Capítulo 2

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"Ela faleceu"

Ouvir aquilo fez meu coração errar uma batida... Até eu desabar no choro.
Caio com os joelhos no chão, e deixo a dor e a tristeza que eu estava sentindo naquele momento, se libertar através das minhas lágrimas, eu claramente não consigo imaginar a minha vida sem a minha mãe, eu e ela sempre tivemos uma ótima relação, não lembro se a gente já discutiu alguma vez, e nem quero me lembrar, mas saber que agora eu não tenho os seus braços para me aconchegar, saber que eu nunca mais verei seus olhos azuis, saber que nunca mais poderei sentir o seu perfume de jasmins, saber que nunca mais vou ouvi-la cantar Frank Sinatra, que era o seu cantor favorito, que nunca mais vou poder admirar seu belo cabelo ruivo, e ouvir a sua doce voz... Que sempre me acalmava nos meus piores momentos, tudo isso se foi, se foi pra sempre.
Só queria poder ouvir sua voz e ver seu rosto alegre pela última vez, assim eu choraria um pouco mais feliz...
O aperto no coração que eu estou a sentir agora, não consigo descrever, imagina quando os meus irmãos souberem dessa notícia também?
Eu pensei que seria apenas mais um dia normal nessa escola, e quando se dá conta, eu recebo essa terrível notícia, não vou ter mais ninguém pra confiar.
Quem eu vou chamar pra pentear meu cabelo? Quem eu vou chamar pra fazer a minha comida favorita? Que era a sua deliciosa macarronada, a macarronada que só ela sabia fazer, tem várias por aí, mas nenhuma vai ser igual a da minha mãe. Meu pai me segura nas mãos e me levanta, o mesmo só olha no fundo dos meus olhos, e me abraça,o que me faz chorar mais, eu até gostaria de perguntar como isso ocorreu, mas a minha boca não conseguia se abrir, eu não conseguia dizer uma palavra naquele momento.

— Filha, temos que sair daqui, não dá pra você continuar agora na escola.  — fala com dificuldade, de tanto chorar.
Fiz apenas um sinal de sim com a cabeça, me viro para trás e vejo Mabel e Pierre, com os olhos vermelhos de chorar, nem percebi a presença deles, pois a única presença que eu queria comigo agora, era a de Rosalie.
Vou correndo até os meus irmãos, nós três nos abraçamos, um chorando no ombro do outro, até que papai nos chama e fala para entrarmos no carro, só obedeço, porquê minha cabeça não consegue formular uma palavra se quer.
Mabel estava com a cara borrada de rímel, pois a mesma estava maquiada, Pierre estava com o cabelo todinho na cara, mas percebe-se que está toda vermelha, e já a minha cara, eu não sei, e não quero saber, não é uma boa hora pra se importar com beleza agora.
Eu só sei que queria estar em seus braços, deitada em seu colo, com aquele cafuné que só ela sabe fazer, assistindo The Vampire Diaries, mas nunca mas poderei ter esse momento, porque ela não está aqui... Ela não está mais comigo... Ela me abandonou... Ela não vai mais voltar... Ela partiu...
A conversa comigo mesma acaba quando alguém quebra o silêncio dos meus pensamentos.

— Pa-pai, como a mamãe se foi? — diz Mabel, soluçando de choramingar.

— Acreditamos que foi um infarto, mas não temos certeza, a polícia ainda está investigando. — papai diz enquanto assoa o nariz.

Chegamos em casa, e eu me deparo com um corpo coberto com uma manta preta, pelas curvas do corpo, e uma mecha ruiva do lado de fora, "é ela".
Eu paraliso lá mesmo, não consigo ter nenhuma reação, a pessoa que eu mais amava, tava sem vida, na minha frente.

Só que chega a empregada com alguma coisa na mãos.

— A morte da Rosalie não foi infarto, foi um assassinato.

...

A melodia do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora