▪️ capítulo 08 ▪️

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Louis

Deitar na minha cama com Harry esparramado ao meu lado, completamente nu e saciado, é gratificante. Eu sabia que ele precisava de mim, só não sabia o quanto era necessário.

Depois de aplicar um bálsamo nas costas, ele caiu na cama e não se mexeu desde então. Sua respiração está ofegante, mas eu sei que ele está acordado.

— Me conte sobre o que você pensa quando usa o isqueiro em si mesmo – digo, olhando para o teto. O silêncio enche o quarto enquanto ele respira fundo e segura.

— O mundo ao meu redor desmoronou quando Niall morreu. Eu o decepcionei, e a culpa me corrói. – honestidade deixa suas palavras ásperas, é claro o quanto elas perambulam por sua garganta e mente como fantasmas.

— Então a queimadura é para se punir?

— A princípio sim, mas agora é uma necessidade, um desejo de escapar da minha cabeça.

Inclinando-me no cotovelo, me viro para encará-lo, tocando seu ombro em uma carícia suave.

— Como ele morreu?

— Overdose. – a voz dele engrossa com ainda mais emoção.

— Ele era gay, certo?

Ele se vira bruscamente, a testa franzindo. — Como você saberia disso?

— Sou detetive. Foi um palpite.

Sua cabeça cai de volta no travesseiro enquanto ele me olha, deslocando seu corpo para ficar confortável.

— Niall tinha essa energia, entende? Ele podia entrar em uma sala e, imediatamente, era uma festa, um lugar melhor para estar. Sua risada era contagiosa. Contagiava todos com quem entrava em contato. – um sorriso dança em seus lábios cheios. — Na noite em que ele morreu... – ele engole em seco, se preparando para sua verdade — Falamos sobre seus sentimentos por mim. – lágrimas se acumulam em seus olhos, verdes, tão verdes e límpidos pelas gotículas de dor que se acumulam.

Eu quero tanto enxuga-las com beijos, mas não me mexo. Eu permito que ele finalmente libere o que está dentro dele.

— Eu também sentia isso, sabe? Mas eu estava tão assustado, tão aterrorizado com o que isso significava para mim. O irmão dele, Mitch? Ele estava sempre falando sobre o mercado e como nossa imagem é o que nos vendia. Quatro caras solteiros eram vendáveis para nossas fãs do sexo feminino. Senti a pressão de ser algo que não era. Eles precisavam que eu fosse esse vocalista perfeito, hétero e um imã de boceta. – fechando os olhos, ele ofega. — Eu disse a Niall que não era gay. Que estava lisonjeado, mas que éramos apenas amigos e só seríamos amigos. Apenas malditos amigos.

Lágrimas escorrem em plenitude de seus olhos, queimando um caminho sobre o nariz e penetrando no travesseiro. — Eu o fiz sentir como merda, eu o fiz querer aquela droga.

— Não, não diga isso. Ele era viciado. Ele injetou essa merda em si mesmo.

— Mas se eu tivesse sido honesto com ele – sussurra incerto e quebrado. — Se tivesse dito a ele que era real... Louis, era real e eu menti para ele.

— Então o que? O vício dele teria desaparecido com a força do amor apenas? O que quer que acontecesse, ele ainda iria injetar o veneno nas veias naquela noite, Harry. Não foi sua culpa.

Ele assente, os movimentos rígidos e o queixo tenso. — No fundo, eu sei disso. Mas ele ainda morreu com a minha mentira em sua mente.

— Você não estava pronto e ele provavelmente sabia disso. Vocês eram melhores amigos. Ele te conhecia, Haz, ele te conhecia. – eu o puxo em meus braços, deixando-o liberar toda a sua raiva e lágrimas. — Vai ficar tudo bem, garoto. Eu prometo.

HURT ME | l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora