Nunca entendi aquela frase de que o amor e o ódio andam lado a lado, pra mim esses dois sentimentos sempre foram opostos demais pra ficarem tão perto assim, por isso sempre que minhas amigas falavam que " tanto ódio assim só podia ser amor" eu ria s...
Cheguei em casa depois do meu último dia de estágio e diferente dos outros dias tínhamos visita.
Robson e Vívian estavam na sala conversando e rindo com minha mãe, os cumprimentei e me apressei pra ir pro meu quarto mas minha mãe me chamou.
Karura- Temari espera, Robson queria falar com você.
Tema- Comigo? Por que? - perguntei dando meia volta e largando a mochila praticamente vazia no pé do sofá.
Robson- Vívian e eu abrimos uma farmácia a uns dois meses, você sabe não sabe? - assenti e sentei ao lado da minha mãe no sofá pequeno - Vívian vai começar a trabalhar no hospital agora ano que vem e vamos precisar de alguém pra cuidar das coisas na farmácia, estaria interessada na vaga?
Pisquei algumas vezes, ele tinha acabado de me oferecer um emprego? Isso era bom demais pra ser verdade não era? Eu já estava pensando em como ia fazer no ano que vem, e minha ideia de tirar um ano sabático parece ter ido por água a baixo agora, o que era bom na verdade.
Tema- É sério?
Vivian- Claro que é sério, queremos alguém de confiança, se estiver interessada gostaríamos só que fizesse um currículo e pode começar assim que suas aulas acabarem, acha que pode?
Tema- Claro, posso sim. Só pra saber, minha mãe não foi implorar por um emprego pra mim foi?
Minha mãe arregalou os olhos e me encarou indignada.
Karura- O que? Por que acha que eu fiz isso?
Tema- É a sua cara mãe, e ficou apavorada quando falei de passar o próximo ano sem fazer nada.
Vívian e Robson estavam rindo, mas eu estava falando sério, mesmo que eles sejam amigos da família a um bom tempo eu ainda achava estranho que eles tivessem pensando em mim.
Robson- Só se pediu pra Vívian, mas sua mãe não falou nada pra mim.
Vivian- É claro que não, nós pensamos em você por que é uma garota inteligente e responsável, e precisávamos de alguém de confiança.
Karura- Está vendo? Eu não fiz nada dessa vez, mas faria se você inventasse mesmo de ficar sem fazer nada.
Tema- tudo bem, então o que exatamente eu teria que fazer?
Conversamos por um tempo e eles me explicaram mais ou menos o que seria minha função, horários e salário, no primeiro mês eles iriam me treinar e eu ganharia 600 reais e depois assinariam minha carteira e eu ia receber um salário mínimo, parecia ótimo pra mim e o combinado não sai caro né?
Eu estava na última semana do colégio agora e depois disso teríamos a formatura, que era o assunto principal agora, depois de termos finalizado as provas e o estágio todos sabíamos quem tinha passado e quem precisaria de recuperação, por uma graça divina eu e todos os meus amigos tínhamos passado, ninguém de recuperação então nosso clima era de festa o tempo inteiro.
Era nostálgico pensar que estávamos vivendo o fim de uma era, nossa adolescência estava ficando pra trás e aos poucos estávamos virando adultos, não consigo me sentir nada adulta ainda e nem imagino que esse sentimento vá mudar em breve.
Na verdade me sinto cada vez mais perdida conforme os dias passam, por que antes eu sabia o que esperar do ano seguinte, mas agora.... Agora o futuro é totalmente desconhecido, não tem nenhum padrão pra se seguir e eu nem quero seguir um padrão pré estabelecido.
Ao mesmo tempo que tenho medo, estou ansiosa pra descobrir o que vem depois, preciso confiar que vou tomar boas decisões.
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