#MorangoComWiskey
Eu tinha um grande querer pela liberdade, pelo vento em meu rosto. Mas aos poucos notei que ser livre não faz com que os momentos passados sumam e o tempo pare.
Então minha maior luta agora era contra as lembranças. Isto era, de fato, uma retratação perfeita de que não importa onde ou quando: eu sempre estaria em conflito com algo ou alguém, talvez comigo mesmo muitas das vezes.
“O que levava alguém a continuar insistindo no erro?” Era meu questionamento do dia.
Eu tinha mil motivos em mente e, atualmente, nenhum deles parecem plausíveis o suficiente para serem usados como resposta da minha pergunta.
Mas em outrora eles eram tão bons que me cegavam a uma nova alternativa, não havia terceira opção quando se tinha uma primeira e uma segunda.
Suspirei fitando o teto.
Algumas coisas não fluem com simplicidade, meu plano de fuga definitivamente se encaixava nisso.
Martirizei por meses sobre como seria quando eu fugisse, e aqui estava eu sem saber o que fazer.
E eu realmente queria me recusar a dizer isso mas… que tédio.
Suspirei novamente devolvendo o gás carbônico ao mundo. Daqui a pouco não restará espaço para os humanos, pois o ar que deveria estar em meus pulmões estava solto por aí, ocupando um espaço que era fisicamente impossível o fazer.
Pensar na física era mais interessante do que lidar com minha família, isso era trágico de confessar até certo ponto.
Me mexi novamente e voltei a olhar para o teto.
Hoseok deveria ter ligado ontem. Mesmo com o fuso horário ele sempre me ligava às onze da noite, entretanto nas últimas horas o celular não tocou.
A aflição me dominava mesmo que eu não quisesse.
A falta do que fazer era mais consumidora que minha mãe na época de novos produtos de grife — e olhe bem, ela comprava bastante nesses lançamentos —, a ansiedade se tornava ainda pior.
Na cosa nostra não era tão diferente daqui, verdadeiramente eu sequer tinha algo para fazer lá.
Havia um mural em meu quarto que mudava vez ou outra, nele tinha cada horário milimetricamente colado por Sebastian, braço direito de meu pai. Por anos foi voltado meus dias semanais, ao que eu tinha como escola; uma rede de ensino para ômegas e betas que ali consistiam. Segundo eles era mais seguro ter suas praguinhas em seu campo de vista, embora não fossem realmente olhar.
Coisa de quem tem muito a temer, entretanto, pouco a se importar, creio eu.
Mas, como para qualquer outro adolescente neste mundo, para mim incrivelmente não foi diferente: a escola acabou, e o curso de administração avançada que fiz nesse mesmo período também. Sem mais nada a me ensinar com base naquilo que chegava a outras pessoas — com algumas modificações, noto hoje em dia — os estudos foram finalizados com sucesso.
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Doce Park [Jjk+Pjm]
FanfictionJIKOOK • ABO • EM ANDAMENTO. Park Jimin, sendo conhecido como "Doce Park", é o herdeiro da Cosa Nostra do leste asiático, vivendo constantemente uma vida de contradições. Atrás de sua máscara de gentileza ele esconde uma natureza complexa, e um pass...