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📲 Carter

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📲 Carter

      Carter sentia-se destruído

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      Carter sentia-se destruído. A viagem de Cairo para o Brooklyn tinha sido tão longa que ele simplesmente não via a hora de chegar em casa e passar doze horas seguidas dormindo, mesmo que sua família quisesse comemorar o seu retorno. Eles com certeza entenderiam que a diferença de fuso e as longas horas no avião tinham sido bem exaustivas. Depois, ele aceitaria comemorar o quanto eles quisessem.

       Estava pegando as suas malas naquele momento. Eram muitas, já que, além de ter se preparado para passar um ano inteiro em outro país, ele também tinha comprado coisas novas, incluindo presentes para seus pais e sua irmã mais nova, Sadie, que estava junto de um suposto amigo esperando por ele na praça de alimentação. Os três iam comer alguma coisa e então voltariam para casa. Seus pais tinham passado horas no telefone se lamentando por não poderem ir buscá-lo na noite anterior. No entanto, Carter compreendia. Eles estavam trabalhando, não podiam fazer nada.

       Quando percebeu que já tinha todas as suas coisas de volta, respirou fundo e começou a caminhar em direção a praça. Perguntava-se o que ia acontecer quando visse Sadie novamente. Os dois tinham uma relação engraçada. Brigavam literalmente o dia todo, como gato e rato. Sadie dizia que seu irmão era um nerd idiota e Carter dizia que ela era irritante. No entanto, eles se amavam muito. Sua mãe sempre dizia que não entendia porque eles sempre brigavam e, mesmo assim, viviam grudados.

        E, até aquele momento, estavam separados há um ano. Não sabia se iam sair no soco assim que se vissem ou se iam se abraçar e depois recomeçar as brigas. Só sabia que sentia falta dela. Sentia falta da música alta que vinha do seu quarto, das implicâncias, de provocá-la por causa dos supostos namoros — que, Carter tinha de admitir, ele não conseguia imaginar sendo sérios agora que ela já estava no ensino médio — e até mesmo de ajudá-la com as tarefas da escola que ela não conseguia fazer, mesmo que ela fosse teimosa e eles sempre acabassem brigando quando ele tentava lhe dar alguma instrução. Sadie era como uma extensão dele. Ela mesma dizia que era o lado legal da sua personalidade. Ele rebatia dizendo que era o lado inteligente da dela.

        Quando avistou a garota, viu que ela não parecia tão entediada quanto demonstrou estar nas mensagens que lhe enviou. Estava conversando com um garoto alto e musculoso cuja pele tinha cor de chocolate. O cabelo era raspado e ele estava sorrindo bastante. Olhava para Sadie como se ela fosse a única pessoa naquela praça. Eles pareciam bem próximos, e Carter não soube o que sentir. Apenas ficou feliz por ver que sua irmã tinha um amigo tão especial, se é que ele realmente era seu amigo. O garoto estava tentando se acostumar com o fato de que sua irmãzinha já tinha quinze anos e as coisas já não eram as mesmas.

       O menino junto de Sadie reparou na presença de Carter antes dela, apontando discretamente para o Kane para chamar sua atenção. A menina olhou na direção do irmão, e então conteve o sorriso que tentava nascer em  seu rosto e se levantou. Carter esperava um abraço, mas a primeira coisa que recebeu foi um soco no braço. Um forte. Doeu bastante.

      — Finalmente! — Sadie exclamou, então puxou Carter para um abraço apertado. Ela ficou alguns minutos ali, encostada nele, e Carter tentou distinguir se ela estava matando a saudade ou tentando matá-lo sufocado. Entre uma opção e outra, ele decidiu acenar para o garoto sentado à mesa, que retribuiu o aceno com um sorriso sem graça. Parecia meio desconfortável por estar presente em um momento tão íntimo, e Carter logo entendeu que ele provavelmente não queria estar ali, mas não tinha resistido ao charme de Sadie. Era impossível dizer “não” para ela.

       — Eu também estava com saudades — Carter a afastou —, mas isso não é motivo para me matar de falta de ar.

       — A viagem foi tranquila? — Sadie ignorou o comentário, voltando a se sentar onde estava. Carter se acomodou do outro lado da mesa.

       — Foi — respondeu — Demorou bastante, mas não tiveram muitos problemas e eu consegui dormir bem. Nada de crianças chorando ou gritando. Normal.

       — Que bom — disse ela — Estou morrendo de fome. A gente pode comprar alguma coisa?

     — Eu vou — o garoto ao lado de Sadie se levantou — Posso buscar uma porção de frango e batata para a gente, que tal? Enquanto isso, vocês dois conversam.

       Sadie o analisou. Deve ter percebido que ele queria deixá-los sozinhos, então apenas assentiu. Carter também aceitei a sua ideia, então o menino foi em direção a fila da lanchonete.

      — Qual o nome dele mesmo? — perguntei.

      — Walt. Ele estuda comigo — Sadie explicou — Ele já tem dezesseis, então pode dirigir. Como o papai e a mamãe não iam poder vir, ele se ofereceu para me trazer aqui, assim você não teria que ir para casa sozinho.

       — Muito gentil da parte dele — falei — Ele parece bem legal.

     — Ele é — minha irmã abriu um sorriso — Tenho certeza que vocês vão fazer amizade. Ele se dá bem com todo mundo que encontra.

      — Isso é bom — Carter falou, então apontou para as tranças de Sadie, que caíam sobre seus ombros em uma mistura de loiro, rosa e azul — O cabelo novo ficou legal.

        Na última vez em que os dois estiveram juntos pessoalmente, Sadie estava com o seu cabelo natural e ainda tinha catorze anos. Carter tinha dezesseis e seu cabelo estava bem mais curto. Os dois já tinham visto essas pequenas mudanças um no outro por foto, mas pessoalmente era diferente. Carter mal podia acreditar no quanto sua irmã tinha crescido. Estava mais alta e já parecia mais uma adulta do que a pirralha que ele estava acostumado a conhecer.

      — Você já tinha visto. Eu te mandei foto no dia que fiz as tranças — ela implicou.

     — Eu sei. Só estou expressando que estou feliz em te ver pessoalmente, bobona — Carter rebateu. Aquilo era verdade. Estava tão grato por estar com Sadie ali que nem se importava em expressar isso. Sadie revirou os olhos, mas parecia feliz também.

     Walt, o amigo de Sadie, retornou com a porção de frango frito e batata, sentando-se ao lado de Sadie, que já pegava um pedaço de frango. A comida deixou a conversa menos travada, e logo os três estavam batendo papo sobre tudo o que tinha acontecido naquele um ano. Carter e Walt se entenderam logo de cara, e o garoto não podia ter ficado mais feliz em estar de volta.

notas da autora

oi amorecos, tudo bem??? espero que sim!!! essa att tá bem curtinha mas é pq eu tô mais focada na narração nos últimos tempos então não consegui fazer mto socmed... enfim, espero que vocês tenham gostado e até a próxima!

two young hearts - carteziaOnde histórias criam vida. Descubra agora