Samuel Braz
Anos antes..Vi minha própria mulher, mulher de 2 anos. Me trair com um marmanjo qualquer em um beco na minha comunidade, ela deixava ele tocar nela como eu a tocava, vi ele parar de beijar ela e ela sorrir, saindo do beco enquanto arrumava a roupa. Senti meu olho arder e respirei fundo voltando para o baile da comunidade, fiquei o tempo inteiro com aquela imagem na minha cabeça e parei de viajar quando ela apareceu na minha frente, me beijando.
Poliana: o que foi meu amor? Vamos dança e beber, nos divertir, hoje é nosso dia.
Samuel: não queria nem vir pra esse bagulho Poliana, amanhã eu tenho trabalho cedo e tu me arrasta pra esse tipo de lugar -falei mas ela ignorou e voltou a dançar com as amigas mais pra frente
Comecei a namorar a Poliana quando era novinho, tinha meus 16 anos e ela tinha 15 anos, hoje em dia tenho meus 18 e a mina 17 anos. Sempre foi nós dois, o pai dela sabia que eu era gente fina e não era envolvido com nada, muito menos com malandragem aqui do morro. Sempre fiz as coisas por nós, hoje em dia a gente pensa em morar junto, mas depois de hoje na minha cabeça não se passa mais nada disso. Conheci ela mesmo quando a gente estudava ainda, era novinho e nunca tinha ficado com ninguém por ser um Zé ninguém, era rejeitado por qualquer menina, até a Poliana se interessar por mim, foi do nada e as amiga invejou ela, posso dizer que ela me mudou em algumas coisas como aparência e percepção de vida, as amiga sempre caía em cima e até hoje cai, mas nunca dei moral pra nenhuma.
Sempre achei que seria nós dois pra sempre, mas não foi nada do que eu pensei e na primeira oportunidade de ter infidelidade ela agarrou com maior prazer, não tinha nada da minha cabeça além da pergunta "por que?", sempre estive com a mina, sempre ajudei. Sempre que ela quer as coisas quem dá sou eu e ela fica toda orgulhosa com isso, não entendo porra nenhuma disso.
Me levantei daquele lugar e fui andando no meio do povo, me bati com um cara que derrubou vários sacos brancos no chão, espalhando alguns no chão.
- puta que pariu -gritou e se agachou pra pegar as coisas, quando levantou, vi que era um dos moleque que ficava armado na entrada da comunidade e tentei me sair logo, mas ele me empurrou- se liga filho da puta, tá todo errado no bagulho aí e querendo ir embora assim?
Samuel: esbarrei sem querer -falei depois de um tempo e vi ele tirar a mão de cima de mim.
- se liga, não quero ver tu na minha frente mais
Ele saiu esbarrando em mim e eu não entendi porra nenhuma, segui meu caminho indo pra casa e mandei mensagem pra Poliana dizendo que tava me sentindo mal, e com sono. Vi ela só visualizar e nem responder, um bagulho que eu odiava era isso, joguei o celular na cama e subi pra minha laje enquanto tava com um cigarro de maconha na mão, não gostava desses bagulhos mas usava quando queria abrir a mente pra pensar.
Fiquei fumando sozinho enquanto vi a rua, passava umas pessoas subindo pro baile e uma mina tava descendo com algo na mão, ela olhou de lado pra cima e ficou me encarando enquanto continuava andando, fiquei encarando ela e ela parou de olhar entrando no beco de frente a minha casa, perdi ela no escuro e nem deu pra ver quem era ela direito pela pouca iluminação.
Fiquei ali até a maconha acabar e tinha me decidido que ia mudar os bagulhos, não adiantava eu querer as coisas sozinho enquanto a mina me trai com qualquer cara que vê por aí, e na primeira oportunidade de ir ela vai, tava decidido a mudar e foder com a vida dessa mulher, iria ser o pior pesadelo dela e ia fazer ela mesma pedir pra ir embora, tava na mente e já era.