★ | 𝓢eashells; petalz.

୨🐬୧ ; CAPÍTULO OO2.

┄ ♡🍍 : Miyawaki Sakura;

Los Angeles.

ASSISTIR O AMANHECER é basicamente minha rotina diária. Todos os dias, sem exceção, procuro acordar o mais cedo possível com dois objetivos: correr pela orla e catar conchinhas para a coleção que tenho desde pequena. E, por ficar mais fresco nessa hora, sempre procuro levar um casaco e uma garrafa de água.

Assim que terminei a corrida, pontualmente às seis e meia, fiquei mais um tempo na praia, aproveitando os ventos matutinos e o cheiro de água salgada.

—— Kazuha? ——chamei a garota, que estava sentada num degrau da escada olhando para o horizonte e me surpreendi da mesma estar acordada tão cedo.

—— Oi ——falou, com suas bochechas claramente vermelhas de frio ou de vergonha. —— Você costuma caminhar aqui?

—— De manhã, sim ——respondi, tomando um gole de água. —— E você?

—— Essa hora é linda aqui, dá para ver o sol nascer direitinho.

Ela se ajeitou e eu sentei ao seu lado, percebendo ela ficar mais tímida ainda.

—— O que é isso? ——se referiu ao potinho em minhas mãos e eu sorri minimamente.

—— Conchas do mar. Tenho uma coleção delas.

Ela assentiu, mas percebi que provavelmente ainda queria perguntar algo mais.

—— Pode perguntar ——a assegurei e ela sorriu, um sorriso mínimo mas, mesmo assim, muito bonito.

—— O que você faz com todas essas conchas?

—— Guardo elas para dar a alguém especial no dia que eu tiver certeza de que amo a pessoa mais que tudo. ——ela pensou um pouco e eu continuei. —— Minha avó começou com isso, passou para a minha mãe e agora essa tradição está comigo também.

Kazuha assentiu e voltou seu olhar para o horizonte e para o sol que afastava as nuvens como se elas fossem meros pedaços de algodão.

—— Desculpa por ontem ——falou de súbito, uns minutos depois. —— Meus pais são meio...ruins. Fiquei morrendo de vergonha.

Olhei para ela e vi suas bochechas, mais uma vez, tomarem uma coloração rosada, enquanto ela apoiava suas mãos no rubor para escondê-los.

—— Você fica uma graça assim ——falei, meus pensamentos intrusivos sendo mais rápidos que a minha cabeça no papel de processá-los.

—— Quê?

—— Espero que não chova hoje ——inventei a resposta mais sem noção para a ocasião e, dessa vez, quem ficou com vergonha fui eu.

Ficamos ali sentadas e desfrutando a calmaria da manhã por mais um tempinho, até a de cabelos castanhos olhar a tela do celular e exclamar um humilde:

—— Puta merda.

—— Aconteceu algo? ——perguntei, assim que percebi que a mesma levantou rapidamente e se ajeitou.

—— Preciso ir pra casa, meus pais vão acordar. ——arrumou seu casaco, calçou seu chinelo e se despediu na maior rapidez. —— Queria ficar mais, mas eu realmente tenho que ir. Tchau!

Assim que eu ia responder, percebi que já era tarde demais e Kazuha estava correndo até o portão que separa a praia do condomínio numa velocidade absurda e, foi inevitável não reparar nas suas pernas um tanto que musculosas.