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HOJE foi o último treino antes do recesso pro natal.
Além do treino, teve algumas sessões de fisioterapia. E por eu ter sido o último, eu e Ivan caminhamos pelo CT quase vazio até o estacionamento. O meu pai me trouxe hoje, então eu tinha que esperar a minha carona do dia chegar.
— Seu pai está muito longe? — ele pergunta, se encostando no seu carro e me fazendo fazer o mesmo.
— Ele disse que daqui a pouco já está chegando. Acho que teve trânsito na avenida. — ele assente.
— Deve ter tido mesmo. — concordo e nós começamos a conversar.
Ivan é maneiro demais, é muito legal estar perto dele.
Eu vejo muito da personalidade dele na Katherine, e chega a ser engraçado o quanto os dois são parecidos. Também fico feliz dele ter nutrido uma amizade com os meus pais, principalmente com o meu pai.
— Jobe, posso te fazer uma pergunta? — ele pergunta do nada, após ficarmos poucos segundos em silêncio.
— Pode. — afirmo, bebendo um gole d'água da minha garrafinha.
— Há quanto tempo você e a Katherine estão ficando? — meu Deus.
O gole d'água quase entala na minha garganta e eu travo, tossindo um pouco.
— O quê?! Do- Do que você tá falando, Ivan? — pergunto, rindo de nervoso e tentando brincar com a situação.
Falhei miseravelmente.
— Vamos lá, Jobe. Somos parceiros, não somos? — indaga e eu assinto, meio incerto e ainda nervoso.
— Claro...
— Pode me falar, não vou ficar bravo. Falar não, admitir, porque vocês são péssimos atores. — diz, rindo fraco e eu o acompanho, coçando a nuca.
Okay, eu realmente preciso aprender a disfarçar um pouco mais. Pelo visto, não só eu.
Respiro fundo, tentando achar palavras que deixem a situação menos esquisita.
