CHEGUEI!
"Minha mãe, o quê?" - Ivan perguntou, a voz vacilando enquanto tentava processar o que Cadu acabara de anunciar.
Cadu se agachou na altura do filho, tentando manter a calma, mas a dor também estava presente em seus olhos. "Filhão, preciso que você seja forte agora." - ele disse, a voz pesada. "A sua mãe, Clara, sofreu um acidente... e infelizmente, ela faleceu no hospital."
Os olhos de Ivan se encheram de lágrimas, e antes que Cadu pudesse continuar, o garoto deu meia-volta e correu para o quarto, fechando a porta com força atrás de si. A dor e o choque o consumiam, e ele não queria que ninguém o visse assim.
Cadu suspirou profundamente, olhando para Helena, que também estava com os olhos marejados. Eles sabiam que, naquele momento, não adiantaria insistir. Dar espaço a Ivan seria o melhor que poderiam fazer. O silêncio entre eles era doloroso, mas cheio de compreensão.
"Ele precisa de um tempo." - Helena murmurou, tocando o ombro de Cadu.
Cadu concordou, sentindo-se impotente. "Vai ser difícil, mas ele vai superar. Só espero que ele consiga encontrar uma maneira de lidar com isso sem se fechar ainda mais."
Algumas horas se passaram, e o silêncio do quarto de Ivan continuava. Cadu decidiu pegar o telefone e ligar para Verônica, sabendo que ela também estava passando por sua própria batalha interna. Quando Verônica atendeu, sua voz demonstrava uma preocupação contida.
"Oi, Cadu... como o Ivan está?" - ela perguntou, já prevendo a resposta.
"Acabei de contar pra ele," - Cadu respondeu, a voz cansada. "Ele trancou a porta e não saiu desde então. Eu sei que ele vai precisar de um tempo, mas não sei como ele vai reagir a tudo isso."
Verônica suspirou do outro lado da linha, o coração apertado. "Eu imaginei... Ivan e Clara sempre foram muito apegados, mesmo com os últimos conflitos. Ele pode estar revoltado, mas essa perda... vai ser um golpe duro."
"Eu sei," - Cadu respondeu, com o olhar fixo na porta do quarto de Ivan. "Estou preocupado com o velório e o enterro. Não sei se ele vai conseguir lidar com isso de frente. Talvez seja demais pra ele."
Verônica ficou em silêncio por um momento, ponderando. "Eu vou estar lá, Cadu. A gente vai dar apoio pra ele. Por mais difícil que seja, Ivan precisa saber que não está sozinho."
"Obrigado, Verônica." - Cadu disse com um suspiro pesado, sabendo que os próximos dias seriam difíceis para todos, mas principalmente para o garoto.
Desligando o telefone, Cadu permaneceu em silêncio por alguns segundos, tentando se preparar para quando Ivan finalmente saísse do quarto. Sabia que precisariam de força, paciência e compreensão para ajudá-lo a enfrentar a dor e o luto.
NO DIA SEGUINTE
O velório de Clara foi marcado por um clima pesado de tristeza e incerteza. Poucas pessoas estavam presentes, entre amigos e familiares próximos. Cadu estava lá ao lado de Helena e Ivan, que parecia mais quieto do que o habitual. Quando Verônica chegou acompanhada de Anita, foi cumprimentando cada um com um aceno discreto, seu semblante sério, refletindo o peso da perda.
"Pai, agora que a mamãe morreu, eu vou morar com você ou com a Verônica?" - Ivan perguntou com ingenuidade, sua mente ainda tentando processar o que viria a seguir.
Chica, sua avó materna, rapidamente o repreendeu com delicadeza. "Ivan, não é o momento para isso."
Cadu assentiu, concordando com Chica. "Ela tem razão, filho. Não é hora para tomarmos qualquer decisão agora." - disse com compreensão, enquanto Ivan, sem saber o que dizer, apenas assentiu em silêncio.
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Captured Affections - Veronita
FanfictionVerônica Torres, 34 anos, renomada fotógrafa de moda brasileira, está no auge de sua carreira, mas sua vida pessoal está em pedaços após sua separação conturbada de Clara Fernandes, com quem fara casada por 10 anos. Enquanto tenta se reerguer, ela s...