Funeral

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Eu voei escada abaixo e abri a porta.
Era Jacob, claro.
Ele estava parado á uns dois metros da porta, o nariz contorcido de desgosto, mas de outras formas o seu rosto estava suave. Ele não me enganou; eu podia ver as mãos dele tremendo.
O Rabbit de Jacob estava parado perto da esquina com Jared atrás de uma das rodas eEmbry no banco do passageiro. Eu entendí o que isso queria dizer: eles estavam com medo de deixar ele vir sozinho. Isso me deixou triste, e um pouco aborrecida.
Eu nunca faria ou deixaria alguem fazer mal a Jacob.
— Oi - eu disse. Jake torceu os lábios, ainda permanecendo longe da porta. Os olhos dele estavam revistandoa frente da casa. - Jake?
Ele hesitou. - Você está sozinha?
— Estou
— Eu posso falar com você?
— É claro que pode, Jacob. Entre.
Jacob olhou por cima do ombro para os seus amigos no carro. Eu ví Embry balançar a cabeça, vi Jacob vacilar na minha frente. E isso me incomodou imensamente. Tudo bem os quileutes novatos terem medo de mim até porque ninguem explicou eles, ainda sobre a minha posição dentro da tribo, mas eu já expliquei a jacob. Eu estava ciente sobre a telepatia dos metamorfos, mas não imaginava que isso fosse alterar a opnão de Jacob quanto a mim. Não do dia para a noite! Literalmente.
—Covarde- eu murmurei por baixo do meu fôlego.
Os olhos de Jake voltaram pra mim, as suas sobrancelhas grossa se juntando furiosos.
A mandíbula dele se apertou e ele marchou pela calçada e levantou os ombros pra passar por mim e entrar na casa.
Eu prendi o olhar primeiro com Jared e depois com Embry, eu não gostava do jeito como
eles me olhavam. Terei uma conversa muito séria com os anciãos quando o luto acabar. Fechei a porta e me virei para o centro da sala, onde Jacob estava olhando para a bagunça de lençóis na sala de estar.
— Festa do pijama? - ele perguntou, seu tom sarcástico.
— Hm- Não gostava quando Jacob agia assim. Ele torceu o nariz de novo e cheirou alguma coisa desagradável.
— Onde está a sua 'amiga'? -eu podia sentir a acidez na voz dele. Bom, me recuso a entrar nessa. Jacob gosto muito de você, mas eu tenho limites.
— Ela saiu. O que você quer?
Ele não respondeu a minha pergunta. Ao invés disso ele foi até a cozinha, seus olhos se mexiam por todo lugar sem descanso. Eu segui ele. Ele andou pra cima e pra baixo, sondando a cozinha.
— Ei - eu disse me colocando no caminho dele. Ele parou de caminhar e olhou pra mim. - Qual é o seu problema?
— Eu não gosto de ter que estar aqui.
Essa doeu. Muito.
— Então eu lamento que você tenha vindo - eu murmurei enquanto ele estreitava os olhos - Porque não me diz o que quer para que possa ir embora, de uma vez?
— Eu só tenho que te perguntar algumas coisas. Não vai demorar muito. Nós temos que voltar para o funeral.
— Ok.- Me sentei em uma das cadeiras em volta do balcão central da cozinha- Por favor- Apontei para a cadeira mais afastada. Ele respirou fundo, e de repente seus dedos tremendo estavam parados. O rosto dele sesuavisou e se transformou numa máscara de serenidade.
— Um dos Cullen está ficando aqui com você - ele declarou.
— Sim. Alice Cullen.
Ele balançou a cabeça pensativo. - Por quanto tempo ela vai ficar?
— O tempo que ela quiser.
— Será que você acha que podia... por favor... explicar pra ela sobre aquela outra, Victória?
— Ela já sabe.
— Você já deve saber que nós só podemos vigiar as nossas terras comum Cullen aqui. Você só vai estar a salvo em La Push. Eu não posso mais te proteger aqui.
— Eu sei me proteger, Jacob. Obrigada! -Nessa hora ele desviou o olhar, pra fora pelas janelas. Ele não continuou.- Isso é tudo?
— Só mais uma coisa.
— Sim - eu incitei.
— O resto deles vão voltar agora? - ele perguntou numa voz gelada, quieta. Isso me
lembrou do jeito calmo de Sam. Jacob estava ficando mais parecido com Sam... Agora eu não falei. Ele olhou de volta pro meu rosto.
— Bem? - ele perguntou.
— Não - eu disse finalmente. - Eles não vão voltar.
A expressão dele não mudou. - Tudo bem. Isso é tudo.
Eu olhei pra ele, minha irritação cintilando.
— Bem, pode ir agora. Pode ir dizer pra Sam que a vampira aqui não vai se juntar aos monstros assustadores para matar vocês.
— Tudo bem - ele repetiu, ainda calmo. Jacob caminhou rapidamente saindo da cozinha.
Eu esperei pra ouvir a porta da frente, mas eu não ouví nada. Eu podia ouvir o tique taque do relógio na parede, e fiquei mais uma vez impressionada de ver o quanto ele havia ficado silencioso.
Que desastre.
Eu me joguei no balcão e coloquei o rosto nas mãos. Como é que eu tinha bagunçado tudo desse jeito?
— Bella...? - Jacob perguntou com uma voz perturbada.
Eu tirei o meu rosto das mãos pra ver Jacob hesitante na porta da cozinha; ele não havia ido embora como eu pensei.
A expressão calma de Jacob havia desaparecido; o rosto dele estava ansioso e incerto. Ele caminhou silenciosamente de volta e ficou na minha frente, abaixando a cabeça pra que seus olhos ficassem na mesma altura dos meus.
— Eu fiz de novo, não fiz?
— Fez o que? - eu perguntei, minha voz falhando.
— Quebrei minha promessa. Desculpe.
— Tudo bem - eu murmurei.
O rosto dele se torceu. - Eu sabia como você se sentia em relação a eles. Isso não devia ter me pego de surpresa.
Eu podia ver a repulsa nos olhos dele.
— Será que eu não posso ser amiga dos dois ao mesmo tempo? - eu arrisquei perguntar.
— Não, eu não acho que pode.
— Mas, Você ainda vai ser meu amigo, mesmo que eu ame Alice também? Mesmo que eu seja ...assim?
Ele levou um minuto pra responder.
— É, eu sempre vou ser seu amigo - ele disse calmo. - Não importa quem você ame ou o que você seja, não consigo sentir raiva ou repulsa de você.- eu sorri para ele.
— Promete?
— Prometo.
Eu senti os braços dele ao meu redor, e eu me inclinei para o peito dele.
— Isso é uma droga.
— É - então ele cheirou o meu cabelo e disse, - Eca.
— O que? - eu quis saber. Eu olhei pra cima pra ver que o nariz dele estava torcido de novo. - Porque que todo mundo fica fazendo isso? Eu não cheiro mal! -Ele sorriu um pouquinho.
— Cheira sim, você cheira como eles. Eca. Muito doce, doentemente doce. E... gelada. Queima meu nariz.
— Mesmo? - Isso era estranho. Alice tinha um cheiro inacreditavelmente maravilhoso. - Mas, porque Alice acho que eu estava cheirando mal também?
— Huh. Talvez eu também não cheire muito bem pra ela.
— Bem, vocês dois cheiram bem pra mim.- Nós ficamos sorrindo por um tempo até que do nada os olhos de Jacob cairam- O que..?
— Eu vou sentir sua falta - Jacob cochichou.
— Isso realmente não precisa ser desse jeito, Jake.- Ele suspirou.
— Tem sim. Bella. Você ama ela. E eu fiz uma promessa de não te magoar, lembra?! Não sou controlado como os mais antigos, estou em 'fase experimental' - ele sorriu tristonho- Fora essa rivalidade ridicula de espécies.
— Você não ve rivalidade comigo. - Ele sorriu para mim.
— Você é diferente. É mais que especial para mim e eu confio em você, sei que tem um coração bom. Já eles...
— Você tambem pode conhece-los...
— É melhor não, tem o tratado... E essa questão de eu ser um novato tambem não ajuda.
— Mas, você vai aprender a controlar isso.
— Posso até aprender a controlar,mas esquecer, já é outra história!
— Como assim? - Ele suspirou, forte.
—Bella, eu estava aqui também, não foi apenas o Charlie quem viu você daquele jeito, sinistro. Eu nunca vou me esquecer de como você ficou depois de tudo, você sabe que sou apaixonado por você, mesmo que você não me veja da mesma forma. - eu sorri um pouco desconfotável com este assunto- Então, imagine o que foi para mim, ver você naquele estado por tanto tempo? E agora que você está melhorando, eles podem voltar!
— Jake...
. - Não há necessidade de esconder a verdade. Aconteceu, Bells. E de verdade, eu acho que entendo você e seus conflitos internos, mas não me peça para ser compreensível. Se você tem algum respeito por mim, não me peça isso. - Eu olhei para ele tristemente.
— Me desculpa. - Ele sorriu curto para mim,
— Sabe, você tem que parar de pedir desculpas - Ele falou risonho- Estou ficando frustrado já, eu querendo discutir e você pedindo desculpas, sua chata! - Eu ri do ataque dele.
— Me desculpa...- Eu falei rindo.
— PARAAA... - Ele gargalhou alto enquanto falava, me fazendo rir junto.
O toque estridente do telefone fez a gente pular, mas isso não quebrou o clima alegre.
Jacob foi até o aparelho,enuanto eu sui até a geladeira pegar um suco de laranja, ofereci a Jacob e ele aceitou enquanto colocava o telefone no ouvido.
— Residência dos Swan - Jacob disse.
Alguém respondeu, e Jacob se alterou num instante. Ele se enrigeceu, os olhos dele ficaram vazios, o rosto dele ficou branco. Dei uma golada no meu suco e estendi o outro copo a ele, que pegou. Fiz um gesto com a cabeça perguntando quem era e ele me ignorou.
— Ele não está aqui - Jacob disse. Houve uma resposta muito curta, pareceu ser um pedido de mais informação, porque ele respondeu sem vontade. - Ele está no funeral. Então Jacob desligou o telefone.
—Jacob, está tudo bem?
— Sugador de sangue sujo - ele murmurou por baixo do fôlego. O rosto dele havia voltado para aquela máscara azeda de novo. Automaticamente pensei em Carlisle e na possivel ideia dele ter ligado para saber noticias de Alice.
— Jacob Black, na cara de quem você desligou. - Falei inciziva enquanto colcava o copo na pia.
— Calma! Ele desligou na minha cara!
— Ele? Quem era?!
— Dr. Carlisle Cullen.
— Porque você não me deixou falar com ele?!
— Ele perguntou onde Charlie estava e eu disse. Eu não quebrei nenhuma regra de etiqueta.
— Me escute aqui, Jacob Black...
Mas ele obviamente não estava me escutando, ele olhou rapidamente por cima do ombro, como se alguém tivesse chamado o nome dele na outra sala. Os dele ficaram arregalados e o corpo dele ficou rígido, e aí ele começou a tremer. Eu escutei também, automaticamente, Alice estava vindo em direção a casa na velocidade normal de sua espécie.
— Tchau, Bells - ele soltou, e se virou na direção da porta da frente.
—Jacob?
E aí eu esbarrei nele, quando ele se virou nos calcanhares, xingando por baixo do fôlego; de repente ele congelou.
Alice ficou imóvel no pé das escadas.
— Bella - ela gaguejou.
Eu fui para o lado dela. Os olhos dela estavam confusos e distantes, o rosto dela estava cansado e mais branco que osso. O pequeno corpo dela tremia.
— Alice, qual é o problema? - eu perguntei. Eu coloquei minhas mãos no rosto dela, tentando acalmá-la. Os olhos dela se focaram nos meus abruptamente, arregalados de dor.
— Edward - ela sussurrou.
O meu corpo reagiu mais rápido do que a minha mente. Um mal presságio surgiu em meu subconsciente, Edward estava em perigo, com certeza. Mas, não era para ele estar. O que está acontecendo?
No começo eu não entendia porque a sala estava rodando ou de de onde o zumbido vazio dos meus ouvidos estava vindo. Minha mente trabalhou, incapaz de tirar um sentido do rosto esbranquiçado de Alice e o que Edward poderia ter a ver com isso, enquanto meu corpo já estava balançando, procurando o alívio na inconsciencia antes mesmo que ela me encontrasse.
As escadas ficaram num ângulo estranho.
A voz furiosa de Jacob de repente estava no meu ouvido, soltando uma fileira de palavras profanas. Eu sentí uma vaga desaprovação. Os novos amigos dele claramente eram uma má influência.
Eu estava no sofá sem entender como havia chegado lá, e Jacob ainda estava xingando.
— O que você disse pra ela? - ele quis saber. Alice ignorou ele.
— Bella? Bella, sai dessa. Nós temos que nos apressar.
— Afaste-se - Jacob avisou.
— Acalme-se, Jacob Black - Alice ordenou. - Você não quer fazer isso tão perto dela.
— Eu não acho que vou ter nenhum problema pra encontrar meu alvo - ele respondeu, mas a voz dele parecia um pouco mais calma.
— Alice? - minha voz estava fraca. - O que aconteceu? - eu perguntei, mesmo sem querer ouvir a resposta.
— Eu não sei - ela gemeu de repente. - O que ele está pensando?!
Eu trabalhei pra me apoiar, apesar da tontura. Alice estava tirando um pequeno celular prateado da bolsa quando eu a relocalizei. Os dedos dela discaram os numeros tão rapidamente que eram só um vulto.
— Rose, eu preciso falar com Carlisle agora - a voz dela chicoteava as palavras. - Tá, assim que ele estiver de volta... Não, eu vou estar num avião... Olha, vocês tiveram alguma notícia de Edward? -Alice pausou agora, escutando com uma expressão que ficava mais e mais pasma a cada segundo. A boca dela se abriu em um pequeno O de tão horrorizada, e o telefone tremia na mão dela. Eu não conseguia ouvir, ainda estava com o mau presságio sintilando na minha mente, isso meio que me impossibilitava de ouvir seja lá qual for a resposta que ela tenha dado. - Porque? - ela asfixiou. - Porque você faria isso, Rosalie? -Os olhos dela brilharam e se estreitaram. - Bem, no entanto, você está errada nas duas situações, Rosalie, então isso deve ser um problema, você não acha? - ela perguntou acidamente. - Sim, é isso mesmo. Ela está absolutamente bem, eu estava errada... É uma longa história... Mas você está errada nessa parte também, foi por isso que eu liguei... Sim, foi exatamente isso o que eu ví. -A voz de Alice estava muito dura e seus lábios estavam curvados em cima dos dentes. - É um pouco tarde demais pra isso, Rose. Guarde o seu remorso pra alguém que acredite nele. - Alice fechou o telefone com um rápido movimento dos dedos.
Os olhos dela estavam torturados quando ela olhou pro meu rosto.
— Alice - eu soltei rapidamente. Eu não podia deixar ela falar ainda. - Alice, Carlisle está de volta. Ele acabou de ligar antes de...
— A quanto tempo? - ela perguntou com uma voz confusa.
— Meio minuto antes de você aparecer.
— O que foi que ele disse? - Ela realmente estava prestando atenção agora, esperando pela minha resposta.
— Eu não falei com ele - meus olhos voaram pra Jacob.
Alice virou o seu olhar penetrante pra ele. Ele tremeu, mas continuou sentado ao meu lado.
— Ele perguntou por Charlie, e eu disse que Charlie não estava aqui - Jacob murmurou resentido.
— Isso é tudo? - Alice quis saber, a voz dela era como gelo.
— Depois ele desligou na minha cara - Jacob mandou de volta. Um tremor desceu a espinha dele, me fazendo tremer junto.
— Você disse pra ele que Charlie estava no funeral - eu lembrei ele.
Alice jogou a cabeça dela de volta pra mim. - Quais foram as palavras exatas dele?
— Ele disse 'Ele não está aqui' e Carlisle perguntou onde Charlie estava, Jacob disse 'No
funeral'.
Alice gemeu e caiu e joelhos.
— Me conte Alice - eu sussurrei.
— Aquele não era Carlisle no telefone - ela disse desesperançosa.
— Você está me chamando de mentiroso? - Jacob rosnou do meu lado. Alice ignorou ele, focando em meu rosto desnorteado.
— Era Edward - as palavras eram só um soluço sussurrado. - Ele acha que você está morta.
Minha mente começou a trabalhar de novo.
— Rosalie disse a ele que eu me matei, não disse? - eu perguntei, suspirando enquanto relaxava.
— Sim - Alice admitiu, seus olhos brilhavam duramente de novo. - Em defesa dela, ela realmente pensava isso. Eles confiam demais nas minhas visões pra uma coisa que funciona tão imperfeitamente. Mas pra fazer ela rastrear ele desse jeito! Será que ele não se dava conta... ou se importa...? - A voz dela desapareceu de horror.
— E quando Edward ligou pra cá, ele pensou que Jacob estava se referindo ao meu funeral - eu me dei conta. Alice olhou pra mim estranhamente.
— Ele acreditou.
— Eu. Não. Entendo - minha boca formou cada palavra silenciosamente. Eu não conseguia soltar... Não Não Não Não.... Isso não.
— Ele vai para a Itália.
Me levou a velocidade de um pulsar para entender. Quando a voz de Edward voltou na minha cabeça agora, ela não era a perfeita imitação das minhas ilusões. Era só o tom fraco, vazio, das minhas memórias. Mas só as palavras já foram suficientes .
Bem, eu não ia viver sem você, ele disse enquanto assistíamos Romeu e Julieta juntos, aqui nessa mesma sala. Mas eu não tinha certeza de como fazer isso... eu sabia que Emmett e Jasper jamais iriam me ajudar... então eu pensei que talvez eu pudesse ir para a Itália e fazer alguma coisa pra provocar os Volturi... Você não deve irritá-los. Não a menos que você queira morrer.
Não a menos que você queira morrer.
— Não... não... não, Alice isso não! -Eu sentí o sangue correndo para o meu rosto enquanto me dava conta do que ela havia visto. - Não! Não, não, não! Ele não pode! Ele não pode fazer isso!
— Ele se convenceu assim que o seu amigo o convenceu que era tarde demais pra te salvar.
— Mas ele... ele foi embora! Ele não me queria mais! Que diferença isso faz agora?
— Eu não acho que ele estava planejando viver muito mais que você - Alice disse baixinho.
— Como ele se atreve! - eu gritei. Agora eu estava de pé, e Jacob se levantou sem muita certeza pra se colocar entre Alice e eu.
— Oh, saia do caminho, Jacob! - eu acotovelei o seu corpo tremendo com uma ansiosidade desesperada. - O que nós faremos? - eu implorei pra Alice. Tinha que haver alguma coisa. - Não podemos ligar pra ele? Ligar pra Carlisle? -Ela estava balançando a cabeça.
— Essa foi a primeira coisa que eu tentei. Ele deixou o telefone numa lata de lixo no Rio, Alguém atendeu... - ela cochichou.
— Você disse antes que tínhamos que nos apressar. Apressar como? Vamos fazer isso, seja lá o que for!
— Bella eu, eu não acho que posso te pedir pra... - Ela parou indecisa.
— Alice - Eu chamei a atenção dela.
— Nós podemos já estar atrasadas. Eu ví ele indo para os Volturi... e pedindo pra morrer. - Nós duas vacilamos, e meus olhos ficaram cegos de repente. Tá explicado o mau presságio, com certeza estamos atrasadas. - Tudo depende do que eles escolherem. Eu não posso ver isso até que eles tomem a decisão. Mas se eles disserem não, e eles podem fazer isso, Aro sente afeição por Carlisle, e não ia querer ofendê-lo, Edward tem um plano reserva. Eles são muito protetores de sua cidade. Se Edward fizer alguma coisa pra perturbar a paz, ele acha que isso vai fazer eles o pararem. E ele está certo. Eles vão. -Eu encarei ela com a mandíbula apertada de frustração. Eu ainda não tinha ouvido nada que explicasse porque ainda estávamos aqui. - Então se eles concordarem em acatar o seu pedido, nós chegaremos tarde. Se eles disserem não, e ele inventar um plano que os aborreça rápido o suficiente, chegaremos tarde. Se ele começar a se deixar levar pelas suas tendências mais teatrais... podemos ter tempo.
— E será que da para você me explicar o que ainda estamos fazendo aqui?! - Eu disse irrittada.
— Escute, Bella! Chegando em tempo ou não, estaremos no coração da cidade dos Volturi. Eu vou ser considerada cúmplisse dele se ele conseguir o que quer. Você será uma humana que não apenas sabe demais, como também cheira bem demais. Há uma chance muito boa de eles eliminarem todos nós, apesar de no seu caso o castigo não durar mais que a hora do jantar.
— É isso que ainda tá segurando a gente aqui?
— Eu só estou com medo que você acabe morta. -Eu bufei de desgosto.
— Acredite em mim, não há com o que se preocupar. - Alice estava pronta para protestar novamente, então a interrompi...- Alice, confie em mim, vamos sair vivos de lá. Compre as passagens, eu vou pegar meus documentos e minha bolsa. -Ela acenou para mim, com os olhos surpresos. Pegou o telefone e foi para fora... Logo, meu pai me veio a mente - Charlie - eu preciso avisar a ele . Não que a minha presença aqui estivesse protegendo ele, mas eu não podia deixá-lo aqui pra encarar...
— Eu não vou deixar nada acontecer com Charlie - a voz baixa de Jacob, chegou aos meus ouvidos - Dane-se o acordo. -Eu olhei pra ele, agradecida. Ele acenou com a cabeça sorrindo- Ele é seu imprinting... - Olhei para Jacob preocupada. Eu sabia dos sentimentos dele, por isso nunca quis falar assim tão claramente a importância que Edward tem para mim.... Mas, agora que ele entendeu, eu não quero mentir!
—Sim! - Disse receosa. Não queria prerder meu melhor amigo. Ele sorriu tristemente e colocou as mãos em formato de conchas na minha bochecha.
— Está tudo bem. - Eu o olhei nos olhos - Você sempre vai ser importante na minha vida. - Respirei aliviada e o abracei com força.
—Obrigado! - Ele retribuiu o abraço... Jacob Black, consegiu minha admiração eterna com esse gesto de altuismo... Gesto que nunca vou esquecer.
— Se apresse, Bella! - Alice apareceu interrompendo urgentemente. Jacob me afastou um pouco.
—Vai... prometo explicar tudo a Charlie!
—Obrigado! - E falei emocionada e ele sorriu, inclinando a cabeça para a direita.
—Eu nunca vou conseguir ficar bravo com você, não é?! - Eu sorri com ele - Corre! - Agradeci novamente e fui para o meu quarto. Peguei uma bolsa que estava ainda arrumada de minha viagem a Mystic Folls... Deus abençoe a minha preguiça! Peguei a minha carteira na gaveta dentro do criado mudo, chequei meus cartões e documentos.. Tudo certo! Peguei meu celular jogado em cima da cama!
Sai do quarto com a bolsa suspensa enquanto colocava o celular no bolso, desci as escadas e entreguei minha identidade a Alice, para que ela fizesse minha reserva de voo! Ela pegou e saiu da casa!
Logo depois, fui direto para a gaveta do hack da sala, peguei a agenda de Charlie e uma caneta preta, escrevi em uma das folhas:

Charlie
Sei que é uma péssima hora,peço desculpas por minha falta neste momento tão delicado. Acredite em mim, se não fosse urgente, eu não sairia do seu lado.
Edward está em risco. Estou correndo contra o tempo no momento, não consigo te explicar com riqueza dedetalhes o que está acontecendo, não se preocupe, voltarei para casa! Converse com Jacob!
Eu te Amo, pai!
Me desculpe, novamente, pometo explicar tudo!
Com Amor, Bella!
Me Direcionei a Jacob.
— Sei que já pedi muito... Mas, poderia..? - Estendi a carta a ele que prontamente aceitou. Me abraçou, novamente!
—Eu prometo, vou cuidar do Charlie!
—Muito obrigado, Jacob... Muito Obrigado, mesmo! -eu disse enquanto corria para a porta da frente. - Eu prometo Voltar - Gritei para Jacob enquanto entrava no carro... Onde Alice já se encontrava!
— Se cuida! - Foi a última coisa que ouvi, antes de Alice sair da rua cantando pneu.

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