Continuo me perguntando
Repetindo sem parar,
Se sou de algum valor,
Muitas das vezes
Desejei ter uma morte indolor
Para que pelo menos nisso
Eu tivesse algum tipo de alívio.
Tudo que passei parece fresco
Como um quadro recém pintado,
Mas nesse quadro
Não há beleza alguma,
Apenas rabiscos e tentativas
De criar alguma obra de arte,
É frustrante me escutar,
Não entendo minhas próprias palavras,
Sou como um enigma ou charada,
Mesmo que eu esteja bem
Não me sinto da mesma maneira.
É como uma goteira remendada,
Uma telha quebrada
E que, quando chove
Encharca toda a casa,
Só quem mora dentro conhece
Todas as rachaduras
E locais onde a água invade,
E, apesar de colocarmos vasilhas e panelas,
A goteira ainda vai estar lá.
É nessas horas que penso
Se vale apena todos os remendos
As gambiarras mirabolantes
Se no final serei molhada,
Percebi que não tenho condições
De realmente concertar o problema,
Afinal não sou uma técnica especializada no tema,
Então fico com as gambiarras
Mesmo que signifique que não irá mudar nada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Pintora De Telas Em Branco.
PoetryEsse, é um livro de POEMAS com profundidade e reflexões, recheados de sentimentos que não possuem definição prévia. Você teria coragem ver as diversas nuances das minhas verdades e convicções? Minha alma é colocada a prova a cada poema escrito, tu...
