02| CAPÍTULO DOIS

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A máfia não é apenas um negócio

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A máfia não é apenas um negócio. Não é algo que você escolhe. Ela é passada de pai para filho, como sangue correndo nas veias. O código de honra, a lealdade inquebrável, e o poder absoluto. Essa é a minha herança, o que me foi entregue por meu pai e avô antes dele. E é o que eu, Dimitri Volkovitch, vou garantir que continue intocado.

Estava sentado na sala do nosso apartamento em Nova York, o copo de whisky na mão, enquanto a fumaça do meu cigarro subia lenta e preguiçosa pelo ar. Gostava do peso do copo nas mãos. Era algo sólido, algo real. Tal como o poder que carrego sobre meus ombros. Um poder que, por mais que consumisse tudo ao meu redor, nunca me derrubaria. Não sou feito para cair.

— Precisamos resolver essa questão com os Romanov logo — falei, rompendo o silêncio.

Aleksandr, sentado à minha frente, acenou com a cabeça, seu rosto sério como sempre. Ele era um soldado, um homem feito para lutar e seguir ordens. Sabia seu lugar e entendia a responsabilidade que tinha para com o clã. Mas também era cauteloso, sempre questionando minhas decisões.

— Eles estão expandindo demais - Aleksandr disse. — Querem tomar território que não é deles.

— E armas? — perguntei, dando mais um gole no whisky, sentindo o líquido quente descendo pela garganta. — Precisamos garantir que nosso fornecimento continue. Sem falhas.

— Já estamos negociando com o contato na Ucrânia —  ele respondeu. — Mas os Romanov podem atrapalhar isso.

O nome Romanov sempre me irritou. Rivais antigos, um clã que sempre tentou nos derrubar. Mas enquanto eu estiver à frente, eles nunca conseguirão. Simples assim. Lealdade e força. Isso é tudo o que preciso.

Nikolai entrou na sala sem cerimônia, como sempre. Seu jeito despreocupado me irritava, mas ele era meu irmão. Não podia negar que sua habilidade com tecnologia salvava nossas operações inúmeras vezes.

— Vocês dois são um tédio - ele disse, pegando um cigarro da minha mesa e acendendo. — A vida não pode ser só sobre armas e territórios, Dimitri.

— Você está fora do seu lugar, Nikolai —falei, dando-lhe um olhar afiado.

Ele riu, como sempre fazia, jogando-se no sofá ao lado de Aleksandr. Meu irmão mais novo sempre gostou de provocar, mas sabia quando parar.

— Falando em coisas que não são só armas e territórios... — Nikolai sorriu de forma maliciosa. — Ouvi dizer que nossa querida noiva prometida, Zarya Ivanov, ainda está esperando o seu grande "sim".

Zarya. A maldita tradição. Desde que nasci, fui prometido a ela. A aliança entre as duas famílias era um acordo antigo, algo que, aos olhos de todos, consolidaria meu lugar como líder absoluto. Mas Zarya não era o que eu queria.

O que eu queria era Olívia.

Eu a vi pela primeira vez quando viajei para os Estados Unidos para uma reunião importante sobre nossos negócios. Eu me sentia cansado, exausto das negociações, das ameaças veladas e das alianças que precisávamos garantir. Estávamos no meio de uma reunião sobre um carregamento de armas quando a vi passando pelo reflexo do vidro. Era como se o mundo tivesse parado. Ela não pertencia àquele lugar, mas ainda assim, parecia ser a única coisa que importava naquele momento.

Almas Corrompidas +18Onde histórias criam vida. Descubra agora