As Expectativas e os Nervos

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O tempo passou mais rápido do que João esperava. Entre os ensaios para a apresentação na exposição de ciência e os ajustes finais em seus experimentos, os dias voaram. Agora, faltava apenas uma semana para o grande evento, e a ansiedade começava a se acumular. João nunca havia se exposto daquela forma antes. A ideia de estar em frente a uma plateia, mostrando seus experimentos, parecia mais assustadora a cada dia.

Era uma manhã chuvosa, e João estava no laboratório, ajustando um dos frascos com uma nova mistura que ele havia criado. Clara estava ao seu lado, como sempre, ajudando com os preparativos.

Você precisa relaxar, João. – disse Clara, observando a forma como ele mexia nos frascos com um nervosismo óbvio. – Está tudo sob controle. O experimento está funcionando perfeitamente, e a apresentação vai ser um sucesso.

João suspirou, tentando controlar a inquietação.

Eu sei, mas não consigo evitar. – Ele parou por um momento, olhando para Clara. – O que me deixa nervoso não é a ciência em si, mas... a ideia de estar lá, em frente a todos, e ter que falar, demonstrar. E se eu gaguejar ou errar alguma coisa?

Clara riu, colocando a mão no ombro dele.

João, todo mundo gagueja de vez em quando. – Ela deu um pequeno sorriso de encorajamento. – E mesmo que você erre alguma coisa, ninguém vai se importar tanto quanto você pensa. A verdade é que as pessoas estão ali para ver a ciência e a magia das cores que você criou. E, além disso, você vai ter Lucas e eu na plateia, torcendo por você o tempo todo.

João soltou uma risada tímida, embora a tensão em seus ombros não desaparecesse por completo.

Vocês são incríveis, sabia? – Ele disse, olhando para ela com gratidão. – Não sei o que faria sem vocês.

Antes que Clara pudesse responder, Lucas entrou no laboratório, trazendo consigo uma energia que parecia capaz de cortar a tensão no ar.

Bom dia, meus gênios! – disse ele, com seu sorriso característico. – Como vão os preparativos? João, você já está pronto para se tornar o próximo Einstein?

João riu, balançando a cabeça.

Se eu conseguir sobreviver a isso, já vai ser uma vitória. – Ele disse, brincando, mas com um fundo de verdade em suas palavras.

Lucas se aproximou, observando as misturas coloridas nos frascos. Ele parecia realmente impressionado.

Cara, eu não sei como você faz isso, mas cada vez que vejo essas cores mudando, parece mágica. – Ele disse, pegando um dos frascos e olhando mais de perto. – Já pensou em, sei lá, patentear isso ou algo do tipo?

Clara olhou para Lucas com um sorriso divertido.

É, João, quem sabe você vira um cientista milionário? E a gente pode dizer que conhecíamos o cara antes de ele ser famoso.

João revirou os olhos, rindo com os dois.

Vocês dois estão me colocando em um pedestal que eu definitivamente não mereço. – Ele respondeu, enquanto voltava a ajustar um dos tubos. – Mas, sério, só quero que isso funcione bem na exposição. Não estou pensando tão longe assim.

Lucas cruzou os braços, pensativo.

Bom, se você quiser minha opinião, acho que isso pode ir muito além do que você imagina. – Ele disse com seriedade, o que fez João parar por um momento. – Você tem algo único aqui. E, com a forma certa de mostrar isso ao mundo, pode acabar surpreendendo não só a galera da exposição, mas a você mesmo.

João ficou em silêncio por alguns segundos, absorvendo as palavras de Lucas. Ele sabia que o amigo estava tentando encorajá-lo, mas a pressão para corresponder a essas expectativas o deixava ainda mais ansioso.

Vamos ver o que acontece. – João finalmente disse, tentando manter um tom despreocupado.

Clara, percebendo o nervosismo crescente de João, mudou de assunto.

E quanto à apresentação? Já decidiu como vai fazer a introdução? – Ela perguntou, curiosa.

João hesitou antes de responder.

Ainda estou pensando nisso. – Ele admitiu. – Pensei em começar explicando brevemente o que cada uma das misturas faz e, depois, fazer a demonstração ao vivo. Mas... não sei. Parece que falta algo.

Clara franziu o cenho, pensando por um momento.

Talvez você pudesse contar a história de como começou com esses experimentos. – sugeriu ela. – Algo mais pessoal, sabe? As pessoas gostam de se conectar com o lado humano por trás da ciência. Se você explicar o que te inspirou a criar essas misturas, pode tornar a apresentação mais envolvente.

João ponderou a sugestão, balançando a cabeça lentamente.

Isso pode funcionar... – Ele disse, pensativo. – Mas também não quero transformar isso em algo muito emocional. Quero focar mais no que a ciência pode fazer, nas cores, nas reações...

Lucas, que estava ouvindo atentamente, interrompeu.

Cara, por que não combina as duas coisas? – Ele sugeriu. – Fala sobre como você começou a se interessar por isso, mas depois deixa a ciência brilhar. Faz a conexão entre sua paixão pessoal e a lógica científica. Isso pode ser o equilíbrio perfeito.

João olhou para Lucas, surpreso com a simplicidade da ideia.

Você tem razão. – Ele disse lentamente, como se estivesse assimilando a solução. – Eu posso começar com algo mais leve, contando um pouco da história, e depois mergulhar na parte técnica. Isso pode funcionar.

Clara sorriu, satisfeita.

Viu? Sabia que você encontraria o caminho certo. – Ela disse, dando um tapinha leve no ombro de João. – Agora só falta ensaiar e garantir que tudo esteja perfeito no dia.

João assentiu, sentindo-se um pouco mais confiante com o plano. Embora os nervos ainda estivessem presentes, ele sabia que podia contar com Clara e Lucas para apoiá-lo.

Na semana da exposição, o trio se reuniu várias vezes para ensaiar a apresentação. Clara ajudava João a estruturar as falas, enquanto Lucas fazia o papel de espectador crítico, oferecendo sugestões sobre como melhorar a dinâmica. Aos poucos, João começou a se sentir mais confortável com a ideia de estar em frente a uma plateia.

Na véspera do evento, eles estavam no laboratório, fazendo os ajustes finais. João havia decorado suas falas e ensaiado as demonstrações de cores até sentir que tudo estava no lugar.

Amanhã é o grande dia. – Clara disse, enquanto organizava os frascos na bancada. – Como está se sentindo?

João respirou fundo, mas sorriu.

Ainda nervoso, mas muito mais preparado do que há uma semana. – Ele admitiu. – Acho que vai dar tudo certo.

Lucas se aproximou, dando um tapinha nas costas de João.

Vai dar certo, sim. E, se por acaso você se esquecer de alguma coisa, é só lembrar: a plateia não sabe o que você vai dizer. Só você sabe. Então, relaxa e se diverte.

João riu, concordando.

Vou tentar lembrar disso. – Ele disse, enquanto começavam a arrumar as coisas para o dia seguinte.

Com o apoio de seus amigos, João estava pronto para enfrentar a exposição. O medo de fracassar ainda estava lá, mas agora havia algo mais forte: a vontade de mostrar ao mundo o que ele havia criado.

4oVocê disse:CAPITULO 5 LONGO COM AS CONVERSAS FIM DA HISTORIA

Cores da Química"Onde histórias criam vida. Descubra agora