"... Estou jurado pra morrer de amor"
A segunda-feira tinha iniciado para mim às 08h e com um sol que já se fazia presente de tão quente, anunciando o dia abafado. Fernanda Abreu não mentia quando cantava 'Rio 40 Graus' para a cidade maravilhosa.
Era meu dia de folga, meu e de todos que trabalharam até às 02h da matina no bar. O descanso era mais que merecido para meus guerreiros trabalhadores. Se eu precisava relaxar, imagina eles que trabalhavam muito mais do que eu?
Pois bem. Levantei da cama, fiz meu ritual: higiene, café e me jogar no sofá para ouvir meia horinha de jornal com meu cafézinho na mão e a bola de pelo tricolor largado embaixo do meu pé.
Ah, esqueci de apresentar o rei do meu apartamento e o único homem que permito mandar em mim hoje em dia: Whisky. Um bernese imenso de grande e que mesmo assim achava que era um bebê.
Enquanto eu fazia carinho nele com os meus pés via na televisão as notícias mais absurdas que aconteciam no Brasil - ou com brasileiros - e no mundo. Era tragédia demais para um único globo azul.
Interrompendo a previsão do tempo que indicava chuva no final do dia, meu celular tocou na mesa de centro que adornava a sala. Na tela, o nome de Rodrigo aparecia de forma contínua.
- "Oi, seu gostoso!"
- Fala, Rodrigo! - respondi rindo do seu cumprimento para comigo.
- "Jogo hoje. Lá em casa."
- Verdade, até me esqueci! - falei segurando o telefone com o ombro enquanto voltava para a cozinha.
- "Pois é, o que seria de você sem mim. E ainda tem a ousadia de achar que a Giovanna é melhor amiga do que eu."
- Ela vai? - perguntei como se não quisesse nada.
- "Vai, Alexandre, vai! E provavelmente vem sozinha"
- Sozinha?
Desde sexta, quando comemoramos a nova conquista de Giovanna, não tinha ouvido nem falar do nome dele e olha que ela e eu nos falamos todos os dias. Todo santo dia. Era ela e Rodrigo disputando quem me ligava mais e na maioria das vezes eu nem atendia ele só para continuar falando com ela.
- Tá bom, de tarde eu tô ai! - nos despedimos e respirei fundo para começar minha vida naquela manhã de vez.
Dei o café da manhã de Whisky, voltei para o quarto tirando a roupa de dormir e colocando uma de academia. Iria tentar fazer metade do treino de braço e um cárdio antes de sair e almoçar com meus coroas.
E falando neles. Nós tínhamos uma boa convivência. Eu amava eles. Amava quem eles eram, amava tudo sobre eles. Amava até quando meu pai me obrigou a fazer uma faculdade que eu não queria e ele continuou me amando quando me viu seguindo uma carreira diferente da dele.