38 | Um passo de cada vez

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Richard Ríos

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Richard Ríos

Sentei na sala do consultório, nervoso, apertando a mão de Lara. Carolina estava um pouco mais afastada, e a tensão no ar era palpável.

O silêncio me sufocava. Eu tentava manter a calma, mas a espera estava acabando comigo. Lara, ao meu lado, tentava me confortar, acariciando minha mão suavemente, mas eu sabia que ela também estava ansiosa.

Logo, o doutor entrou na sala com um envelope nas mãos. Meu estômago deu um nó. Eu me levantei no mesmo instante, e Carolina fez o mesmo. Ele nos olhou, ajeitando os papéis antes de falar.

- Bem, vou explicar como funciona o exame de paternidade. - Sua voz era calma, quase indiferente, mas cada palavra parecia pesar uma tonelada. - Nós analisamos o DNA da mãe, da criança e do suposto pai, neste caso, o senhor, Richard. O DNA de uma criança é composto por 50% do material genético da mãe e 50% do pai biológico.

Eu sabia que ele estava apenas fazendo seu trabalho, mas eu só queria que ele fosse direto ao ponto.

Minha cabeça já estava explodindo com mil pensamentos. Apertei ainda mais a mão de Lara, quase sem perceber. Ela me olhou com aqueles olhos cheios de compreensão, e eu não sabia como reagir a tudo isso.

- Comparando as sequências de DNA. - continuou o doutor. - Nós verificamos se há uma correspondência suficiente entre o DNA do senhor e o da criança.

Cada segundo parecia se arrastar. Ele fez uma pausa, como se quisesse nos preparar para o que estava por vir, mas nada poderia me preparar.

- Se o senhor não fosse o pai... - ele prosseguiu. - essa probabilidade estaria abaixo de 0,001%. Mas, no caso de uma correspondência, como a que encontramos aqui... - Ele olhou diretamente para mim. - A probabilidade de paternidade é de 99,99%, o que confirma que o senhor, Richard, é o pai biológico da criança.

Aquelas palavras bateram em mim como um soco. Fiquei ali, parado, como se o mundo tivesse congelado por um instante. Eu não conseguia falar, respirar ou sequer pensar direito.

Eu sou o pai.

Passei as mãos pelo rosto, tentando processar o que acabara de ouvir. A imagem de Lara ao meu lado, tão forte, tão calma, parecia um contraste com o caos dentro de mim. Eu não sabia o que dizer, o que fazer. Olhei para ela, esperando qualquer sinal, mas não havia um roteiro para esse momento.

Ainda estava tentando processar tudo o que o doutor havia dito quando saímos do consultório. Carolina e eu combinamos de nos encontrar outro dia para discutir os detalhes... sobre como tudo isso ia funcionar daqui para frente.

Mas, sinceramente, tudo o que eu conseguia pensar era em Lara. O peso de cada palavra do doutor ainda pairava sobre mim, e o silêncio dela me deixava ainda mais desconfortável.

O carro estava quieto demais enquanto eu dirigia de volta para o apartamento dela. Eu podia sentir a tensão, quase como se fosse algo físico, algo que apertava meu peito. Lara olhava pela janela, mexendo nos dedos de maneira nervosa, mas não dizia nada.

Coração em Jogo - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora