Capítulo 15

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No momento seguinte estamos todos reunidos na sala por onde Kaylan havia entrado na sala de jantar, pela manhã, era uma biblioteca enorme, era o único cômodo totalmente inteiro e preservado, parecia uma cúpula, porém o teto de alguma forma era como olhar para o universo entre estrelas e galáxias, podia até mesmo o tocar como se estivesse no espaço, havia uma imensa janela no fundo que demonstrava toda a beleza da montanha ao fundo, tornando a vista á noite incrível, a luz da lua banhava o recinto além dos castiçais com velas espalhados entre as colunas das estantes repletas de livros.

No centro do teto havia um lustre que de alguma forma parecia flutuar, havia um tapete ao centro e uma mesa grande e redonda de madeira adornada, cadeiras de veludo azul escuro a comportavam, no canto esquerdo próximo ao imenso vitral havia um piano preto polido, havia duas poltronas também de veludo azul mais afastadas da mesa no centro, uma lareira crepitava no centro da direita entre algumas prateleiras de livros.

Tinha uma escada para o "segundo andar" com corrimões de ferro preto ondulados, do lado oposto da enorme janela estava uma mesa com papeis e uma poltrona, na parede atrás um enorme mapa assim como o do salão principal, porém plaino e com vários marcadores.

Apesar de eu querer correr os dedos pelos diversos livros e explorar suas histórias, naquele momento todos estavam sentando nas poltronas e Heren procurava entre os papeis da mesa, me aproximo ficando em pé e encosto em uma prateleira, cruzo os braços aguardando. O foco de todos era em Arah sentada no centro, balançando a perna freneticamente e em silêncio.

- Está bem, Arah - Heren chama, sentando na frente dela. - Por favor, nos conte exatamente o que viu, seja precisa o máximo que conseguir, não poupe os detalhes.

Então ela começa.

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ARAH

Minhas mãos estão cheias de sangue, pisco uma vez para assimilar onde estou, há destruição por toda parte, corpos sem vida jazem pelo chão, reconheço seus rostos familiares, por algum motivo não sinto nada em relação a eles, como se merecessem o que quer eu tenha feito a eles, até mesmo sinto meus lábios se abrirem em um sorriso satisfeito.

Há uma presença em minha volta, analisando-me e ao mesmo tempo aprovando o que eu havia causado, sua voz rouca e delicada com o mais puro ódio sussurrava em meus ouvidos, incitando que eu continuasse a provocar toda aquela matança e seguisse sob seu domínio, o poder parecia me consumir loucamente e eu novamente sentia a mesma sensação que dormira por anos.

Meu cérebro não conseguia encontrar razão para o que eu estava a fazer, a palma de minha mão queimava através daquela fenda negra, sombras a envolviam e a satisfação me consumia por inteiro, por algum motivo sentia como se houvesse quebrado uma maldição de longa data que havia me tornado um ser frágil e doente por tanto tempo.

Em minha frente havia alguém, aos seus pés jazia o corpo daquele humano que eu matará, podia ouvir seu coração batendo fora de sincronia, o medo e a descrença rodeavam o ambiente, a guerra já havia se instaurado e as raças permaneciam em total desunião, podia até mesmo lamber os lábios sentindo o gosto de poder e vitória sobre todos aqueles que haviam me destruído no passado e que agora seriam comandados e fadados a viver sob minhas restrições.

Porém essa pessoa em minha frente não parecia se abalar diante disso, de alguma forma ela iniciará aquilo e poderia acabar com tudo, não houve nem mesmo um segundo sequer para sua magia me atingir e obrigar-me a contra atacar, ao mesmo tempo aquela voz me incitava a continuar enquanto que aquele alguém dizia que eu estava cometendo um erro tremendo, por algum motivo meu coração queria a ouvir e minha mente a processava e entrava em conflito.

A Bruxa da MaldiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora