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Flora Loures

Depois da prova de resistência, eu fui tomar banho, eu tava toda grudenta por causa das coisas que a Camila ia jogando na gente para dificultar o desafio.

Liguei o chuveiro e coloquei na temperatura média, nem tão quente e nem tão gelada.

Tomei um banho longo, e hidratei bem os meus cabelos.

Logo acabando o banho , ouço barulho do meu celular tocando, sai do banheiro com cuidado pra não cair, e peguei o meu celular que estava carregando.

Atendi a ligação e logo ouvi um barulho estranho.

— Alô? Oi... alguém — perguntei agoniada pelo barulho, logo reconheço o barulho e vejo que é uma respiração, muito intensa.

— Alô? — repeti, tentando controlar a inquietação que subia. O som da respiração do outro lado era forte, quase como um sussurro sufocante, algo perturbador.

Meu coração começou a acelerar, enquanto eu apertava o telefone contra o ouvido. Ninguém respondia, mas o barulho continuava, denso, quase animal.

— Quem é? — perguntei de novo, agora mais firme, tentando esconder o medo na voz.

O silêncio tomou conta por um instante, mas a respiração voltou, ainda mais intensa.

Desliguei a ligação rapidamente. Eu estava agoniada com aquela respiração, não sei explicar, mas estava me dando muito medo, até porque era algo estranho.

E, de novo, meu celular começou a tocar. Desesperei-me rapidamente, algo que não era normal, mas, ainda assim, atendi a ligação.

E, por incrível que pareça, dessa vez a pessoa falou.

— Alô? — Era uma voz grossa, provavelmente de um homem. Parecia muito familiar, mas, ao mesmo tempo, eu não conseguia reconhecer.

— Alô, quem é? — respondi, desconfiada.

Ninguém respondeu mais nada, e a ligação começou a falhar. A pessoa desligou, e eu joguei o celular na cama, desligando a tela.

Quando menos esperava, chegou uma notificação de mensagem. Meu coração disparou, e uma dúvida imensa me consumiu: ver a mensagem ou ignorá-la?

Como a minha curiosidade era maior que tudo, peguei o celular e liguei a tela. No visor, a mensagem dizia:

— Que saudade da sua voz, babe.

Na mesma hora, um flashback me atingiu. Era ele.

— Merda! — Joguei o celular com força no chão, o barulho foi alto, ecoando pelo quarto.

— Não pode ser, não... não! — sussurrei para mim mesma, em um misto de desespero e negação.

— Por que, logo agora? Isso tem que ser um sonho, isso não é real, não pode ser real! — Uma vontade imensa de chorar me consumiu, e eu mal conseguia respirar enquanto a angústia tomava conta.

A porta se abriu com tudo, batendo na parede e fazendo um barulho alto.

Era a Camila.

My Little Flower - Jean PhilipOnde histórias criam vida. Descubra agora