00| PRÓLOGO

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O aroma suave de lírios e rosas preencheu o ambiente, trazendo uma paz temporária à mente de Olívia

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O aroma suave de lírios e rosas preencheu o ambiente, trazendo uma paz temporária à mente de Olívia. Ela estava atrás do balcão da pequena floricultura onde trabalhava, mãos ocupadas ajustando cuidadosamente as flores no arranjo de uma cliente regular. Para quem olhasse de fora, o cenário parecia perfeito: a luz do sol invadia o espaço por entre as janelas grandes, refletindo nos buquês que cobriam quase todas as superfícies. No entanto, por trás do sorriso calmo de Olívia, uma tempestade silenciosa rugia.

— Aqui está o seu pedido, senhora Russel — disse Olívia, entregando o arranjo com um gesto gentil, enquanto ajustava a faixa de sua blusa. — Espero que ele traga um pouco de cor para sua semana.

A cliente, uma mulher mais velha, sorriu e agradeceu antes de sair. O sino da porta tocou suavemente, indicando sua partida. O som quase trouxe uma sensação de liberdade para Olívia, uma pausa breve da constante pressão que a vida lhe impunha.

Por trás de seu comportamento sereno, havia uma mulher tentando curar feridas invisíveis. O relacionamento com sua família havia deixado marcas profundas, muito mais dolorosas do que qualquer cicatriz física que já fora feita em seu corpo. Seus pais nunca a viram como mais do que um fardo, e ela sempre se sentira insuficiente. Sua mãe, uma mulher de temperamento frio, sempre a criticava pela vida que Olívia escolheu para si. Trabalhar em uma floricultura era visto como uma "falta de ambição" aos olhos de sua família. Já seu pai, embora silencioso mas igualmente agressivo, deixava claro seu desdém com olhares que transmitiam decepção. Havia um sentimento de vazio em casa, como se ela nunca pudesse ser boa o suficiente, e qualquer tentativa de encontrar seu próprio caminho era rapidamente sufocada.

E então havia o ex-namorado, Jace Norris. Um relacionamento que começou como uma fuga do ambiente familiar tóxico rapidamente se tornou uma armadilha ainda mais sufocante. Ele era carismático no início, encantador até. Mas, com o tempo, suas palavras doces se tornaram venenosas, e sua necessidade de controle se transformou em agressividade. Ele manipulava seus sentimentos, a diminuía, e a fazia acreditar que ela não valia nada sem ele. Até que, um dia, Olívia encontrou a força para partir — uma decisão difícil, mas necessária. Mesmo longe dele, o peso do passado ainda a seguia, assombrando suas noites solitárias.

Ela suspirou, sentindo o peso daquele pensamento. A floricultura, por mais humilde que fosse, era seu refúgio. Ali, no meio de pétalas e perfumes delicados, ela encontrava um pouco de paz. Mas, como em todos os momentos de tranquilidade, o caos nunca estava muito distante.

Do outro lado da cidade de Nova York, em um prédio luxuoso, três homens discutiam questões muito diferentes. Dimitri Volkovitch, o impiedoso líder de um dos maiores clãs da máfia russa, caminhava lentamente ao redor de sua mesa, seus olhos escuros observando cada detalhe do ambiente como se pudesse detectar qualquer traço de fraqueza.

— Você tem certeza de que é isso que queremos? — perguntou Aleksandr Volkova, seu braço direito e ex-soldado. Aleksandr era o oposto de Dimitri em muitos aspectos. Enquanto Dimitri carregava uma aura de controle implacável, Aleksandr era mais protetor, sua lealdade inabalável mas com um senso de moral que às vezes o fazia questionar as ordens do chefe.

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