𝑷𝒆𝒕𝒆𝒓
- Como assim você não vai no date!? Você já tá atrasado - falo para Tommy, meu amigo da época da faculdade - Eu preciso te lembrar que foi VOCÊ que escolheu o restaurante? Que foi VOCÊ que escolheu a data? - encaro o loiro com um olhar mortal. Como ele pode ser tão sem noção?
- Você não vai me entender, Peter... - Tom desvia o olhar. Tem alguma coisa nesse gesto.
- Se você está fazendo uma coisa que tem vergonha, então por que está fazendo? - já estou sem paciência. O loiro pensa antes de me responder, coisa que não era muito comum.
- Sabe a Cristina? - faz uma pausa - vou ter um encontro com ela hoje.
- VOCÊ VAI SE ENCONTRAR COM SUA EX? HOJE? - ando de um lado pro outro na sala, onde o mesmo se encontra sentado no sofá - E a garota sabe que você não vai?
O mesmo nega com um sinal de cabeça. Sem resposta, estou sem resposta. Eu já devia estar acostumado com esse tipo de situação, mas dessa vez Tommy pareceu estar realmente interessado na garota. O problema dele é ser cadela da ex dele, Cristina. Ela tem boceta de ouro? Porra, como que ele não consegue seguir em frente? Já faz um ano que eles estão nesse lance: ela chama, ele vai.
- Qual o restaurante? - pergunto ríspido.
- Ahn? - o loiro não entende.
- Qual o restaurante que você ia encontrar com aquela garota... - tento me lembrar do nome dela - Alice, né?
- Ia ser no restaurante no centro que a gente sempre vai, aquele com teto de plantas.
Saio da sala e vou para a porta de saída, pego a chave do meu carro e sigo para o elevador.
- Aonde você vai? - às vezes eu acho que além de sonso, Tommy também é burro.
- Avisar pra Alice que você sente muito, está muito arrependido e, por não conseguir ir, me mandou ir lá dizer o motivo pra ela. Vou pagar a conta dela, se ela já não foi embora, e voltar pra casa.
- Por quê? - fala incrédulo.
- Porque não se quebra as expectativas de alguém sem motivo, seu canalha!
- Eu aviso ela por mensagem e...
Antes dele terminar a frase, Cristina entra na casa de Tommy e vai em sua direção. Então o beija. Acho que vou vomitar.
- Tchau, pombinhos! - encosto a porta e percebo, desde de quando a Cristina tem a chave da casa?
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A felicidade é um conceito subjetivo e multifacetado, que varia de pessoa para pessoa e ao longo da vida. Não existe uma fórmula mágica para a felicidade, mas sim um conjunto de fatores que podem contribuir para o bem-estar emocional. A busca pela felicidade é um processo contínuo que exige autoconhecimento, cuidado consigo mesmo e com os outros, e uma atitude positiva diante da vida. "A felicidade nas pequenas coisas", sempre achei essa frase boba. Mas hoje vejo que, com um pouco de uísque e conversa boa, pode-se sentir felicidade. Fazia tempo que eu não ria tanto, que eu não conversava de verdade com alguém.
Gostaria de agradecer ao meu amigo, Tommy, obrigado por ser um bosta!
- Então querida Alice, o que você faz da vida? Além de ser uma piadista nata, é claro - pergunto para a garota em minha frente, a mesma está com um tom rosado em suas bochechas e um sorriso presunçoso estampa sua boca. Como eu quero beijar essa boca!
- Estou fazendo doutorado em Oxford - ele faz uma pausa para beber mais um gole da bebida âmbar - Pesquiso sobre padrões no cérebro humano. E você senhor Peter?
- Eu estou fazendo nada, por enquanto - digo rindo de nervoso, terminei meu mestrado faz alguns anos e atualmente estou de férias do trabalho - Se precisar de ajuda com alguma coisa, pode me pedir - dou uma piscada com o olho esquerdo e Alice sorri.
- Ok, pode deixar, senhor desocupado - ela me olhava com superioridade - Está aproveitando as férias?
- Não sei, depois de uma garota de cabelo curto me humilhar por estar de férias... - faço a melhor cara de coitado que consigo, mas um fato importante é que eu nunca fui bom em atuação.
- Que dó! - sua ironia é palpável no ar. Eu preciso me controlar para não xingá-la. Ela não merece, mas machucou meu ego sem dúvidas.
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- Peter, você tá me deixando sem ar - não consigo escutar direito a frase, isso é um sinal para eu parar? Ou é um flerte?
- Pretendo te deixar sem ar de várias maneiras, querida Alice - falo ainda em meio ao beijo, tentando ao máximo ser sedutor.
- Eu tô falando sério! - com um movimento brusco Alice se solta de meus braços - Eu. Tenho. Asma - as palavras saem de maneira cortada, por conta da sua respiração pesada. Não me seguro e começo a gargalhar.
- É claro que tem - abraço-a gentilmente - Você é incrível! - e ela era mesmo. Não consigo mensurar o quanto estou me divertindo essa noite.
- Seu bobão! Eu tô falando sério! - diz com um tom ríspido.
- Eu também! - respondo com o mesmo tom.
Alice se aproxima de mim com o semblante fechado e me beija novamente, dessa vez com voracidade, sedenta e convicta. Estamos no meio da rua, pessoas passam, mas não consigo me importar com elas. Alice. Ela que eu me importo.
- Vamos pra minha casa? - pergunto, mas minha voz pareceu mais uma ordem.
- Por favor, Peter! - sua voz sai como um sussurro.
- Só preciso pegar o carro no estacionamento e podemos ir - como eu queria que a minha casa fosse perto! Estou perdendo o tempo que poderia estar com Alice.
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Estacionei o carro, saí e abri a porta para Alice sair. A mesma me beija na mesma hora, me agarrando. Suas mãos em meu cabelo e as minhas mãos em sua cintura. Sem permissão a pego no colo e entro no elevador. Eu preciso dela. Agora!
- Você pode me soltar e... - Alice tentava descer do meu colo.
- Não quero! - digo olhando em seus olhos azuis confusos - Nunca mais quero te soltar...
Sinto meu corpo quente, minhas bochechas estão, provavelmente, vermelhas. Estou sem controle do meu ser. A beijo novamente, com calma, sentindo seu gosto.
O som do elevador indica que chegamos no andar correto. Pressiono minha digital na tranca eletrônica e empurro a porta com o pé. A ansiedade toma conta do meu corpo e consigo sentir meu coração ecoando em meus ouvidos. A quanto tempo que eu não transo? Eu ainda sei como acontece? O que fazer...
- O que foi senhor Peter? O senhor parece preocupado - Alice me encara com diversão - Não me diga que és virgem - sua risadinha depois da última palavra, faz o meu corpo ferver.
- Quer descobrir, querida Alice?
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Casamento em Hamburgo
RomanceUm casamento, uma doutoranda de Oxford e um encontro inusitado. Alice, uma estudante de doutorado em Oxford, costumava sonhar com o casamento perfeito de seus melhores amigos, Sofia e Henrique, na Alemanha. No entanto, com o passar dos anos, suas vi...