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 Abro os meus olhos, pisco várias vezes para poder me acostumar com a claridade,suspiro, sinto minha cabeça latejar

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Abro os meus olhos, pisco várias vezes para poder me acostumar com a claridade,suspiro, sinto minha cabeça latejar.

— Oi... — Olho pro lado, vejo Kelly se aproximando da cama. — Tudo bem?

— Minha cabeça está latejando, mas estou bem...

— Quer que eu chame o Will? — pergunta, colocando as duas mãos no bolso da calça

— Não... Você está aqui a quanto tempo? — Kelly me encara, dá um sorriso de lado.

— Desde quando te encontrei na sua casa...

— Kelly...

— Eu sei... Que não precisava, que você consegue fazer tudo sozinha, que não precisava me preocupar, que era pra mim ir trabalhar...

— Obrigada... — Dou um sorriso, ele tira a mão do bolso e encosta na minha.

— É um prazer cuidar de você... — A porta é aberta, ele tira sua mão da minha, coloca novamente no bolso e abaixa a cabeça.

— Acordou... — Will entra no quarto com o seu tablet — Como está?

— Estou bem...

— Ela está com dor de cabeça Will — Olho feio pro bombeiro ao meu lado e ele levanta o ombro.

— Ele tá certo Isa... Você precisa falar tudo que está sentindo... — Will coloca seu tablet na cama e me encara — E em falar... Eu gostaria de perguntar algo... Claro se você quiser responder...

— Pode perguntar... — O olho com atenção, enquanto Kelly está de braço cruzado nos olhando.

—Isabelle... Você tem alguns hematomas pelo corpo... Duas costelas quebradas... E alguns desses hematomas são antigos... Você quer conversar conosco? — Faz carinho no meu pé por cima da coberta, enquanto me olha com carinho, encaro Kelly, vejo em seus olhos, preocupação, aflição e medo??, volto olhar pro doutor e respiro fundo.

— É... Meu padrasto era um pouco violento comigo... — Olho pro Kelly, vejo ele apertando os olhos, sua mandíbula trava. — Depois que a minha mãe ficou acamada, eu passei a ser a empregada do Tomás, fazia tudo pra ele, antes de vim trabalhar, eu cuidava da mamãe, preparava tudo sozinha, no almoço, eu corria pra casa, dava o almoço e trocava ela, e quando chegava a noite, nada estava bom pra ele... Então ele me punia... — Falo olhando para minha mão em cima da coberta — A última vez ele pegou um pouco pesado... Andei tomando algumas morfinas da mamãe para poder passar a dor...

— Ele fez algo a mais? — A voz grossa do Kelly soou pelo quarto, encaro ele, sei muito bem o que ele está perguntando, Nego com a cabeça, pude escutar o seu suspiro aliviado.

— Conseguiram achar ele?

— Então Isabelle... — Começa o Will — O Jay, meu irmão, detetive do 21, investigou tudo e... O Tomás está morto. — Sinto uma pontada na minha cabeça, coloco a mão na mesma.

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