Determinação Solitária

O fim de semana chegou mais rápido do que Aiko imaginava. Enquanto a maioria dos alunos deixava o campus da U.A., retornando para suas casas para aproveitar o curto intervalo, ela optou por ficar. Não era por falta de escolha, mas por necessidade. Havia algo nela que a impedia de parar, que a fazia querer continuar a treinar, a melhorar.

Sozinha no dormitório, o silêncio pesava. Aiko suspirou e olhou pela janela de seu quarto. Lá fora, o campo de treinamento parecia deserto, o que para ela era uma oportunidade perfeita. Se ela queria estar pronta para o que estava por vir, precisava continuar se esforçando. Não podia perder tempo.

Aiko passou as horas da manhã sozinha no campo de treinamento, repetindo movimentos básicos, aperfeiçoando sua técnica com as teias cinéticas. Saltava, girava, prendia alvos imaginários, tudo com precisão, mas sua mente estava em outro lugar. Ela pensava nos vilões, na ameaça iminente e no quão fraca ainda se sentia diante de tudo aquilo. Quanto mais treinava, mais percebia o quanto ainda precisava melhorar.

O sol estava no ponto mais alto quando Aiko parou, ofegante, limpando o suor da testa. Sentia os músculos queimarem, mas não pararia. Não agora.

Bzzz. Bzzz.

O som de seu celular vibrando quebrou o silêncio. Aiko pegou o aparelho e viu que era sua tia.

— Alô? — Aiko atendeu, tentando não soar exausta.

— Aiko, querida! Como você está? — a voz calorosa de sua tia ecoou do outro lado da linha. Era uma das poucas pessoas com quem Aiko podia ser ela mesma.

— Estou bem, só treinando um pouco — respondeu, tentando parecer casual.

— Treinando? Mesmo no final de semana? — Sua tia soltou uma leve risada. — Você realmente não sabe parar, hein?

Aiko forçou um sorriso, mesmo sabendo que sua tia não podia vê-la.

— É... preciso estar pronta. A Liga dos Vilões não vai esperar.

A tia suspirou, a preocupação clara em sua voz. — Sei que você está dando o seu melhor, Aiko, mas também precisa cuidar de si. Eu me preocupo com você, querida. Seus
pai também estariam.

Aiko sentiu o aperto no peito ao ouvir a menção de seu pai. Uma das principais razões para todo o seu esforço era honrar a memória dele. Ainda assim, a pressão que sentia para não decepcioná-los era imensa.

— Eu sei, tia. Só... às vezes parece que nunca é o suficiente.

— Aiko, seu valor não está apenas no que você pode fazer como heroína. É importante que você se lembre disso. Seus pais teriam orgulho de você, não importa o que aconteça.

O silêncio caiu entre as duas por um momento, até que Aiko suspirou.

— Eu só preciso continuar melhorando. Por ele.

— Eu entendo, querida. Só não se esqueça de cuidar de si no processo. Agora, descanse um pouco, ok?

— Vou tentar. Obrigada, tia.

Desligando a chamada, Aiko se viu de volta à realidade solitária do campus. Por mais que as palavras de sua tia fossem reconfortantes, a pressão que sentia não diminuía. Ela sabia que tinha que continuar, mesmo que isso significasse sacrificar seus momentos de descanso.

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À tarde, Aiko se dirigiu à biblioteca. Precisava revisar táticas e estratégias de combate. Cada novo detalhe poderia fazer a diferença em uma batalha. As horas passavam enquanto ela estudava mapas e manuais de combate, absorvendo o máximo de conhecimento possível. Sabia que o treino físico era essencial, mas a mente também tinha que estar afiada.

Em algum momento, seus olhos começaram a pesar. Ela parou, apoiando a cabeça nas mãos, os pensamentos se emaranhando entre estratégias de combate e suas preocupações pessoais.

"Será que estou fazendo o suficiente? Será que vou ser capaz de proteger meus amigos quando chegar a hora?"

Essas perguntas martelavam em sua cabeça, mas ela afastou as dúvidas. Não havia tempo para hesitar.

Aquele sábado passou rápido e o domingo também, até a noite do resto de seu final de semana cair, o céu já estava escuro, e o campus estava quase vazio. Aiko voltou para o campo de treinamento, determinada a aproveitar até o último minuto daquele fim de semana. As dores musculares eram cada vez mais intensas, mas ela ignorava. A cada golpe, a cada movimento, ela tentava canalizar sua frustração e medo, transformando-os em força.

Ela começou a usar suas teias cinéticas com mais intensidade, prendendo alvos ao redor dela com rapidez. Seus reflexos eram bons, mas sua resistência começava a falhar. Cada vez que erguia o braço, sentia-o pesar mais. Mesmo assim, ela continuava.

Seus golpes começaram a ficar mais lentos. Seus joelhos fraquejavam, e, finalmente, ela caiu de joelhos, ofegante, com as mãos apoiadas no chão. Mas sua determinação não a deixava parar. Tentou se levantar, mesmo com os músculos tremendo de exaustão.

De repente, uma presença silenciosa observava de longe. Katsuki Bakugou, que também havia decidido ficar na U.A. naquele fim de semana, estava à distância, assistindo Aiko se esforçar até o limite. Ele tinha ouvido falar de seu treinamento incessante, mas ver aquilo com seus próprios olhos era diferente.

Bakugou, sempre o crítico, observou cada movimento. Ele sabia que Aiko estava forçando além do necessário, mas não pôde deixar de sentir um certo respeito pela determinação dela. No entanto, parte dele queria que ela parasse antes de se machucar de verdade.

Aiko tentou mais uma vez se levantar, mas suas pernas falharam, e ela caiu de novo, dessa vez com mais força. Suas mãos estavam machucadas, e a respiração pesada.

— Idiota — murmurou Bakugou, mais para si mesmo do que para ela.

Ele deu um passo à frente, como se fosse intervir, mas hesitou. Sabia como era querer ultrapassar os próprios limites. Sabia que, às vezes, as pessoas precisavam lutar essas batalhas sozinhas. Então, ao invés de interrompê-la, ele ficou ali, observando em silêncio, respeitando sua luta interna.

Enquanto a noite avançava, Aiko permaneceu no chão, exausta, mas com o espírito indomável. Bakugou a observou mais um pouco antes de se virar e voltar para seu dormitório. Ele sabia que Aiko tinha força para continuar, mas, talvez, ela precisasse de algo mais do que apenas força bruta. Algo que ele também estava começando a aprender.

No fim, a verdadeira batalha de Aiko ainda estava por vir – e não seria apenas contra os vilões.

Enquanto caminhava pelos corredores vazios, seu celular vibrou. Ao pegar o aparelho, viu uma mensagem de All Might.

"Depois das aulas à tarde, um treinamento especial. Esteja preparado."

Bakugou apertou os lábios, guardando o celular no bolso. Algo grande estava prestes a acontecer. Ele olhou para trás, na direção do campo de treinamento onde Aiko ainda estava. Ela não era a única que precisava estar pronta.

Teias Do Destino: Amor De Aiko Tanaka E Katsuki Bakugou Onde histórias criam vida. Descubra agora