15 | colegas de quarto [II]

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Desde o jogo de "Verdade ou Desafio", aquele beijo simples mas cheio de significado não saía da minha cabeça

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Desde o jogo de "Verdade ou Desafio", aquele beijo simples mas cheio de significado não saía da minha cabeça. Eu não conseguia parar de pensar nela, em S/N. Tudo nela parecia diferente agora. Não era mais apenas a colega de quarto que dividia as responsabilidades do apartamento e as conversas sobre o dia a dia. Algo mudou no instante em que nossos lábios se tocaram, e não sei se ela sentiu o mesmo, mas, para mim, foi como se uma chama silenciosa tivesse sido acesa entre nós.

Passei a noite seguinte daquele jogo deitado na cama, encarando o teto, com uma mistura de ansiedade e curiosidade me consumindo. S/N estava tão tranquila e genuína naquele jogo, mas será que ela sabia o quanto aquilo tinha mexido comigo? O jeito que ela riu depois do desafio, os olhares que trocamos. Parecia que tudo estava submerso em uma camada de "e se?". E se eu a visse diferente agora? E se ela também estivesse pensando nisso?

Os dias que se seguiram não ajudaram muito. No treino, eu estava visivelmente distraído, algo que Manuel, Facundo e Rasmus notaram imediatamente. Eles não precisavam nem dizer uma palavra. Eu sabia que os olhares e sorrisos que trocavam entre si indicavam que estavam tramando alguma coisa. E eu estava certo.

Era uma tarde de quarta-feira, depois de um treino pesado, quando Manuel veio até mim, se encostando no armário ao meu lado no vestiário.

- Garnacho, o que você acha de sair hoje à noite? - ele perguntou casualmente, mas o tom de voz denunciava algo a mais.

Facundo apareceu logo atrás, já com um sorriso de quem estava tramando algo.

- Um encontro mais tranquilo - acrescentou, com aquele brilho travesso nos olhos. - Sem toda aquela bagunça. Só nós e as garotas.

Senti um aperto no peito. Não era difícil adivinhar para onde essa conversa estava indo, mas eu continuei ouvindo.

- Talvez algo... mais íntimo? - Rasmus completou, entrando na conversa, e eu soube que eles estavam falando sobre S/N.

Eu ri baixinho, balançando a cabeça.

- O que vocês estão tramando?

Manuel deu de ombros, fingindo inocência, mas não convenceu.

- Não estamos tramando nada, mano. Só achamos que você e a S/N precisam de um tempo para... se conhecerem melhor.

Facundo se inclinou, rindo.

- Você sabe que a gente viu aquele beijo, né? Não adianta disfarçar.

Eu tentei parecer tranquilo, mas sabia que meu rosto estava me entregando. Um rubor leve subiu pelas minhas bochechas, e eles, claro, notaram isso.

- Tá bom, o que vocês estão planejando? - perguntei, já sem paciência para os rodeios.

Facundo sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

- Vamos armar um encontro para vocês. Vamos dizer a S/N que todos vamos nos encontrar para jantar, mas no final só você vai aparecer. O que acha?

Minha mente ficou a mil por um instante. Parte de mim estava nervosa, porque isso parecia uma jogada arriscada demais, mas outra parte... queria ver até onde isso ia. Eu queria, mais do que qualquer coisa, passar mais tempo com ela. Entender o que eu realmente sentia e se ela também sentia algo. Talvez aquele plano maluco fosse a oportunidade perfeita.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, Alejandro Garnacho (Em Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora