Capítulo 3

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      Não sou o que sou, sou o que veem.

      Meu olhar vago é tédio, minha boca pesada nos cantos é desagrado e meu silêncio é raiva. Não me incomodo em explicar. Talvez seja desinteresse também.

      Às vezes, quando penso em minha vida, é a palavra que vem à mente: desinteresse.

      Nada digno de nota, nada surpreendente. Uma existência simples, pacífica.

      Não sei se é o suficiente. Não sei se um dia será o suficiente.

      Espero olhar ao redor e sentir como se fosse, como se valesse a pena. É melhor do que a alternativa, imagino. Melhor do que sentir o único tempo que possuo aqui desperdiçado com uma vivência patética, uma que nem mesmo as paredes de minha casa se darão o trabalho de lembrar.

      Também não me incomodo em explicar isso. Minhas palavras podem parecer tristes, mas eu...

      Ninguém me acha triste, então não sou.

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