O grande dia finalmente chegou. João acordou cedo, sentindo o coração disparar no peito. A ansiedade que ele tinha tentado controlar durante toda a semana agora parecia pulsar com mais força do que nunca. Ele olhou para o relógio: faltavam apenas algumas horas para a exposição.
Após um café da manhã rápido, João revisou mentalmente sua apresentação uma última vez. Clara e Lucas o encontrariam no local do evento, mas, por enquanto, ele estava sozinho em seu quarto, tentando se concentrar. Ele olhou no espelho e, por um momento, teve dúvidas. Será que ele estava realmente preparado para aquilo?
– Você consegue, João. – Ele disse para si mesmo em voz alta, tentando se convencer. – Tudo vai dar certo.
Pegou sua mochila, onde havia guardado os frascos e os materiais necessários para a demonstração, e saiu de casa. O trajeto até o local do evento parecia mais longo do que o normal, e a cidade parecia mais agitada naquele dia. Ou talvez fosse apenas sua mente, exagerando a tensão.
No local da exposição, o ambiente era movimentado. Stands de várias universidades e centros de pesquisa estavam montados, cada um exibindo experimentos, tecnologias inovadoras e projetos de ciência. João caminhou entre as pessoas, sentindo-se um pouco pequeno no meio de tantos outros cientistas e alunos. Ele encontrou seu espaço e começou a organizar tudo para sua apresentação.
Não demorou muito para Clara e Lucas chegarem, trazendo um pouco de tranquilidade à sua mente. Eles estavam sempre ao lado dele, e aquilo o confortava.
– Estamos prontos? – Lucas perguntou, já com o sorriso habitual no rosto.
João respirou fundo e assentiu.
– Prontos. – Ele respondeu, embora uma parte dele ainda estivesse cheia de dúvidas.
Clara olhou ao redor, observando o público que começava a se formar.
– Tem muita gente interessada no seu stand, João. – Ela comentou, apontando para algumas pessoas que já olhavam curiosas para os frascos coloridos. – Isso é um bom sinal.
João assentiu novamente, tentando não pensar muito nisso. Sua mente estava focada em lembrar cada detalhe do experimento e da fala que ele havia ensaiado.
Quando chegou a hora de começar, João se posicionou em frente ao stand, enquanto Clara e Lucas ficaram ao lado, prontos para torcer. O público se reuniu ao redor, esperando a apresentação.
– Boa tarde a todos. – João começou, sentindo sua voz tremer levemente no início. – Meu nome é João, e hoje vou mostrar a vocês um experimento que tenho trabalhado nos últimos meses, envolvendo a química das cores e como diferentes substâncias podem reagir para criar novas tonalidades.
Ele olhou para Clara e Lucas rapidamente, buscando aquele suporte silencioso que sempre estava lá. E, ao vê-los sorrindo, sentiu uma onda de confiança crescer dentro de si.
– Eu sempre fui fascinado pela ciência. – João continuou, olhando para o público. – Mas, mais do que isso, fui atraído pela forma como pequenas mudanças podem criar resultados extraordinários. Eu acreditava que a química era uma espécie de magia, capaz de transformar algo simples em algo novo e único.
Ele pegou o primeiro frasco, contendo o líquido rosa, e levantou.
– Aqui, temos uma solução que, à primeira vista, não parece tão especial. – Ele disse, segurando o béquer firme. – Mas o que acontece quando a combinamos com outra substância? Vamos descobrir.
João, então, pegou o tubo de ensaio com o líquido roxo e lentamente despejou o conteúdo do béquer dentro dele. As pessoas ao redor assistiam com atenção. Quando as duas soluções se misturaram, a cor azul começou a se formar, brilhando à medida que o líquido se completava no tubo.
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Cores da Química"
Science FictionJoão olhou para o relógio digital ao lado da bancada do laboratório. Era tarde, mas ele não estava com pressa. O silêncio ali era confortável, envolto apenas pelo som suave dos reagentes sendo mexidos. Enquanto muitos escolhiam a agitação da noite d...