𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎𝐑𝐄𝐒 𝐀𝐌𝐈𝐆𝐎𝐒

𝗩 - " ...ɠαƚιɳԋσ. "

O clima entre os melhores amigos estavam estranhos, por assim dizer, Theo não aguentava olhar para a cara de Matheus sem ficar completamente vermelho e agora saber que ele provavelmente não estava vermelho por conta do sol e sim por causa que ele gostava dele, era assustador.

Mas não podia se deixar abalar por isso, certo? Era apenas uma fase, Theus provavelmente vai esquecer disso, pelo menos queria acreditar que sim.

Estava nervoso, céus, queria sumir dali, queria morrer, desaparecer, porquê ao mesmo tempo que não suportava a idéia de ver Matheus, o chamou para sua casa para ele achar que estava tudo normal entre eles.

Grande observação, não estava.

Mas ele teria que provar que sim, não podia ficar vermelho, aliás, ele acreditava no poder de sua mente de não ficar vermelho – repetiu isso diversas vezes em frente ao espelho para acreditar em seu potencia – porém, sabia que não ia conseguir. Então a melhor idéia que teve foi ficar em baixo do sol para ele pelo menos ter uma desculpa plausível.

Estava em seu quarto, com a janela aberta enquanto se deixava queimar em baixo do sol que ela refletia, como ele odiava o calor, mas odiava ainda mais se sentir vulnerável nessas situações.

Ouviu a campainha apitar e sua mãe indo atender, estava com medo – vergonha – de ser Matheus, mas não quis ir atender, assim que ouviu sua porta ser aberta, teve certeza que era ele, já que seus pais sempre perguntavam antes de abrir a porta.

— Eai, Theo. – o cumprimentou, enquanto se aproximava do amigo e passava as mãos em suas costas. — Vai ficar nesse sol até quando?

Theo pode sentir suas bochechas ficarem vermelhas, realmente não era capaz de controlar o fato que ficava vermelho quando seu amigo ficava perto.

— Tá dormindo sentado, porra? – murmurou baixo, enquanto aproximava seu rosto do amigo, esperando o mesmo abrir os olhos.

— Oi para você também, queridinho. – respondeu tentando fingir normalidade, enquanto abria os olhos e deixava a cabeça reta.

Pode sentir Matheus suspirando um pouco mais forte, o fazendo fechar os olhos novamente, queria pelo menos relaxar um pouco antes de ter seus surtos por estar com seu melhor amigo, apenas melhor ami...pode sentir algo quente em seus lábios.

Talvez tivesse sido muito lerdo, mas porra, os lábios do seu melhor amigo, estavam junto com os seus, podia sentir eles se tocando. Foi um selinho simples, mas seus momentos de paz acabaram.

— A bela adormecida já acordou? – perguntou Matheus zoando, enquanto se levantava e ficava reto, olhando para a janela também.

Ele estava falando sério? O beijo foi sério? O beijo só foi uma piada? Aí céus, estava surtando, e não tinham ficado nem vinte minutos juntos.

— Querido! Tem alguns biscoitos lá na cozinha, caso você e Matheus queiram! – exclamou sua mãe, enquanto dava algumas batidas na porta.

— Depois vou, mãe! Obrigada! – exclamou de volta, enquanto abaixava a cabeça e colocava a mão no rosto, sem saber o que fazer e com o rosto quente, literalmente quente.

Pode ouvir sua mãe saindo da porta, ainda com os olhos fechados, ouviu Theus fechar a cortina, fazendo o quarto ficar meio escuro, o fazendo abrir os olhos.

— Tá tudo bem, queridinho? Está meio vermelho. – brincou com o apelido, enquanto colocava suas mãos no bolso e ia mexer na prateleira de Theo.

Theodore pode reparar mais nele agora de olhos abertos, usava uma blusa branca normal, apenas um pouco mais larga que ele, uma calça moletom, que agora mantinha suas mãos no bolso e estava descalço, seu chinelo provavelmente na porta de sua casa.

Deveria questionar sobre o beijo? Achava que não, se levantou ficando ao lado dele, vendo o mesmo olhar para o menor agora.

— Posso te dar outro?

Paralisou, não era só brincadeira, ainda que nervoso, aceitou o pedido, fazendo o maior se abaixar um pouco e o dar alguns selinhos primeiro, colocando uma mão em um lado do seu rosto e a outra em sua cintura. Theo colocou uma de suas mãos em seu pescoço, sem saber o que fazia com a outra.

— Me sinto realizado, gatinho. – deu uma pequena risada.

— Acho que me sinto muito mais. – respondeu, sem saber como reagia ao apelido. Não podia julgar o amigo ser emocionado, pois estava do mesmo jeito.