SPEAK NOW | Inumaki Toge

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Oioi pessoal! 

Vocês irão me xingar pois nem terminei as histórias que já tenho no perfil e venho com mais uma rs (desculpa, é o meu jeitinho).

Juro que essa será só mais uma e que não postarei nova fanfic enquanto não terminar as que já tenho. Enfim, espero que gostem! 

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Um rapaz de fios esbranquiçados quase como a neve, olhos serenos e uma boca bem delineada. Ele não dizia nada, mas me observava como se fosse uma joia da mais preciosa e que precisava de toda a atenção do mundo. Me aproximei dele e tentei tocá-lo, mas havia uma parede nos impedindo e como o sopro de um vento, ele desapareceu da minha frente. 

Abrindo meus olhos aos poucos, sinto a claridade me incomodar nos primeiros segundos até me acostumar. Olho ao redor do meu quarto e tudo esta igual a ontem, preciso arrumar essa bagunça. Me sentando na cama enquanto esfrego meus olhos, fico tentando processar o sonho que tive.

— Já é a segunda vez que sonho com esse rapaz... — Tento novamente lembrar do seu rosto e se eu já o vi em alguma festa, evento ou qualquer lugar. Mas nada me vem em mente, era completamente desconhecido.

Tão estranho quando sonhamos com pessoas aleatórias. Olho para o lado e vejo minhas muletas me aguardando para o nosso longo dia, minhas pernas não funcionam mais perfeitamente, acabei tendo uma lesão séria quando fazia balé e desde então tive que me "aposentar" do que tanto amava. Com isso, a vida tem me dado a arte como segundo sonho a ser conquistado, ou seja, um premio de consolação.

Com cuidado pego as minhas muletas e vou ao banheiro fazer minha higiene matinal. Não é que eu não consiga andar, mas fazer muito esforço na minha perna me faz chegar a um ponto em que sinto fortes dores. Escovo os dentes, entro no box para tomar um banho e quando saio, coloco uma roupa confortável.

Caminho até a cozinha onde sinto um cheiro gostoso de ovos fritos e pão fresquinho. Meu irmão esta bem ocupado enquanto ouve sua música e faz vitamina. Moramos juntos desde que nossos pais faleceram, ele é uma pessoa incrível e muito dedicada.

— S/n! Bom dia — Sorriu enquanto colocava na mesa um copo de vitamina para mim.

— Bom dia, Yuta — Sorri me ajeitando na cadeira e experimentando — Huuuum, vitamina de morango.

— Do jeito que você gosta — Sentou-se na minha frente e apoiou sua mão no rosto — Como anda as encomendas de quadro?

— Cansativas — Suspirei — Eu gosto de fazer quadros do zero para decoração de casas, mas não deixa de ser algo que demanda tempo e os clientes não querem saber disso.

— As pessoas são bem ignorantes  as vezes — Passou a mão pelos fios de cabelo — O lado bom disso é que você ganha bem por esses quadros e é bem reconhecida.

— Sim, com certeza.

Termino de tomar minha vitamina e começo a comer aos poucos meu pão. Gosto de fazer quadros para pessoas de classe alta, a remuneração é boa e geralmente meu único problema são com os prazos.

Pego minha mochila, me despeço do meu irmão e vou caminhando até o ponto de ônibus. Vejo algumas crianças passarem cochichando enquanto olhavam para mim, é normal terem dúvidas do porquê eu estar mancando já que até uns meses atrás eu era uma ótima bailarina. Tento me convencer de que não estão zombando de mim, mas já é tarde, a primeira risada já foi ouvida. Puxando meu celular para ver o horário que o ônibus irá passar, acabo esbarrando em alguém que toca em mim para que eu não caia no chão.

— Opa, que pressa é essa? — Olho para cima assim que eu ouço aquela voz irritante, meu ex, Makoto.

— Tchau — Respiro fundo já sabendo que ele não irá desistir

— Que isso, é assim que você fala com um velho amigo? — Ele me acompanhava enquanto eu me aproximava do ponto de ônibus.

— Nós não somos amigos, se você não se lembra, eu mandei você sumir da minha vida fazem dois meses.

— E eu sumi — Sorriu — Mas pensei que talvez você pudesse estar sentindo minha falta e...

— Não, não sinto falta de alguém que tinha vergonha de mim e me escondia como se fosse alguma boneca com defeito.

— Eu não fazia isso por vergonha de você, S/n, era apenas uma forma de te proteger.

— Me proteger? — Solto uma risada anasalada — Era só o que me faltava. Vai embora logo antes que eu avise ao Yuta quem resolveu me atormentar. 

Sem muito o que dizer e sendo observado pelas pessoas presentes no ponto de ônibus, ele resolveu ir embora. Balancei a cabeça negativamente e entrei no ônibus. Peguei meu fone de ouvido e coloquei para tocar Snow Patrol – Chasing Cars.