até o assento acolchoado no pé da janela, e me agacho ali, apoiando meu rosto na minha mão e observando a morena se afastar cada vez mais, parecia ir na direção do campo de café, até puxar as rédeas de seu alazão de volta para trás, parecendo ter esquecido alguma coisa. Seu rosto virou em minha direção, mas seus olhos não me encontraram, ela dirigiu o cavalo até a frente da casa, sumindo do meu campo de visão.
Minutos depois eu ouvi alguém bater na porta do escritório, e meu sorriso foi automático. Saltei do chão e corri em direção a porta, afim de abri-la para Jihyo. E eu abri.
— Seja bem vinda ao cargo, senhorita Minatozaki. — Era ele.
Jungho.— O que foi? Não me olhe assim! Vim tentar me redimir e desejar-lhe boa sorte no cargo de seu pai. — Ele se inclinou para o lado, tentando espiar o interior do escritório.
— Obrigado pelo esforço, Jungho. — Eu bloqueei sua visão, e ele me lançou um olhar forçadamente sorridente, talvez um pouco constrangido diante da situação.
— A propósito, tenho uma proposta pra você. — O homem me olhou com interesse, e eu abri espaço para ele entrar e sentar-se em uma das poltronas em frente a minha mesa.
— Quero lhe entregar suas contas. — Assim que as palavras foram proferidas por mim, o coreano saltou da poltrona com um olhar furioso e indignado, mudando totalmente o seu semblante gentil e calmo.
— O que? Está me colocando pra fora?— Ele indagou, e eu balancei a cabeça positivamente, o que só deixou o homem mais furioso. Ele bateu com o punho na mesa e se sobrepôs em minha direção, lançando um olhar ameaçador, que a propósito, não me colocou medo.
Jungho é inofensivo, é o tipo de cachorro que late mas não morde.
— Não vou deixá-lo desamparado, um velho conhecido irá recebê-lo em uma fazenda duas vezes maior do que essa. Já acertei minhas contas com o senhor Kim. — Eu pontuei, entregando uma pasta com alguns papéis para o coreano, que a agarrou com hesitação e indignação.
— Pode ir quando quiser Jungho, mas se eu fosse você, não deixaria o fazendeiro mais rico da Coreia esperando por alguém como você. — Virou suas costas em minha direção, se dirigindo bravamente até a porta dupla do escritório, batendo os calcanhares no chão.
Ele me olhou antes de fechar a porta, e o seu olhar era esquisito, estranhei o fato de ele não ter gritado tanto, pareceu conformado com a situação, mas ainda sim... esse homem ainda esconde algo.
E a porta se fechou. Seu olhar finalmente sumiu do meu campo de visão e eu me joguei na poltrona atrás de mim, suspirando aliviada pelo homem não ter me apontado o dedo e xingado até a quinta geração da minha família.
— Ah, Deus. — Eu descansei minha testa nas minhas mãos, colocando os cotovelos sobre a mesa. Tentei afastar meus pensamentos de Jungho, Jihyo tinha razão, sua presença era insuportavelmente pesada nessa fazenda. Só em não tê-lo mais na lista de funcionários já me dá um alívio enorme.
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Sunsetz 『SAHYO』
FanfictionMinatozaki Sana era uma renomada advogada que morava na cidade movimentada de Seul, na Coreia. Porém, Sana estava cansada de tanto trabalhar, cansou da movimentação da cidade e gostaria de aproveitar as férias de verão na fazenda dos pais. A fazenda...