【 💫 ALICIA CARDOSO
Já se passou uma semana desde que Apollo enlouqueceu e me atacou no corredor da casa do Alva. Nunca, em toda minha vida, imaginei que isso fosse acontecer. Mas aconteceu e eu não consigo parar de pensar naquele beijo.— A van já está lá embaixo, Lici. — Sophia diz, já se direcionando para a porta.
Saio dos meus devaneios e pego minha mala, seguindo minha amiga até o elevador.
Hoje era o dia da viagem para Ilhabela e estava muito ansiosa. Descemos as escadas da entrada do prédio, guardamos nossas malas e nos acomodamos na van. Assim que entro no veículo, cumprimento todos e procuro um lugar vago.
Havia apenas dois lugares sobrando, um isolado na parte da frente e o outro ao lado de Apollo. Assim que percebi a situação, tento me sentar no banco isolado, mas Sophia é mais rápida. Olho para ela e percebo que a bonita fez de propósito.
Filha da mãe!
Fico parada no meio do local de passagem e meu olhar cruza com o de Apollo e um incômodo se faz presente. Desde o incidente, não fizemos mais reuniões voltadas para a música, então praticamente não nos vimos.
— Vai viajar em pé, Lici? — Guri pergunta em tom de brincadeira.
— Estou pensando seriamente nisso. — respondo com tédio mas me aproximo do meu assento.
Apollo ri sem humor.
— Ótimo, assim fica mais fácil te jogar da janela.
— Não foi da janela que você me tacou da última vez que me viu. — não me aguente e respondo para que só ele escute.
Seus olhos voam para os meus e sua expressão fica indecifrável. Nos olhamos tão intensamente que nem mesmo escuto a gracinha que algum dos meninos fez para fazer todos rirem. O beijo de noites atrás se repete em looping na minha mente, e minhas pernas me traem, fazendo-me sentar ao seu lado.
— Credo, que cara de velório vocês dois. — Thiago brinca.
Finalmente consigo tirar meus olhos do japonês ao meu lado e olho para o restante da van. O pessoal está olhando diretamente para nós, segurando o riso.
— Podem ir se foder vocês. — Apollo diz ao meu lado, sacando a brincadeirinha que todos os nossos amigos tinham feito conosco.
Traidores.
As meninas não aguentam e começam a rir, sendo acompanhadas pelo resto.
— Não tem graça. — digo carrancuda, cruzando os braços sob o peito.
O motorista da partida e o pessoal continua rindo das nossas caras. Sinto o calor do corpo de Apollo e me mexo no banco, não conseguindo me controlar. Sei que ele também consegue sentir esse ar estranho que se instalou, porque não consegue parar de me olhar.
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meu segredo favorito -
FanfictionAlicia e Apollo sempre foram como cão e gato e cresceram odiando um ao outro. Eles são opostos em tantos sentidos, mas parecidos quando se trata de fazer de tudo para que seus sonhos se realizem. Em meio ao caos e um problema que os dois precisaram...