the bolter | rosamaria montibeller

5 - Tentar ou Não Tentar, Eis a Questão (A Resposta É Bem Óbvia)

Desculpa a demora galera! Presentinha para vocês aqui ó!

Estou extremamente feliz de ver as reações de vocês nos comentários, juro, é muito bom receber feedback da história assim. E é por causa de vocês, leitores, que THE BOLTER hoje tem 10K de visualizações! Obrigada por lerem essa história!

Curiosidade da fic: Alice, Helena e Túlio são meio-irmãos por parte de pai, e isso tem um grande impacto na vida e backstory da alice.

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5 - Tentar ou Não Tentar, Eis a Questão (A Resposta É Bem Óbvia)

─ Rosamaria ─

"Você tá meio tensa hoje, aconteceu alguma coisa?" Carol perguntou baixinho.

Eu serro os meus dentes ainda mais para não xingar ela até o cu do judas. Tomara que esteja claro o meu desgosto com toda essa situação para o mundo inteiro ver, e a minha pose de braços cruzados na cadeira do auditório do centro de treinamentos não é proposital.

Carol era uma traidora.

"Aquela festa que você convidou a gente para ir na sexta-feira passada, por que foi mesmo? Você insistiu tanto, sabe..." eu digo baixo, ainda fitando para frente.

Porque no auditório, apresentando sobre uma tecnologia boba, está Alice Salles, e toda vez que ela anda de um lado para o outro, o barulho dos saltos parece como marteladas na minha cabeça.

Eu não tento me fazer de sonsa, eu não desvio o meu olhar, eu encaro a Alice do mesmo jeito que encaro todas que ficam do outro lado da rede em um jogo. Do palco, a ruiva ajeita a gola da camisa social branca e sorri cinicamente para mim toda vez que nota que Tiago está olhando para ela como um urso querendo mel.

Carol engasga do meu lado. "Por que pergunta isso agora?"

"Nada não," o ar das palavras escapa com raiva por entre os meus dentes cerrados.

"A Alice provavelmente vai estar lá, mas a fujona nem deve parar pra conversar direito com a gente."

Eu passei o restante do dia de ontem repassando a sexta-feira inteira na minha mente, e também a festa na quinta-feira à noite. Até que me lembrei do que Carol havia dito. Mas então a pergunta era: desde quando Carol sabia do rolinho entre Tiago e Alice?

Então a reação dela um tempo atrás, quando viu a Polaroid que eu tinha de malícia adolescente no meu quarto, fez todo o sentido.

"Ela me parece meio familiar, não?" Gabi murmura do meu lado, mencionando com o queixo para a ruiva no auditório.

Eu preferia jogar no mesmo time que a Karakurt do que deixar as meninas saberem da bagunça que eu havia me metido.

"É impressão sua, Gabriela. Foca no negócio aí, que é importante."

Alice continuava falando, explicando cada detalhe da tal tecnologia nova, o VolleyIQ, com sua voz insuportavelmente calma e segura. Ela não perdia uma oportunidade de caminhar de um lado para o outro, e chegou em um ponto que o som dos saltos fez a minha cabeça doer. Me incomodava essa confiança que ela tinha na frente de todos nós. Alice estava passando aquela impressão que o que ela estava fazendo não era nada demais, que ela aparentemente não tinha criado uma tecnologia inovadora aos vinte e quatro anos e então começou com um doutorado. Pessoas assim, esses geniozinhos, sempre eram tão irritantes.