Quando a enfermeira entregou a carta a Pilar, ela perguntou-se se deveria abrir, então antes de tomar qualquer decisão ouviu a porta se abrir, revelando Gabriel
- 'Tá tudo bem?- Pilar perguntou confusa, por Gabriel deixar Anna sozinha no quarto
- 'Tá sim, a Anna está bem lá no quarto, queria saber o que o médico disse- Gabriel respondeu, fazendo finalmente Pilar compreender
- Ela 'tá melhorando, bem devagar, mas está- Ela o informou e Gabriel assentiu, mas de repente ele direcionou os olhos até sua mão
- O que é isso?- Ele perguntou se referindo ao papel na mão de Pilar
- Também não sei, não tem assinatura, uma enfermeira me entregou dizendo que tinha me enviado- ela respondeu lhe entregando e o mesmo abriu
- Saiba que quem lhe manda estas cartas não é alguém qualquer, é alguém que sabe, sabe de todas as mentiras, é alguém que está sendo ameaçado e caçado, é alguém que quer se redimir.
O encontre no endereço abaixo às 7:03 da manhã- Gabriel terminou de ler em voz alta, porém não alta o suficiente para que quem estivesse perto escutasse- O endereço está aí?- Pilar perguntou com uma voz levemente receosa
- Isso fica bem longe, é quase fora de Milagres- Ela disse ao ler o endereço
- Você não vai né? E se for algum golpe ou algo do tipo?- Gabriel perguntou preocupado
- Eu não sei, essa é a segunda carta que recebo, está me deixando aflita- ela suspirou- E se essa pessoa realmente souber de algo que eu não sei?- ela perguntou com a voz levemente tremida, quase que começando um choro, Gabriel fez um sinal para que ela o abraçasse, e assim ela o fez.
Abraços deste tipo já haviam se tornado comuns na última semana, em que Pilar estava realmente receosa com tantas coisas acontecendo e o clima horrível que o hospital lhe trazia.
Quando se separaram do abraço, mesmo com Pilar relutando contra isso, Gabriel ainda próximo de Pilar, afastou uma mecha do cabelo da mesma para atrás da orelha, e lhe deu um beijo rápido
- Olhando por esse lado- ele sussurrou retomando o assunto- Acho que você deveria ir sim, mas não sozinha
- Eu não sou uma boneca de porcelana que precisa ser cuidada todo o tempo- Pilar disse um pouco indignada
- Eu sei, mas cuidado nunca é demais- Gabriel riu fazendo Pilar rir também, mas logo mudar seu semblante para desconfortável
- Você tem um remédio?- Pilar perguntou e Gabriel involuntariamente segurou a mão da mesma
- Você está bem?- Perguntou Gabriel preocupado
- Só uma cólica, não precisa se preocupar- Ela respondeu
- Vamos entrar e vejo se tenh- Gabriel começou a frase porém foi interrompido por uma menina que saiu de seu quarto
- Quanta demora, eu ainda acho que vocês namoram viu, passam muito tempo juntos- Era Anna, que agora estava com uma cara levemente emburrada, o que fez Gabriel dar uma leve risada e Pilar corar com seu comentário
- Não Anna, que besteira sua, vamos voltar? Já deve estar na hora do almoço- Pilar disse rápido e nervosa
- Aquela comida ruim? Quando a gente vai voltar para casa?- Anna resmungou e Pilar abriu a porta do quarto
- Quando a senhorita melhorar- Pilar brincou tocando no nariz da menina, que agora estava se deitando na cama, e recebendo ajuda de Pilar com a nebulização, e logo em seguida a menina almoçou e foi descansar.
Quando a tarde já se dava o fim, e finalmente se podia sentir o outono, o céu estava alaranjado, haviam folhas caindo e o vento começava a ficar gelado, Pilar e Gabriel davam uma caminhada, sentindo o vento gelado em seus rostos e com suas mãos dadas
- Sabe, ultimamente sinto falta dessa tranquilidade- Disse Pilar fechando os olhos e sentindo o vento
- Nem me fale, as coisas estão acontecendo todas juntas- Gabriel respondeu a olhando, e a mesma suspirou
- vamos parar de falar dessas coisas ruins, olha com o céu está lindo- Disse Gabriel quando seus olhos se direcionarem até o céu, que agora estava perdendo o tom alaranjado e a lua começando a aparecer
- Está lindo mesmo, daqui a pouco começa a escurecer e a lua aparece, se não me engano é lua cheia- Pilar disse alternando seu olhar entre Gabriel e o céu
- Eu já te disse que você parece a Lua?- Ele perguntou e ela o olhou confuso, antes de soltar uma risada sincera
- Não, por que acha isso?- Ela perguntou, ainda dando uma risada
- Mesmo com o tempo escuro, você continua brilhando- Gabriel disse, e Pilar parou ficando de frente para ele, e o abraçando, e mesmo com que ele não pudesse ver, ele sabia que a mesma estava com um sorriso no rosto
- Melhor voltarmos, a Anna já deve estar acordando- Pilar o lembrou, mesmo estando relutante para sair dali.
Mesmo depois de Pilar (e também Gabriel) retutar para sair do abraço, voltaram caminhando até o hospital, e quando entraram no quarto, Anna já estava acordada, mas não por um motivo muito bom, ela tossia, oque fez Pilar soltar a mão que estava entrelaçada com a de Gabriel e ir rapidamente até a menina, pegando o nebulizador e o usando
- Calma, vai ficar tudo bem- a mesma sussurrava para a menina, que lentamente melhorava a tosse
- Eu quero ir para casa- Anna resmungou logo após parar de tossir e Pilar tirar o aparelho da menina
- Eu sei, eu também, meu amor, mas vai depender de como vai ser o resultado do último exame- Pilar explicou e sentou-se na cama, abraçando a menina
- Por que demoraram tanto? Isso é chato, vocês saem, demoram, só espero que não esteja atendendo outra ligação- Anna resmungou novamente, coisa que já era frequente, a falta de confiança, sempre achando que Pilar falava com seus avós e mentia para a menina, e a reclamação sobre as saídas praticamente diárias dos dois
- Não estava atendendo ninguém- Pilar olhou para Anna- Apenas saí para tomar um ar
- Cada dia vocês são mais suspeitos- A menina acusou, oque fez Gabriel dar uma leve risada, e Pilar também, por conta do tom de voz da menina
- Boa tarde- era o médico, que entrara após bater na porta, fazendo todos pararem de rir e o cumprimentarem
- Tenho notícias- ele comunicou, e Pilar engoliu seco, apertando Anna mais ainda no abraço
- A Anna está tendo uma melhora, então poderá ter alta amanhã- Pilar deu um sorriso aliviado e olhou para Anna- porém continuando a inalação e tomando os remédios
Pilar concordou, e logo que o médico saiu, só se ouviu o gritinho de felicidade da menina, que logo foi interrompido pelo som do celular de Pilar, que estava tocando, e a mesma negou, não adiantando o celular tocou novamente
- Alô?- ela atendeu, com um semblante confuso
.
.
.
.
.
.Não sejam leitores fantasmas, comentem, votem e compartilhem
VOCÊ ESTÁ LENDO
O outono que mudou a minha vida
RomancePilar sempre teve uma vida ótima no internato onde trabalhava, até que um outono, chega um professor novo, cartas misteriosas e visitas indesejadas, mal sabia ela que aquele seria o outono que mudaria sua vida (Em desenvolvimento) 1° lugar em #is...