Como posso pedir sua mão,
Quando minha vida 'tá em desalinho?
Como posso te querer do meu lado,
Quando preciso de tempo pra arrumar meu caminho?
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20 de junho de 2020
Querido diário,
Já tem algum tempo que não nos falamos, lamento por isso, mas esse ano está me enlouquecendo, como coisas tipo: possível terceira guerra mundial, covid-19 mais o isolamento social, o presidente de merda e o seu pessoal, desastres e acontecimentos naturais...
Também há outros assuntos de relevância um pouco inferior: outra tentativa de relacionamento com meu melhor amigo, que, como previsto, não deu em nada, mas pelo menos eu tentei, e ele aparece com uma namorada surgida do nada. Começaram no mês passado, no dia dezessete; mas melhor assim.
Outra coisa foi que deixei perder o contato com o meu crush, garoto dos olhos tempestuosos, sei lá qual foi o problema, o meu problema, na verdade; para que eu tenha broxado com esse ser. Toda vez que ouço Kamaitachi, me lembro dele, acho que sinto algo, mas não sei exatamente o que (é um saco ser tão incerta), mas ele não merece entrar no meio dessa bagunça.
Falemos agora sobre inglês. Sinto-me tão orgulhosa de mim mesma. Da última vez que nos falamos eu era uma desgraça completa, mas agora, posso até ler algumas sentenças.
Sobre minha mãe, ela veio me ver dois dias após o dia das mães, ainda não sei qual é a dela, mas adoro os presentes.
Com relação ao meu futuro, nem sei ao certo o que esperar. Não vejo a escola desde o término do meu segundo ano, mas sei que é devido ao coronavírus. Temo não alcançar nota suficiente para entrar na faculdade, na real, nem sei qual curso escolher.
No entanto, pode não haver um próximo...
Não sei ao certo o que lhe dizer, porém... porém nada. Vim principalmente pela confusão na qual me encontro com relação aos meus sentimentos relacionados ao meu crush. Ele em conjunto de Kamaitachi mexem comigo de uma maneira indescritível. Não sei o que fazer, mas sei que ele merece a certeza, mas no momento, não posso dar isso a ele. Ainda.
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01 de julho de 2020
Querido diário,
Nos veremos mais daqui em diante, portanto espero que criemos um vínculo e que nossa relação seja em mais puro sigilo, certo?
Para que possamos nos conhecer melhor irei me apresentar. Sou Aria, Aria Carmin, tenho dezesseis anos e estou no meu último ano do ensino médio, pelo menos assim espero, já que esse ano parece até mesmo o início do apocalipse na terra. Diversas coisas ruins decidiram protagonizar tudo nesse ano...
Continuando, eu não tenho ideia alguma do que esperar do meu futuro, pois meus planos para esse não passam de um mero rascunho que posteriormente é jogado ao lixo.
Sobre minha personalidade eu costumo ser introvertida, não só pela timidez, diria ser um traço mesmo... Sou bem dedicada e com conhecimento em diversos assuntos, mas nada muito profundo. E isso é tudo que posso lembrar de mim.
Alguns dias atrás voltei a conversar com meu crush, nos conhecemos no dia 11 de fevereiro do ano passado, mas fomos realmente conversar um pouco mais da outra metade do ano.
Mais ao final, comecei a ter um certo crush nele, penso até que foi recíproco, no entanto, não rolou nada sério, muito menos uns beijinhos, lamentavelmente.
Devo ressaltar que a culpa da questão seja minha com: vamos devagar, tenha paciência e blá blá blá... E agora, nossa! Se antes eu já achava ele bonito, agora ele tá maravilhoso.
Eu tenho grande parte de certeza que ele já superou esse lance e que no máximo rola uma amizade. Me culpo pelos meus vacilos, mas o que há de se fazer se eu sou uma pessoa inconstante.
Agora, eu não paro de pensar nele, chega a ser frustrante, terei de aceitar esse fato, não é?
Por enquanto é isso.
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19 de outubro de 2020
Querido diário,
Como vai? Sei que não o atualizo a algum tempo, mas são tempos corridos.
Gostaria de começar a lhe contar sobre os acontecimentos, de certa forma estranhos, dessa manhã.
Acordei após uma madrugada tempestuosa, que brinco dizer que fui atingida por um raio, bom, ao menos a faísca dele, que foi atraída pelo meu anel de ouro em meu dedo do meio, causando, assim, certa elevação em suas juntas.
Também, a janela fechou-se de maneira desconhecida por mim, me lembro unicamente de ter acordado no meio da noite e pensado: nossa, que bacana, está chovendo, a mimir. E a janela amanheceu fechada, minha vó diz não ser ela, assim como meu irmão, nem chego a considerar meus tios. A minha piranha também se encontra desaparecida, no entanto a encontrei unida à toalha...
Mudando de tópico, me afastei ultimamente da minha aprendizagem inglesa, acabei usando esse tempo para a minha leitura. Penso em cursar administração caso nada melhor me venha à mente. E, estou à procura de um emprego. Aliás, minhas entregas do currículo foram fracassadas, talvez nem todas, um cara elogiou meu currículo a um terceiro e acabei ouvindo. Tu nem imagina como isso me fez ficar radiante.
Penso que essas foram as únicas novas que eu tenho a lhe dizer. Ao menos, aqueles não relacionados ao meu objeto de desejo.
Ele, ele e ele.
Não paro de pensar nele, ele fez uma morada no meu coração, que creio eu, incapaz de ser demolida. Estou em busca de um emprego, primeiramente por mim, depois por ele. Preciso de alguma forma de independência e, essa é a perfeita para estar ao seu lado, embora eu ache que ele já não me queira mais lá.
Sinto a falta dele, sinto muito a falta dele.
Entretanto, nem sei mais se devo ou não ir ao seu encontro, ouvir sua voz rouca cantar em meus ouvidos, pelo fato dele ser livre de mim, buscar um romance que o receba na hora. Estou muito insegura, insegura demais e ela só aumenta pelo fato dele ser magnífico.
Gostaria de ser mais confiante e ter certeza dos meus sentimentos e lutar por nós. Contudo, prossigo no objetivo de um emprego.
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Vestígios de nós dois
No FicciónPorque as palavras que eu não disse estão me sufocando e eu precisava que existisse alguma coisa que não estivesse apenas na minha cabeça, nas minhas memórias, no meu coração.