Capítulo Cinco

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22/06/2017

Aquela distância estava me matando. Já haviam se passado exatos três meses e junho parecia não ter fim. Aquele estava sendo, sem sombra de dúvida, o pior de todos os meses, e olha que meu dois mil e dezessete começou da pior forma possível com a notícia de que meu pai estava muito doente.

Eu havia passado o dia inteiro com a noiva de Johnny, a Soojin. Ela era adorável e cozinhava muito bem. Passamos boa parte do tempo jogando conversa fora e fofocando sobre a temida adolescência de Johnny. Rimos quando contei como ele entrou em um buraco na areia uma vez e durante aquela tarde inteira, não pensei em Jaehyun uma única vez. Bom, exceto quando Soojin começou a dizer o quanto amava o meu amigo, e que ele era o homem da vida dela.

Eu quis que ele pensasse assim sobre mim também.

Acabei indo embora antes de Johnny chegar, por mais que Soojin tivesse insistido para que eu ficasse e jantasse com eles. Na noite daquela sexta-feira eu jantei desacompanhado, e na madrugada do sábado fui surpreendido.

Jaehyun apareceu de repente, com os olhos vermelhos e que pareciam transparecer arrependimento. Seu semblante estava péssimo, e as olheiras gritavam as noites mal dormidas. Eu não disse nada, ele muito menos. Porém, não consegui recusar o abraço que recebi. Muito pelo contrário, eu agarrei aquele garoto como se ele fosse escapar de novo, e o abracei com tanta força, que quase viramos um único corpo. Finalmente senti o cheiro daqueles cabelos novamente, e porra, como eu sentia falta.

Dentro de casa ele me pediu desculpas por ter sumido, alegando que as coisas haviam ficado feias para o lado dele. Não me deu mais explicações, tampouco comentou sobre ter me ignorado. Eu sorri como para mostrar a ele que estava tudo bem. Não estava.

Fui questionado se estava me envolvendo com outro cara, e quase me engasguei enquanto negava, me perguntando o porquê raios ele pensou aquilo, sem nem me lembrar que havia saído com Johnny poucos dias antes. Ele pareceu aliviado, ou pelo menos eu quis acreditar que sim.

Nos beijamos, coisa que raramente acontecia. Ele parecia ansioso, apressado, faminto. E é claro que eu não me importava de alimenta-lo com meu corpo e alma. 

Naquela madrugada, transamos até que os primeiros raios de sol invadissem o quarto pelas frestas da janela. Eu estava exausto e com dor no corpo inteiro. Nós dormimos juntos assim que terminamos o último round, mesmo com a porra dele escorrendo no meio das minhas pernas. Ele estava tão sereno, bem diferente de horas atrás, e confesso que fiquei observando-o por mais tempo do que havia planejado, o que me resultou em horas de sono ainda mais reduzidas.

Na manhã daquele sábado fui eu quem saiu da cama primeiro.

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Apareci depois de um século, amoooooo. Acreditem se quiser, passar a história do papel pra cá é bem mais difícil do que escrever tudo à mão T-T

Espero que gostem, beijão <3

O amarelo daqui é mais tristeOnde histórias criam vida. Descubra agora