Às vezes, gosto de pensar que tenho um super poder: superar.
Não é perdoar, é só... deixar pra lá. As coisas passam, nada dura muito em minha órbita. Claro, muitas vezes a angústia toma a minha mente ao decorrer de algo, mas depois não resta nada. Não sinto raiva daqueles que me fizeram mal, não sinto tristeza daquilo que me disseram. Não sinto nada.
Tudo passa, e é verdade. Hoje me permito sofrer, mas amanhã não há mais nada do que me permitir, nada além de vazio.
Ondas que vem e vão. Destrutivas, calmas, frias, quentes. Mares enchem, mares secam. Estou sempre transbordando e desaparecendo.
Até meus pensamentos me abandonam. Abandonar é a palavra certeira para isso, traduz a dor silenciosa, a ausência que ocupa tanto espaço quanto a presença poderia. Sempre que me dou conta, lembro de Descartes.
Penso, logo, existo.
Me pergunto se tenho existido o suficiente para me considerar viva.
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Dias de Sol
PoesieO sol representa a vida, mas não aqui. Revisitando memórias antigas com honestidade crua, este pequeno livro abriga pensamentos repletos de angústia e dor, alegria e leveza, tristeza e depressão, enquanto tenta responder a uma simples pergunta: Vale...