"Você é o trem, e eu a estação"

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chapter six

Narrador

   Madrugada do dia 13 de Agosto 2024

Sem rumo, estava perdida, pela primeira vez Anne teve medo da vida. A Loira acendia um cigarro dando uma tragada em seguida, estava sentada em uma cadeira de descanso, seu corpo vestia uma camisa branca larga. Seu olhar estava vazio, seu coração estava frio,seu corpo se gelando aos poucos, sua alma estava aflita e sua pele marcada de mordidas daquela que dormia suavemente na cama de casal

Era como se sua alma fosse esmagada sem piedade  e seu coração destruido, seu corpo um objeto mas fazia parte do plano, certo? O toque que jurou odiar pelo resto da vida com toda força do seu ser. Fazia parte do plano, era pelo dinheiro. Seria capaz de qualquer coisa para ver aquela família na lama, rastejando sem nenhum real no bolso. Seria prazeroso para si ver aquela que a destruiu no chão, no fundo do poço

Anne tragou outra vez tentando relaxar, pensou na Morena sorridente, a noite anterior delas foi a melhor da sua vida. Por mais que seu corpo estivesse marcado com mordidas que não era da sua Morena mas ainda lembrava de cada toque da mesma, lembrava dos beijos, dos sorrisos. Anne aguardava a mensagem da morena, uma reação sobre aquela noite, lembrava também da brincadeira sem graça que ela tinha feito sobre Priscila, gostava da loira mas não havia uímica alguma. Passou a ver a loira sorridente como uma amiga querida, se sentia bem conversando com a garota. Adorava suas piadas e principalmente sua gargalhada, seria sincera com ela sobre seus sentimentos em relação a si, não gostaria de perder aquela amizade. Sua única amizade feita ali

Lembrava a última vez que esteve com a loira, sorria de algo bobo que a mesma dizia sobre suas histórias. Ela e Carol se pareciam tanto mas nunca imaginou que elas são amigas. A loira saiu dos seus pensamentos pegando seu celular digitando uma mensagem para Margot, sua irmã, falou que era pra mesma lhe encontrar no salão para tomar café juntas. Não queria estar ali quando a mulher acorda, gostaria de esquecer aquela noite




Carol dormia suavemente abraçada com Priscila, chegou do apartamento da loira e se deitou junto a mulher. Amava aquela mulher e gostaria de ser sincera com ela, estava se relacionando com alguém que a mesma também conhecia e pudesse está até interessada. Lembrava da reação épica da loira quando brincou que Priscila estava apaixonada por si, Anne havia lhe dito que conversaria com a loira de fios curto, deixaria tudo as claras com ela, Lembrava também da Loira dizendo que gostava da presença da mesma. Realmente Priscila tinha uma presença boa, uma energia incrível e dona de uma risada gostosa.

Lembrava também de cada momento da noite, sentia ainda a loira lhe tocando, lhe beijando, tocando cada parte de seu corpo. Anne havia lhe entregado uma cópia da chave do apartamento, falou que seria um ponto de encontro delas, bom, estaria mentido se falasse que não gostou da ideia mas ainda batia cabeça sobre a relação da Loira com a suposta Celeste, sim a Anne havia lhe contado toda história, sobre sua vida e sua profissão. Havia também lhe dito sobre a separação, falou também que sentia algo por si. A morena também sentia algo pela loira, ela havia bagunçado sua mente, seu coração.

Carol não namorava há anos, teve uma pessoa que namorou por 2 anos e poucos meses, Juliana, o fim do relacionamento foi saudável e continuaram amigas até hoje em dia. A morena tinha foco em seu futuro e do seu restaurante junto das meninas. Até que encontrou a Loira dos olhos verdes, sentia seu coração acelerar, suas mãos tremendo, o sorriso de orelha a orelha. Era amor? Não sabia.

Sentiu a loira colada em seu corpo se mexer, abriu os olhos a encarando vendo que a mesma já estava acordada.

── Te acordei? ─ perguntou a loira de fios curto.

Beijo, blues e poesia- buijrol Onde histórias criam vida. Descubra agora