PRÓLOGO

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10 de outubro de 2006.

– Ou você para agora com essa pouca vergonha – Berrou, sem se preocupar se despertaria ou não a atenção dos vizinhos. – Ou sinta-se livre para ir embora! Mônica quase cuspiu as palavras em desprezo. Olhou uma última vez para os olhos amedrontados da filha, ignorando completamente a outra que estava ao seu lado. – Você não queria tanto tomar suas próprias decisões? Pois bem. – Finalizou, entrando na casa a passo duros.

E foi assim que Ana, aos 18, foi indireta-diretamente expulsa da sua própria casa.

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10 de novembro de 2006.

– Eu estou indo embora.

Ana franziu o cenho, claramente confusa, mas antes que pudesse abrir a boca para responder, a outra continuou:

– Eu sei que disse que não faria o teste... eu nem mesmo achei que fosse passar, você sabe como sou sobre essas coisas. – Sorriu triste. – Mas eu fiz mesmo assim, no mês passado, o e-mail dizendo que fui aceita chegou na semana passada, e eu... – Direcionou o olhar para o chão e suspirou pesadamente. Ela sabia que estava sendo covarde em não dizer tudo aquilo olhando diretamente nos olhos de Ana. – Eu não pude não aceitar, entende? Eu sinto muito por não ter contado, eu sei que deveria. Você é a minha namorada e nos prometemos fazer faculdade juntas e nos mudarmos, mas tudo aconteceu tão rápido e...

E foi assim que ironicamente, Ana teve seu coração fodidamente partido trinta dias depois de ser diretamente-indiretamente expulsa da própria casa. 

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