Eclipse Nos Teus Olhos

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Dizem que os olhos são a janela da alma. 
E é através dos teus 
que eu assisto ao mais belo e inquietante 
dos espetáculos celestiais. 

Há um eclipse em teu âmago, 
revelado no brilho e na escuridão 
que se alternam em teu olhar. 

Eu te contemplo, 
uma tola fascinação, 
sem saber se estou à beira 
de um milagre ou de uma catástrofe. 

Quando teus olhos encontram os meus, 
vejo o sol e a lua dançarem, 
num jogo mudo e íntimo. 

Luz e sombra se entrelaçam, 
seus opostos colidem 
com uma força que me arrasta. 

Há um abismo entre o amor e o ódio, 
e ele vive em teus olhos. 
Sinto que sou, talvez, 
a testemunha muda dessa batalha – 
onde o calor do sol me aquece 
e a frieza da lua me congela. 

E assim, diante de ti, 
descubro que amar é aceitar 
o terror da beleza e o assombro da dor, 
como quem não sabe se deve admirar 
o eclipse ou temer a escuridão 
que ele traz.

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