capítulo 3

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O SOL ESTAVA ESCONDIDO ATRÁS DE NUVENS ESPESSAS, E A CHUVA CAÍA INCESSANTE SOBRE AS FORKS. O ritmo constante das gotas batendo no telhado e nas janelas da casa era um lembrete constante da nova realidade que eu estava começando a aceitar. A sensação de isolamento parecia ainda mais acentuada pelo clima sombrio e melancólico que envolvia a cidade. 

Eu havia passado a manhã revisando os diários e anotações de minha mãe, tentando decifrar a charada do “bosque do amor”. As lendas de Forks, repletas de vampiros e lobos, pareciam mais concretas a cada página que eu virava. Cada história contada por minha mãe adicionou uma nova camada ao mistério, e eu sentia que estava me aproximando de uma verdade oculta. 

“Os vampiros são criaturas majestosas, sua pele é dura como o próprio concreto, eles têm uma palidez pela falta de sangue em seu corpo. Sua pele também brilha como se fosse cravejada e lapidada por pequenos diamantes. As vozes deles são convidativas e cativantes, feitas especificamente para atrair suas presas. Tudo em um vampiro é convidativo para o humano, até os olhos vermelhos! Mas cuidado, se o vampiro tiver olhos na cor de ouro derretido, é porque ele se alimenta de animais; se tiver olhos vermelhos, é de sangue humano que ele se alimenta.” 

Li esse trecho do diário de 1950. Ele só falava sobre vampiros: suas características, inimigos naturais, como matá-los, e narrava o golpe que os atuais reis Aro, Caius e Marcus deram nos antigos reis, Vladimir e Stefan, para governar o mundo vampírico. 

Era estranho aceitar tudo isso tão facilmente. Mas, no fundo, eu sempre soube da existência do sobrenatural. Sempre senti que havia mais além da vida cotidiana dos humanos. O mais estranho, porém, foi perceber que eu também não era normal. Apesar de não saber exatamente o que eu sou, estava claro que eu não fazia parte do comum. 

Suspirei, fechando o diário. O "bosque do amor" ainda era um enigma a ser desvendado. Naquele momento, parecia que os mistérios só se acumulavam em vez de se resolverem, e a chuva lá fora parecia concordar, insistente e constante. 

Decidi que seria melhor sair um pouco para clarear a mente. Por mais que estivesse chovendo eu não liguei muito, fui para o lado de fora da casa e pisei de pés descalços no chão de terra molhada. Sentido o barro entre meus dedos, me senti conectada com a natureza à minha volta, ouvia o vento balançando as folhas, via as gotas de chuva cair por cima das flores. Sentia o cheiro da terra molhada a minha volta

Usava todos os meus 5 sentidos para aproveitar a chuva que caía sobre mim, molhando meus longos cabelos platinados, sentido o meu vestido azul claro grudando na minha pele negra. O recheio meus olhos deixando o deixando meus outros quatro sentidos tomarem conta de mim, meus ouvidos transformaram o barulho do vento em uma sintonia, o farfalhar das árvores, os sons dos animais até mesmo o som da chuva viram uma música que me deixou com uma grande vontade de dançar

Deixando a natureza a minha volta guiar meus passos eu comecei a dançar, levantei levemente meu quadril e abaixei, levantando o outro lado. Levantei meus braços para cima, e voltei a mexer a cintura. Levantei um pouco meu pé para mexer Jogá Lo para frente fazendo eu assim dar um salto. O vento parecia me conduzir, e chuva era quem marcava onde seria meu próximo passo. Eu rodopiava e sorria.

O tempo parecia parar enquanto eu dançava. A chuva, o vento, a terra e os sons ao meu redor eram como companheiros que me encorajaram. Eu rodopiava, sorrindo, sentindo a liberdade de ser parte daquilo. A natureza e eu estávamos em perfeita harmonia, e isso me trouxe uma paz que eu não sentia há muito tempo.

Logo, comecei a cantar uma antiga canção que minha mãe costumava entoar:

— Oh grande mãe, abra seus braços para nós, chore e limpe nossas almas, meu lar é em seus braços. Oh sagrada mãe, que o vento balance nosso corpo e a chuva limpe minha tristeza. Oh santa mãe...

Enigmas De Forks (Twilight/Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora