Capítulo 21- Ultimato

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Um dos nobres guerreiros se levantou, trajando uma gloriosa armadura prateada e um elmo com um volumoso penacho vermelho, ao se aproximar de sua majestade ele se curva brevemente e puxa o elmo da cabeça, deixando o cabelo cair em sua face.

- Vossa Alteza... eu Siegfried juro a minha lealdade e proteção até o fim de minha vida. - Disse o General de maneira imponente, vendo o olhar de Horian o observando profundamente.

- Você é o guerreiro que servia a minha irmã... por que isso agora? Teme pela sua vida? - Retrucou Horian apontando sua espada para o homem diante dele.

- Isso fazia parte da minha missão majestade. - Respondeu-lhe, o General então deu mais um passo a frente, segurando o elmo entre os dedos. - Os Reis sabiam que Nimrodel estava mentindo e não confiavam nela, por isso eu fingi ser um leal guerreiro a ela. E por isso as tropas eram mandadas aos poucos, mas... acabou que as coisas não aconteceram como esperávamos.

Horian ficou em um silêncio ensurdecedor, apenas encarando Siegfried em sua frente que aguardava uma resposta.

- Então prove sua lealdade no campo de batalha. Muitas guerras sangrentas nos aguardam, esteja preparado. - Disse Horian

Foi quando uma voz gritou pelo rei, todos os olhares são levados ao berro estridente e cansado, Horian arrebitou os olhos ao ver a rainha dos gigantes trazendo o grande rei apoiado em seu corpo, vendo-o em estado catatonico.

- Horian... sei que não deve nada a mim. - Niordo parou pra puxar o ar, o olhar cabisbaixo e a dificuldade ao falar, cuspindo o sangue que lhe resta e lutando para manter as pernas de pé.

- Não fale muito... ou o sangramento pode piorar. - Respondeu Horian, vendo aquele rei nesse estado de quase morte.

- E-Eu não tenho muito tempo. Então... por favor, urgh! Ouça com atenção. - O rei levanta sua cabeça, olhando nos olhos azulados do príncipe, com um semblante tocante que arrepia na alma. - Se um milagre acontecer e os deuses permitirem, diga ao meu irmão de sangue ardente... que eu peço perdão pela falta de cortesia por todos esses anos. E-E que eu... jamais o deixei de considerar u-um irmão!

O peso do corpo de Niordo o faz cair de joelhos no chão, Elanor tenta mantê-lo de pé, mas seu frágil corpo não pode suportá-lo.

- E-E diga ao Cnut... que ele é um bom garoto. - O rei dá um breve sorriso antes de fechar os olhos, derramando uma última lágrima sincera, deixando todos em volta comovidos com sua partida.

Horian esconde seu semblante cerrando os punhos com força, ele então se vira de costas olhando para além dos portões demolidos do reino.

- Devemos partir para MidGard o quanto antes. E nos preparar para a guerra. - Disse Horian.

- Por favor... eu sei que é lhe pedir muito, mas me deixe ir com vocês. Você... é a única chance que eu tenho de conseguir o perdão do meu filho. - Elanor entra na frente de Horian, cruzando seu caminho, olhando-o desesperada, com as lágrimas que a tomaram por completo. - Eu imploro a sua misericórdia... p-por favor.

Ela se ajoelha nos pés do rei, derramando ainda mais lágrimas.

- O que busca não é minha responsabilidade. Mas eu não seria diferente deles se a deixasse em uma guerra que eu mesmo causei. - Horian observa a rainha friamente, olhando-a de cima até enfim desviar o olhar para o General. - Leve-a conosco.

O Reino de MidGard.

Alguns dias após a guerra de Jotunheim...

O conselheiro real empurra as enormes portas de ferro do salão, trazendo com sigo uma papel enrolado numa fita verde, ele se aproxima dos pés do trono vendo o rei sentado nele. Horian veste um manto nobre que cobre todo seu corpo, trajando ombreiras largas em tons de dourado e branco, e em sua cabeça entre as mechas de cabelo está a coroa dos imaculados, aquele brilho suprassumo e divino.

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