É estranho sentir admiração por alguém sem realmente conhecê-la?
Nesse contexto, temos Ayla Caccini, uma jovem italiana de 26 anos que persegue seus sonhos motivada pela admiração que sente pela Capitã da Seleção Brasileira de Vôlei.
Por outro lado...
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Contemplo mais uma vez as mensagens dela. As várias mensagens como: "foi tão bom te reencontrar!", "Você deve estar ocupada agora, certo?" Ou até mesmo "Todos na Alemanha estão com saudades! Especialmente eu."
Para ser sincera, foi realmente especial reencontrar a Lyly, mas parece que tudo aconteceu apenas no calor do momento, entende? Eu percebi a intensidade do momento que vive com a capitã a poucos metros de mim, e isso transformou tudo! Não fui eu quem agiu daquela forma; foi meu coração quem tomou a atitude.
Estou parecendo confusa, não é? Mas as minhas ações refletem minhas emoções! Às vezes, sinto essa indecisão, e outras vezes, simplesmente desejo estar próxima dela. Eu não deveria sentir isso, certo? Não é justo para ela, nem para ninguém. Desde aquele momento em que ficamos abraçadas conversando no chão da quadra, percebi que a capitã estava com um sorriso que passei despercebido nessas três semanas "juntas". O sorriso dela não se compara ao que ela tinha quando chegava acompanhada da ginasta bicampeã. Posso parecer insegura e confusa, o que é realmente desgastante!
Uma pessoa tão admirada e disputada não merece essa confusão! Esse momento só me faz lembrar dele, que sempre me faz sentir que não sou boa o suficiente, que nunca é o bastante. Talvez, no fundo, ele estivesse certo.
Levanto-me do longo branco, já com a bolsa de treino no ombro, caminho pelo ginásio entre as jogadoras do time, ciente de que esse treino é apenas um preparativo para amanhã, quando estaremos competindo contra o gorganzola. Saio da quadra e logo sigo além.
Continuo em paz, ciente de que já recebi liberação. Não consigo entender por que ainda estou aqui, já que poderia estar deitada descansando. Claro, esperei a camisa 10 finalizar o treino para então voltar para casa, mas, por conta dos meus pensamentos, prefiro me manter distante dela e me preparar física e mentalmente para amanhã.
Agora, dentro do carro, sigo em direção à minha casa, acompanhada dos meus pensamentos. Já faz tanto tempo desde que ele fez aquilo comigo que ainda sinto remorso, insegurança e, o que é mais intenso, medo. Algo que, sinceramente, pensei ter deixado no passado, junto com ele. Quando paro no sinal, vejo meu celular iluminar com novas notificações que trazem o nome dela.
