capítulo 21

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O mundo desabava no exterior, uma forte chuva encharcando tudo conforme as gotas desciam do céu com velocidade e força, no entanto, quando vi Jimin passar pela porta principal do colégio, senti meu coração disparar e um novo tipo de esperança tomar conta de mim, sendo impossível segurar o sorriso. Nem mesmo um dia de temporais resistia a ele.

Três dias haviam se passado desde o nosso encontro no hospital e ele estava finalmente de volta ao colégio, caminhando entre as pessoas que o olhavam, com passos apressados e expressão fechada. Naquele dia em especial, seu cabelo parecia mais longo devido à água da chuva - por cima dos seus olhos - e escuro, brilhando conforme andava. Usava fones de ouvido e carregava nos braços alguns cadernos e livros, segurando-os firmemente, e tudo que eu queria era poder entrelaçar meus dedos nos dele e não deixar ninguém se aproximar.

Ji passou por mim e me dirigiu um olhar de menos de um segundo antes de continuar o seu percurso de cabeça baixa. Observei suas costas enquanto ele se afastava cada vez mais - desaparecendo aos poucos entre os demais alunos - somente para me certificar que Kay não iria fazer algo. Prendi a respiração quando Ji passou ao lado daquele desgraçado, o qual conversava animadamente com uma líder de torcida, ignorando os curativos que cobriam diversos pontos de seu rosto.

Quando procurei Kay após o meu encontro com Ji no hospital, ele simplesmente havia desaparecido, me deixando enraivecido e com desejo de quebrar meus dedos sobre seu rosto mais uma vez. Procurei pela escola, questionei o time de futebol inteiro, porém nem mesmo seus amigos sabiam seu paradeiro. Conforme o tempo ia passando, acalmei ligeiramente minha alma e percebi que a violência não era a forma correta de fazer Kay pagar pelo o que fez: ele teria o que merecia, entretanto, nāo da forma que eu havia imaginado de início.

Enquanto questionava os amigos dele, algo me deixou intrigado: eles pareciam desligados, distantes e sem informações. Quando Kay reapareceu no colégio, passou a andar sempre sozinho, sem seus dois cães guardiões por perto e almoçando em uma mesa com outros jogadores do time, e...

Minha linha de pensamentos se quebrou quando Jimin escorregou no piso molhado pela água da chuva e caiu de bunda no chão, jogando os livros que carregava justamente contra um dos amigos de Kay, que passava pelo corredor justo naquele momento. Meu corpo agiu de imediato: tentei chegar até ele antes que se machucasse - fisica e mentalmente - ainda mais, abrindo espaço entre as pessoas acumuladas no corredor.

No entanto, a cena que vi diante de mim foi completamente diferente da esperada: o garoto que treinava comigo e que sempre andara colado a Kay (a risco de engano, eu acreditava que seu nome era Mew) se abaixou, pegou alguns livros do chão e então estendeu a mão para Jimin, seus olhos brilhando de uma forma doce que eu jamais havia visto. Meu menino de olhos azuis hesitou, tão surpreso quanto eu pelo gesto, mas terminou por segurar a mão estendida e se colocar de pé.

Mew entregou os livros a ele e então deu um tapinha amigável nas costas do menino de preto:

- Tudo bem, cara?

Totalmente surpreso, Jimin assentiu e saiu de lá rapidamente, voltando a andar em direção à sua sala. Fiquei parado no centro do corredor, como um pateta, debatendo internamente o que tinha acontecido, até ouvir um barulho seco de metal sendo atingido por um punho fechado e então um gritinho feminino de susto. Virei-me, olhando na direção de Kay para percebê-lo trocando olhares mortais com seus dois amigos, os quais o encaravam em retorno com a mesma intensidade. O som do metal foi explicado quando percebi a mão dele, fechada em punho, apoiada sobre a porta do armário.

Foi quando entendi. Seus cães guardiões tinham o abandonado. O por quê eu não entendia muito bem, no entanto jamais iria me queixar por algo assim. Estava finalmente explicado o distanciamento que eu percebera anteriormente.

Como não te amar |° vs jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora