Capítulo Três

10 2 5
                                    

17/03/2017

Um mês se passou desde a última vez que nos encontramos pela última vez e eu não vi sinal algum dele pelas ruas. Ele não voltou mais. Não que eu fosse o tipo de pessoa que vivia saindo de casa, muito pelo contrário, preferia me manter em meu quarto, com a companhia do meu notebook e minha xícara de café que nunca parava vazia. 

Segui com minha vida tranquilamente, as vezes torrando os meus neurônios enquanto trabalhava no romance que escrevia, até encontrar ele numa tarde de sexta-feira. Eu estava saindo da minha lanchonete preferida quando escutei o som inconfundível da risada dele. Quase me engasguei com o milk-shake de chocolate que tomava. Ao olhar para trás, um alívio me subiu o peito quando encontrei seu sorriso radiante. Ele parecia estar feliz.

Andava com alguns amigos da faculdade, pareciam estar saindo dela, com o uniforme um pouco molhado. Sorri pequeno e um pouco triste. Ele não veio me procurar, mas ao menos estava contente enquanto fazia coisas de jovens. Ajeitei os meu óculos no rosto e continuei andando como se não escutasse a voz dele e de seus amigos soarem animadas logo atrás de mim. 

Acabei me encontrando com Johnny, um amigo de infância, por acaso e decidimos passar um tempo juntos e relembrar quando ainda éramos jovens adultos em formação. Enquanto caminhávamos lado a lado, falando sobre o passado, eu me lembrei de Jaehyun, que já havia seguido outro rumo completamente diferente do que eu ia. Eu era como ele em sua idade, cheio de vida e alegria. Não que eu já fosse um idoso, longe disso. Porém, a energia de um rapaz de vinte e três anos não se compara com a de um de trinta e três. Acabei rindo baixo, mas não disse o motivo quando fui questionado.

Johnny contou que iria se casar no próximo ano. Fiquei extremamente feliz por ele e sua noiva, a qual eu ainda não conhecia, e prontamente aceitei o convite para comparecer ao seu casamento. E, de repente, me peguei, involuntariamente, pensando em Jaehyun mais uma vez.

Será que nos casaríamos algum dia? 

Será que ao menos chegaríamos a ter algo sério?  

Calei a minha mente traiçoeira tomando um gole do meu milk-shake de uma vez só.

O amarelo daqui é mais tristeOnde histórias criam vida. Descubra agora